O post de hoje é diferente: resolvi pegar duas dúvidas recentes que os leitores fizeram na caixa de comentários, e transformá-las em um texto completo, na forma de um artigo.
Fiz isso porque um artigo tem um espectro mais amplo de leitores, e, portanto, pode conduzir a um aprendizado coletivo melhor, além, é claro, de poder gerar múltiplas respostas, a partir de diferentes perspectivas sobre os temas em questão.
1. Otimizando a reserva financeira
A primeira dúvida é a do leitor Antônio:
“Tenho um investimento no Banco do Brasil que trato como uma reserva financeira. Mas penso que esta reserva talvez possa ser otimizada. Poderia separar uma parte e buscar alternativas mais rentáveis? Será que do jeito que está é o recomendável?
Atualmente estão aplicados R$ 40 mil no BB RF Ref DI Plus Estilo, com resgate automático.
Foi uma aplicação que você mesmo me indicou, pois antes eu deixava num outro BB RF CP, que tinha uma taxa de administração bem maior.
Tenho um perfil conservador, mas, na medida do possível e considerando minhas limitações como investidor, preciso cuidar desta reserva. O que você pode me orientar?
Sua sugestão é sempre muito bem-vinda.
Desde já agradeço a atenção.
Atenciosamente,
Antônio”.
1.1 Revisão da reserva de emergência
A primeira coisa que eu faria é revisar a aplicação financeira. Com a taxa de juros nos níveis atuais – 6,50% a.a. – qualquer ganho extra que puder ser obtido mediante redução dos custos operacionais terá um significativo impacto na rentabilidade líquida final do investimento.
Esse fundo BB RF Ref DI Plus Estilo possui uma taxa de administração muito alta, de 1% a.a., que, embora seja uma das menos piores no BB, no contexto atual, deve ser evitado ao máximo, tendo em vista o surgimento de alternativas bem mais baratas.
Recentemente publicamos um artigo destacando 2 novos fundos referenciados DI com taxas de administração de 0,1% e 0,05% a.a., que, obviamente, proporcionam uma rentabilidade líquida final muito superior ao produto do BB, com igual nível de segurança, já que todos eles investem majoritariamente em títulos públicos que acompanham a variação da taxa SELIC.
Se, por questões de conforto psicológico, você achar que seria muito “arriscado” investir em fundos de investimentos referenciados DI fora dos grandes bancos de varejo, a solução mais apropriada é fazer uma substituição gradual das reservas financeiras, pois barreiras psicológicas só se superam quando se pratica os conceitos que são ensinados na teoria.
1.2 Aumentar o nível de conhecimento financeiro
A segunda e mais importante tarefa a ser realizada é gastar tempo estudando.
Em situações em que não se tem conhecimento prévio sobre investimentos, aliado ao fator “insegurança” quando se trata de busca de alternativas mais rentáveis (e que, portanto, implicam em risco maior), a primeira e mais importante recomendação que eu faço é você investir em sua educação financeira.
Não há como ter uma carteira de investimentos mais rentável ou mais otimizada sem haver previamente um gasto mínimo de tempo estudando o que você quer com o dinheiro.
E isso não envolve apenas aprender sobre os investimentos em si próprio considerados, mas também “personalizar” os investimentos de acordo com suas circunstâncias e situações particulares, tais como:
- O que você pretende fazer com o dinheiro? Consumir, investir mais…?
- Qual é o prazo do investimento? 1 ano, 5 anos, 25 anos…?
- Você aceita ver oscilações negativas na rentabilidade do investimento, ou prefere saber de antemão quanto irá ter no futuro?
- Você já investiu em títulos privados de renda fixa, tais como debêntures, CDBs de bancos médios e pequenos etc.?
- Liquidez imediata é algo importante para você?
Veja, são perguntas cujas respostas dependem totalmente de você, e sem as quais é impossível traçar uma resposta precisa e que atenda satisfatoriamente suas necessidades.
Uma coisa que as pessoas leitoras do blog precisam é aumentar seu grau de educação financeira constantemente, de modo a serem capazes de ter um espírito crítico e reflexivo, o que implica inclusive em questionar o conteúdo daquilo que é por aqui publicado.
De uns tempos para cá, eu tenho evitado dar respostas prontas – a famosa “receita de bolo” – sobre investimentos em geral (vide esse post), simplesmente porque é impossível identificar com precisão uma resposta satisfatória a partir de uma pergunta feita de modo genérico, por mais detalhados que sejam os dados contidos no enunciado da pergunta.
Sei que a ansiedade é grande em algumas pessoas. Sei também que, por questões associadas ao desejo biológico inato do ser humano de buscar o imediatismo inclusive quanto às respostas, há uma vontade natural de buscar soluções e respostas prontas. Não digo que esse foi o caso do leitor, pois ele deu alguns parâmetros que permitiriam uma resposta mais personalizada. Entretanto, continua sendo bastante comum receber a pergunta clássica sobre “qual é o melhor investimento”.
Mas tudo o que envolve respostas melhores exigem um conhecimento prévio aprofundado.
Logo, aumentar o nível de educação financeira é fundamental para progredir como investidor e superar eventuais limitações que ainda existem.
1.3 Conclusão
Minha recomendação para o Antônio, portanto, é ele investir em sua capacitação intelectual no campo das finanças.
Ele, ao afirmar que “tem limitações como investidor”, mas que, ao mesmo tempo, “precisa cuidar dessa reserva”, assume que não tem habilidades específicas para otimizar essa reserva financeira.
A melhor alternativa, nesse caso, não é simplesmente delegar a capacidade de pensar a agentes externos e aproveitar as conclusões de terceiros para seus próprios investimentos, mas sim aprimorar sua própria educação financeira. Por quê? Porque ninguém está em melhores condições de pensar sobre os investimentos do Antonio do que ele mesmo.
É isso que eu tenho feito no blog: incentivar as pessoas a saírem da zona de conforto, a estudarem muito, e a agirem de forma autônoma e independente em suas próprias decisões financeiras. Não é simplesmente dar o peixe, mas ensinar a pescar, é oferecer as ferramentas e ensinar como usá-las, é ressaltar continuamente a importância de manejá-las por conta própria.
É claro que um “olhar de fora” é útil para validar ou não determinadas atitudes financeiras do que fazer a respeito de seus próprios investimentos, mas veja que até isso pressupõe um conhecimento prévio sobre o que fazer com o próprio dinheiro.
2. Escolhas erradas de ações: o que faço agora?
Eis a dúvida do leitor Cristiano:
“Boa noite Guilherme.
Primeiramente parabéns pelo post e pela clareza nas informações.
Estava eu aqui desesperado procurando respostas para a minha dúvida e eis que vi sua página. Li algumas respostas, de que você não recomenda resgatar no prejuízo, mas não sei se essa dica vale para qualquer investimento.
Agradeço se puder me ajudar, pois até com o gerente do banco que me indicou investir eu já discuti, porque quando vi o extrato hoje me senti assaltado pelo banco…rsrs
Sou leigo no assunto e geralmente acredito nas dicas dos gerentes.
Sempre apliquei em CDB, mas como estava em baixa, eu resolvi arriscar.
Há 1 ano eu apliquei 4 mil reais (apenas para conhecer) no Fundo “Seleção Plus Ações” do Santander. Não acompanhava e, para minha surpresa, semana passada vi que estava em queda, e que eu só tinha 3.600. Deixei passar alguns dias e em 1 semana já caiu mais de 100 reais, ou seja, agora só tenho 3.500.
Conclusão: em 1 ano já perdi mais de 10%. O que devo fazer? Resgatar?
Será que consigo recuperar pelo menos o que perdi?
Se eu for muito otimista e não ter um infarto antes, será que consigo lucrar depois de toda essa queda, deixando mais tempo aplicado?
Eu sou leigo, parece que essas ações não tem prazo de validade, pois li em uma de suas respostas para a pessoa se acalmar com a queda e que no final do contrato ela consegue recuperar. Mas eu acho que esse fundo de ações do Santander não tem prazo de final de contrato.
Por favor, me ajuda. Estou desesperado e sem saber o que fazer.
Eu ia resgatar (mesmo perdendo 500 reais) mas, como para algumas pessoas você orientou esperar, eu resolvi expor meu caso e o tipo de fundo que apliquei, para que você possa me ajudar nesse caso especificamente.
Já agradeço de antemão pela sua ajuda.
Um abraço.”
Aqui temos alguns erros produzidos pela ausência de conceitos básicos e clássicos de educação financeira, que todos nós cometemos algum dia de nossas vidas – eu pelo menos me identifiquei com vários deles.
2.1 Jamais confie em dica de gerente
Antes de tudo, valem para o Cristiano as mesmas recomendações que fiz para o Antônio no item 1.2.: gaste tempo estudando educação financeira de base para, dentre outros motivos, evitar cair na armadilha da dica do gerente de banco.
Não que todas as recomendações de todos os gerentes sejam 100% furadas: até os bancos resolveram se mexer e melhorar a qualificação dos seus profissionais.
Mas isso não elimina o problema central dos gerentes de bancos: o conflito de interesses.
O seu interesse é maximizar seus retornos, o interesse do gerente é maximizar os retornos do banco, e não os seus. Cuidado com isso!
Um gerente do Bradesco nunca, jamais, irá indicar um produto do Itaú ou que esteja na prateleira da Órama ou da XP. Da mesma forma, um gerente do Itaú dirá que é melhor concentrar seus investimentos no próprio banco. Jamais dirá para operar fundos imobiliários na Socopa ou ações no home broker da Modal.
Quanto maior a ausência de conhecimento financeiro do cliente, maior será o poder mental do gerente de banco. Não aceite passivamente essa situação, pois é o seu dinheiro que estará em jogo.
E a melhor maneira de virar o jogo é gastar tempo estudando educação financeira. Um bom começo é lendo os mais de mil artigos que publicamos no blog (aqui).
2.2 Estude muito antes de começar a investir em ações
Um erro clássico do investimento em ações é investir sem ter gastado sequer uma hora estudando antes, com base em dicas de gerente de banco, que recomenda, óbvio, produtos do próprio banco, muito caros e com péssimos resultados. Quem nunca fez isso?
Digo isso por experiência própria: lá pelos idos de 2006/2007, comecei minha incursão no mercado de ações nos famigerados Fundos BB Vale e BB Petrobras, certamente com pesadíssimas taxas de administração, e péssimos resultados.
De 2007 a 2011, foram 4 anos de treinos intelectuais pesados, estudando ativamente principalmente através de livros e aprendendo com os erros na parte prática do dia a dia no home broker, alguns deles bem expostos no blog, como aquele post em que contei que gastei R$ 74 de corretagem para comprar ações (!).
2.3 Tenha paciência
O leitor investiu no fundo “Seleção Plus Ações” do Santander: taxa de administração pesadíssima, de 3%, taxa de performance de 20%. E, no histórico passado, ainda apanhou feio do IBovespa, nos últimos 5 anos, rendeu 25%, contra 53% do IBovespa.
Ainda bem que o valor investido foi relativamente baixo: R$ 4 mil.
Como eu disse para ele inicialmente:
“Você só perde quando realiza prejuízo, ou seja, quando decide vender. Até o momento atual, você “está” no prejuízo, o que não significa que você “teve” prejuízo.
E mais, você estaria hoje vendendo no pior momento possível, que é justamente em meio a essa turbulência eleitoral que estamos vivendo.
Como aparentemente você não precisa do dinheiro no curto prazo, eu, se fosse você, esperaria mais 2 anos, no mínimo. Ações não são pra ficar olhando todo mês pra ver se subiu ou desceu, são pra longo prazo. Agora é hora de colocar em prática esse ditado”.
Não só isso, mas também é preciso colocar em prática a virtude da paciência. De saber esperar. A paciência é uma virtude que se adquire exercitando, e não lendo sobre suas vantagens teóricas numa folha de papel (ou numa tela de computador).
Além disso, “investir em ações apenas para conhecer” é um grande erro, pois inverte a ordem natural das coisas.
A ordem natural das coisas é conhecer primeiro, e investir depois. O conhecimento tem que ser prévio.
2.4 Conclusão
Minha recomendação para o Cristiano é a mesma dada ao Antônio, ou seja, é ele investir em sua capacitação intelectual no campo das finanças.
Ninguém, absolutamente ninguém, está imune a erros. O problema é persistir nos erros. É para isso que existe a educação financeira: para fornecer as ferramentas mentais produtoras das habilidades específicas na administração dos investimentos.
Faz uma diferença enorme você ser um autodidata nas finanças, e o melhor disso tudo é que os efeitos não ficam restritos ao campo financeiro: eles proporcionam uma melhor qualidade de vida, em praticamente todos os sentidos, mental, físico, emocional, psicológico, simplesmente porque muito do que está à nossa volta depende de dinheiro.
Agradeço ao Antônio e ao Cristiano pelo envio das dúvidas, e desejo-lhes sucesso na condução de seus investimentos!
Guilherme,
“Mas tudo o que envolve respostas melhores exigem um conhecimento prévio aprofundado.”
Esses dois fatores ampliam a visão, o que proporciona melhor preparação para tomar decisões melhores.
Quando não entendia quase nada sobre o assunto, “investi” em um fundo de renda fixa com a absurda taxa de administração de 4%aa, mas que sorteava um carro por semana. A gerente me mostrou tantas vantagens em participar do sorteio, que acabei ficando alguns anos com esse “investimento”, até encontrar alguns blogs de finanças que ampliaram minha visão tão limitada na época sobre investimentos.
Todos cometemos erros na vida. Acho que o que mais importa é procuramos opções para mudança de rumo ao detectarmos que nossa escolha não foi bem sucedida.
Aprender sempre é fundamental para alcançarmos bons resultados.
Boa semana!
Excelente depoimento, Rosana!
Concordo com o que você disse: o resultado natural do processo de aprendizagem contínua é a nossa melhoria constante na arte de bem investir o dinheiro.
É impressionante a qualidade dos frutos que podem ser colhidos com a educação financeira aplicada na prática.
Boa semana também!
Adquirir educação financeira é o 1o passo. Existe inumeros sites, blog, live etc on line. Tudo de graça.
Sobre fundos de invest não analiso
só a tx de admin e performance analiso a rentabilidade que já é líquida dessas taxas.
De que adianta tx ser baixa e fundo rende pouco. E outro fdo a tx ser maior mas render mais. Importante também analisar indice de risco e de sharpe o histórico e prazo resgate.
Oi Adri, muito boas as suas observações.
Como se pode perceber, há diversas variáveis a serem estudadas na análise dos fundos de investimentos.
Abraços!
A resposta para a pergunta mais feita sobre o tema “qual é o melhor investimento?” é simples. Invista no seu conhecimento. O retorno é garantido.
Perfeito, Sandro!
Bem, essa questão de comprar ações erradas, também foi assunto na caixa de comentários do artigo da semana passada.
Neste caso de hoje, como falta conhecimento prévio financeiro de ambos os leitores, realmente é melhor deixar o dinheiro onde está, enquanto se estuda melhor o mercado financeiro.
No entanto, para quem estar com um pouco mais de bagagem e conhecimento, pode sim retirar o dinheiro no prejuízo e recuperá-lo de uma outra maneira (para isso servirá o conhecimento prévio).
Eu mesma aprendi no artigo passado, quando um outro leitor me abriu os olhos para pontos que eu ainda nao enxergava no meu erro.
Aconselho aos dois lerem muito sobre o assunto, pesquisar, conhecer youtubers especialistas nestes assuntos e quando tiver segurança do que fazer, agir. Um abraço e boa semana a todos do blog.
Ótimas dicas, Isabela!
Abraços, e boa semana também!
O estudo é fundamental para aumentar o conhecimento e perder algum “medo”.
Quanto ao investimento tudo depende dos objetivos e como a pessoa lida com a volatilidade.
Quando a pessoa entra em algum investimento ligado a ações é normal variar para baixo e para cima!
Abraço e bons investimentos.
Sem dúvida, DIL. Melhorar o racional ajuda até a controlar o emocional.
Abraços!
Olá, Guilherme! Excelentes respostas: nada como investir em nosso conhecimento financeiro, pois os produtos mudam muito e, se conseguimos entender os pontos-chave, como eles funcionam e se relacionam visando um objetivo, conseguiremos utilizá-lo em qualquer situação.
Faço apenas um acréscimo à pergunta do Antonio. Ele disse: “Poderia separar uma parte e buscar alternativas mais rentáveis?”.
Eu teria entendido essa questão como manter uma parte de sua reserva financeira no produto atual, retirar um montante e investir em outro produto, mais rentável.
Se a ideia é realocar o montante em um fundo mais rentável, seguro, ok, perfeito. Mas se a ideia é “dividir” seu colchão de segurança, minha resposta seria um grande “NÃO”, ainda mais se entendermos que o Antonio queira realocar em outros ativos mais rentáveis (renda variável, por exemplo).
Ou seja, a ideia dele soou-me um pouco como “utilizar parte da reserva para diversificação em uma carteira de ativos”.
A reserva financeira deve buscar primeiramente segurança e liquidez. Rentabilidade é bom, claro, mas nunca deixando de lado as duas primeiras variáveis.
Abraço!
Excelente complemento, André!
Aliás, estou de acordo com você: para montagem de uma reserva de emergências, a rentabilidade acaba ficando em segundo plano.
Abraços!
Boa noite, Guilherme!!! Excelente post…como sempre! RS!! Obrigada pelos esclarecimentos!!!
Obrigado, Mônica!
Obrigado Guilherme pela atenção e também ao pessoal do blog.
Vamos devagar e aprendendo.
Abraços
Em relação ao primeiro questionamento: Geralmente quando damos os primeiros passos no mundo dos investimentos somos cautelosos demais, bastante conservadores, o medo e o desconhecimento tomam conta da gente e a possibilidade de perder nos assombra. Começar aos poucos, como foi falado, é um bom caminho, eu mesmo para começar no tesouro foi bastante difícil e para partir aos titulos privados ainda mais, comecei aplicando em títulos de curta duração (LCI/LCA de 6-12 meses) logo vi que o dinheiro voltava e fui ampliando a duração desses empréstimos e escolhendo bancos mais “arriscados”, hoje em termos de renda fixa já estou tranquilo, hoje inclusive procuro abrir conta diretamente com as instituições emissoras para não perder % para intermediários.
Quanto ao segundo quadro, vejo que o investidor aplicou algo sem entender os riscos a que estava exposto, aguardar talvez não seja a melhor alternativa, não conheço o fundo em questão e talvez uma recuperação demore demais de acordo com o histórico de desempenho, neste caso o prejuízo é pequeno e o aprendizado grande, se a perspectiva não for das melhores procurar algo que te dê retorno melhor nesse momento pode gerar recuperação de maneira mais rápida.
Saia do fundo, pois você não tem a menor ideia do que está fazendo.
Renda variável é assim. Varia pra cima e para baixo.
Se quer segurança coloque na renda fixa.