Semana passada o Brasil e o mundo ficaram surpresos com a alegria e felicidade da criança brasileira Rayssa Leal, que, do alto de seus 13 anos, conquistou o que muita gente grande tenta mas não consegue: uma medalha olímpica, tornando-se, assim, uma fada cujo conto não é mera ficção, mas sim exemplo de uma realidade que supera qualquer ficção.
Esbanjando bom humor, leveza no comportamento, mas atitude de autêntica campeã, Rayssa impressionou milhões de brasileiros e espectadores com uma maturidade e um nível de saúde mental que anda faltando em outros atletas olímpicos de ponta.
Uma das coisas que mais chamaram a atenção de todos foi justamente o fato de a fadinha Rayssa não ter perdido a essência de ser criança – e isso vale a pena ser destacado e merece uma reflexão.
Discute-se muito nos meios olímpicos se não se deveria impor um limite mínimo de idade para participar de competições de alto nível e que demandam – ou podem demandar – altos níveis de estresse, sendo que esse limite mínimo de idade já existe para outros esportes, como ginástica olímpica, por exemplo. Não vou entrar aqui no mérito dessa questão.
A par de tudo isso, ou melhor dizendo, apesar de tudo isso, Rayssa fez questão de dizer, quando perguntada sobre se não havia sentido pressão em competir, que estava lá se divertindo, como se andar de skate e fazer todas aquelas manobras fosse realmente uma brincadeira de criança.
Rayssa se classificou para as Olimpíadas com inacreditáveis 11 anos de idade, mas, pelo que se apurou, ela já há muitos anos tem um equipe multidisciplinar atuando nos bastidores, inclusive com o apoio psicológico, justamente para evitar que eventuais pressões por resultados abalassem seu desempenho nas competições.
Mas não é apenas o apoio de uma equipe multidisciplinar que fez Rayssa se tornar quem ela é hoje. Depreende-se, analisando suas entrevistas e seus comportamentos em vídeo, que ela própria não se impõe tanta pressão quando está competindo. Aliás, ela mesma disse que compete melhor quando está se divertindo mais.
Apesar das Olimpíadas serem uma competição de alto nível para adultos, Rayssa, nessa transição da infância para a adolescência, consegue quebrar esse paradigma ao competir “se divertindo”, nas próprias palavras dela.
Mais importante ainda: ela não perdeu sua essência de criança, como podemos ver nessa entrevista logo após ter recebido a medalha olímpica:
Clique aqui para abrir o vídeo direto do YouTube.
Conclusão
Se a função de um atleta é inspirar as pessoas a, dentre outros, buscar no esporte um meio saudável de ocupar o tempo, bem como transmitir valores como disciplina e resiliência, a Rayssa cumpriu com mérito e louvor esse propósito.
Só daqui a algum tempo ela terá a exata noção das transformações positivas que ela terá causado em milhares, talvez milhões, de meninos e meninas, adultos e adultas, em função de seu comportamento exemplar dentro e fora do skate.
Esse blog é só um ano mais novo que a própria Rayssa, e, gostando de acompanhar e assistir as Olimpíadas desde os anos 90, jamais imaginaria que uma criança de 13 anos fosse ser inspiração para um artigo do blog e pudesse nos ensinar tanto em termos de superação, alegria, leveza no agir e autenticidade no falar.
A Rayssa nos ensina a nunca perdermos a nossa essência, sejamos nós adultos, sejamos nós crianças, e a sempre termos uma atitude interna positiva, que certamente se refletirá em nossas atitudes externas.
Portanto, nada mais justo do que encerrar esse post com uma frase da própria Rayssa:
“If you can dream, you can make it happen”.
(Rayssa Leal).
Crianças simplesmente não tem ainda maturidade para compreender o que está acontecendo ao seu redor , pra ela estar competindo numa olimpíada deve ser como ir andar de skate com o Mikey Mouse e seus amigos .
Essa inocência com certeza que vai terminar a medida que ela for entrando na adolescência e ainda mais a medida que for chegando a fase adulta .
Não estou dizendo que isso é mau , apenas que a competição vai deixando de ser apenas uma brincadeira divertida para ser uma coisa séria acompanhada de sua respectiva pressão psicológica a medida que ela vai tomando mais noção da realidade .
Oportunas reflexões, ES.