O leitor Marcelo nos enviou uma mensagem contando como manter uma boa saúde foi fundamental para superar os efeitos da Covid-19 e síndromes gripais:
“Tenho seguido as recomendações do blog e procurado estabelecer rotinas mais saudáveis para minha vida. Pratico uma alimentação sem açúcar, farinha branca e com o mínimo de sódio; faço exercícios físicos 3 vezes por semana; e tenho evitado o consumo de álcool nos finais de semana. Paralelamente a tudo isso, aumentei minha ‘dose diária de sono’ depois de ler sua resenha sobre o livro do Matthew Walker e, apesar de ter sido acometido pela virose gripal que está atingindo milhões de brasileiros, não tive mais do que sintomas muito leves que duraram não mais do que um final de semana. Acho que o “banco de saúde” que formei ao longo dos últimos meses (rsrs) foi fundamental para que eu passasse praticamente ileso dessa praga. Sou muito grato pelas suas dicas!” (sem destaque no original).
Fiz questão de destacar o termo “banco de saúde” empregado pelo Marcelo, pois nos remete à ideia da construção de uma reserva de emergência “imunológica”, que, construída, de forma consciente e disciplinada, sob bases diárias, permite a todos os que dela usufruem conseguir atravessar essa verdadeira praga de doenças transmitidas por vírus de uma forma muito mais tranquila e serena – e sem depender tanto de remédios.
Invista em sua saúde… mesmo quando não estiver doente!
Parece um tanto quanto óbvio o que está escrito no subtítulo acima, mas o fato é que muitas pessoas só começam de fato a investirem mais em sua saúde a partir do momento em que estão doentes.
Pior: muitas pessoas somente se deparam com a necessidade de mudarem seu estilo de vida quando recebem um diagnóstico de diabetes, quando recebem a notícia da necessidade de uma cirurgia corretiva no coração, quando se deparam com diagnóstico de doenças instaladas no fígado, no pâncreas ou no intestino, ou quando recebem resultados adversos de exames laboratoriais.
É claro que, com os avanços tecnológicos e de conhecimento científico, muitas doenças podem, sim, ser curadas de forma definitiva, seguindo os mais rígidos protocolos médicos e sanitários, com a adoção de soluções cirúrgicas, medicamentosas, farmacológicas, com um severo acompanhamento clínico e médico.
Porém…… e se você puder evitar tudo isso? Não é muito melhor cuidar da saúde longe de clínicas, laboratórios e hospitais? Não é melhor cuidar da saúde fazendo uso de soluções naturais, alimentícias, de estilo de vida, ao invés de fármacos, cirurgias e constantes visitas a médicos para corrigir problemas?
Pois a boa notícia é que, sim, é plenamente possível fortalecer e melhorar a saúde ao longo dos anos. O processo de envelhecimento nunca significa um processo irreversível de piora a cada dia. Pelo contrário! O processo de envelhecimento pode significar um ciclo de melhora e de fortalecimento de sua saúde com o passar dos anos.
Afinal de contas, quantas pessoas você não conhece que estão melhores hoje do que estavam há 10 anos atrás? Há 20 anos atrás?
Todo mundo conhece alguém que, em vez de ficar pior a cada ano que passa, está se tornando melhor a cada ano que passa. E essa pessoa pode ser inclusive você!
Portanto, mexa-se e invista em sua saúde, física, mental, emocional e espiritual.
Pratique mais exercícios físicos.
Descubra formas de se alimentar melhor.
Durma bem e bastante.
Desacelere.
Evite a todo custo líquidos e alimentos sólidos que pioram sua saúde.
Preocupe-se mais com suas demandas internas, do que ficar mentalmente ocupado com demandas externas.
Melhore seu vigor físico a cada dia que passa.
Tome mais água.
Construa relacionamentos positivos.
Afaste-se de pessoas tóxicas.
Conclusão
A soma das pequenas atitudes positivas inseridas em seu dia a dia fará com que, no final das contas, e a cada dia que passa, você vá construindo um “eu” cada vez melhor, mais forte e mais saudável.
Você é o maior responsável pelas sua doenças… mas também é o maior responsável pela sua própria cura.
Não delegue a terceiros, não de forma integral, os cuidados com a sua saúde.
Hoje em dia, com o mar abundante de conhecimento disponível para todos, você mesmo pode avaliar, de forma consciente e crítica, o que funciona e o que não funciona bem para si mesmo.
Pratique o autoconhecimento e invista para valer em sua saúde.
Agindo assim, você terá condições de, tal qual o Marcelo, atravessar as crises pandêmicas com muito mais vigor e vitalidade.
Crie uma reserva imunológica de emergência, e você poderá atravessar as tempestades coletivas de doenças com mais serenidade e tranquilidade. 😉
Concordo totalmente que investimento em saúde é o melhor investimento de todos e que deveríamos tentar manter uma “reserva de emergência” nesse assunto.
Entretanto me parece que a relação entre “reserva de saúde” e possíveis complicações de covid é uma coisa ainda não comprovada. Em relação ao comentário do leitor, não faz sentido nenhum achar que ter uma alimentação saudável e treinar 3x por semana garantiu que a passagem pelo covid foi leve.
O que me parece mais plausível é que as pessoas não sabem analisar dados corretamente. Essa é uma doença que tem uma taxa de mortalidade na casa dos 0,5% dos contaminados. Ou seja, a cada 1000 pessoas que pegam, 5 morrem, 995 saem do pepino (sem sentir nada, com algum desconforto ou passando um perrengue sério).
Como explica Kahneman, a gente não sabe avaliar porcentagens e números pequenos direito. A gente se depara com uma situação desse tipo aí, vê que saiu ileso, inventa uma história na própria cabeça pra tentar demonstrar alguma causalidade e conclui que tudo deu certo porque come direito e faz exercícios 3x por semana.
Não me entenda mal: reserva de saúde é importantíssimo e vai prevenir ou retardar inúmeros problemas de saúde durante o envelhecimento. Mas achei a relação de causalidade apresentada nessa recuperação do covid com “faço exercícios 3x na semana” muito forçada.
Interessantes seus argumentos.
Acho que ele quis dizer que não ter comorbidades o ajudou a se livrar dos efeitos mais graves das síndromes gripais.
Visto dessa perspectiva, parece ter mais fundamento a afirmação do leitor, uma vez que as comorbidades constituem fatores que agravam os riscos da Covid.
Em suma: penso que o argumento é válido, no sentido de que um estilo de vida saudável diminui as chances de comorbidades. Diminuindo as chances de comorbidades, diminui-se a exposição ao risco dos sintomas mais graves da Covid. A relação de causalidade está nessa ligação.
Guilherme,
“Você é o maior responsável pelas sua doenças… mas também é o maior responsável pela sua própria cura.”
Muitas vezes nosso próprio estilo de vida está nos destruindo, seja pela alimentação, estresse, falta de exercícios físicos.
Iniciei o ano passando por um susto (relacionado a um problema crônico, mas ao qual nunca dei a devida atenção. Na verdade, nenhum médico pediu exames quando eu relatei o problema. E errei ao não insistir que queria exames. Vou escrever um post sobre o tema.
Estou me recuperando, mas apesar de 99% dos meus exames terem bons resultados, percebi que meu “banco de saúde” não estava tão adequado quanto eu imaginava. Na realidade, acho que está bem pior do que eu esperava.
A medicina preventiva tem muito a crescer no Brasil, pois prevenção não é apenas fazer exames. É mudar o estilo de vida, é mudar a alimentação, fazer exercícios, dormir a quantidade adequada de horas. Mas qual médico te fala isso?
Cansei de ouvir frases como: “seus exames estão bons, você não precisa mudar nada”.
Não mesmo? Para que no dia em que aparecer alguma alteração eu precise tomar medicamentos de uso contínuo, por algo que poderia ser evitado?
“Não é melhor cuidar da saúde fazendo uso de soluções naturais, alimentícias, de estilo de vida, ao invés de fármacos, cirurgias e constantes visitas a médicos para corrigir problemas?”
Os fármacos têm seu papel, mas o que percebi é que nem sempre agem tão rápido quanto eu imaginava.
Sempre ouvi que as soluções naturais são mais demoradas. Mas muitas vezes, os medicamentos alopáticos também são. E nem sempre fazem o efeito esperado – o que torna tudo mais assustador ainda, pois de alguma forma, tais medicamentos estão sobrecarregando outros “sistemas” do organismo.
O que passei me fez ver a vida de outra forma. A dar muito mais valor ao que realmente importa.
E a perceber que, apesar de não entender sobre a fisiologia da forma como os médicos entendem, eu sei melhor do que ninguém, o que me faz em e o que me faz mal. Claro que não vou deixar de aceitar sugestões para melhorar, mas se eu perceber que algo não me faz bem, não vou hesitar em dizer “não”.
Abraços,
Excelentes comentários, Rosana!
De fato, o aprendizado em termos de saúde é muito mais facilitado quando somos nós os próprios participantes dos testes e experimentos.
Espero que dê tudo certo quanto à resolução de seu problema de saúde.
Abraços!
Sem dúvida estar com niveis altos de vitalidade nos ajuda a escapar de eventuais vírus ou doenças oportunistas.
Quem tem um jardim ou simplesmente gosta de plantas sabe: uma planta saudável, em terra fértil, com doses adequadas de sol e água raramente é atacada por pragas. As pragas atacam as mais frágeis, as que estão tendo que usar suas forças para combater o estresse hídrico ou a falta de nutrientes.
Assim somos nós.
Excelente metáfora, Vania!
Ótima reflexão
Obrigado