Dinheiro compra valores e necessidades que a razão empresarial desconhece
A educadora financeira Elen Angela Dutra publicou, no blog Lindas e Econômicas, um texto muito interessante a respeito das funções que o dinheiro desempenha na vida das pessoas.
Trata-se do artigo Não poupe só para investir, em que ela narra uma história pessoal vivida recentemente, que envolvia uma escolha, dentre duas alternativas possíveis: viajar num ônibus cuja passagem custava R$ 200, ou viajar em ônibus de outra empresa, cuja passagem custava R$ 130, mas com outro nível de serviços também. Leiam:
“Semana passada eu precisei comprar, de última hora, uma passagem de ônibus para uma viagem de mais de 700 quilômetros num trajeto em que não há companhias aéreas. A viagem estava planejada, mas eu iria de carro e por isso não havia comprado passagem.
Além de não ser possível fazer essa viagem de avião, existem poucas opções de empresas de ônibus, sendo que duas são consideradas melhores e as demais bem precárias. Entre as duas, uma chega a cobrar R$ 200,00 pela passagem, enquanto a outra cobra R$ 130,00. Advinha qual passagem eu comprei?”
Ao contrário do que se poderia imaginar à primeira vista, ela comprou a passagem mais cara. Mas havia motivos bastante fortes para optar pela passagem de R$ 200. Confiram:
“Acontece que comprando a passagem de R$ 200,00 eu viajei em um ônibus novo, silencioso, limpo, em poltronas confortáveis e exclusivas para mulheres (4 poltronas desse ônibus são reservadas apenas para mulheres), com entrada USB para carregar o celular, WiFi gratuito durante a viagem, e garrafinhas de água mineral disponíveis para consumo.
Se eu houvesse comprado a passagem de R$ 130,00, da outra empresa (pela qual já viajei algumas vezes e, portanto, conheço seus ônibus), eu teria viajado em um ônibus mais antigo, que faz bastante barulho durante a viagem, deitaria em uma poltrona mais estreita, que reclina menos, e teria que andar até o fundo do ônibus para servir água de um bebedouro em um copo descartável.
Podem parecer pequenos detalhes, mas em uma viagem de quase 12 horas, esses detalhes proporcionam maior conforto e menor sensação de cansaço físico.
Aos meus colegas, quase indignados por eu ter optado pela passagem mais cara, respondi que é para isso que eu cuido das minhas finanças e poupo mensalmente: para ter dinheiro disponível e liberdade de escolha em momentos como esse”.
Será que você não faria o mesmo que a Elen fez? Tenho certeza que sim. Mas por quê?
Porque educação financeira faz você refletir sobre assuntos que, por mais paradoxal que possa parecer, vão além de temas estritamente financeiros, como acertadamente disse a (também) educadora financeira Débora Malveira, em comentário publicado aqui no blog semana passada:
“A interpretação de tudo que vemos e aprendemos também nos assuntos financeiros, vai além da educação financeira, do conhecimento, acho que considerar as nossas forças, emoções e valores faz muito sentido quando se quer ter um patrimônio sustentável e viver uma vida “feliz” com sentido. Esse equilíbrio é o que me move a trabalhar com alfabetização financeira, um desejo de considerar também esses aspectos nas necessidades de outras pessoas” (sem destaque no original).
Dinheiro bom não é apenas aquele dinheiro poupado e investido. Dinheiro bom é também – e principalmente – aquele bem gasto para satisfazer nossas necessidades e realizar nossos valores, como mais conforto, mais segurança, mais energia física, menos cansaço, e mais tranquilidade, como a Elen deixou claro no exemplo da passagem de ônibus. 😉
Você não é máquina. Seu objetivo é não é dar lucro
Em (mais) um brilhante comentário aqui no blog, o leitor Douglas escreveu:
“Exatamente o que costumo dizer. Esse artigo é perfeito Guilherme. Geralmente quem começa a investir e entender a tal curva de juros compostos fica louco e muquirana. Toma decisões erradas como escolher o que comprar apenas pelo preço, fazer viagens (isso quando faz) escolhendo hotéis pelo preço etc. Pior ainda, se recusa a fazer cursos e comprar livros (corta o principal, a educação). Vive mal, cansa (como você disse, é sufocante) joga tudo pro alto e resolve voltar a gastança.
Tem que ser feito com moderação para o hábito se sustentar”.
E, em seguida, arrematou:
“Acredito que esses exemplo (cerveja, café) etc novamente mostram como estamos aplicando as finanças empresarias as pessoais. Pensando como máquina, todo mundo seriam trilhardários. More debaixo da ponte e coma o mínimo possível e invista tudo. Essas visões nunca vão pra frente porque esquecem que as pessoas ganham dinheiro para ter prazer e não para ficar rico. Do que adianta dizer que Uber é melhor que comprar o próprio carro se você tem prazer em ter um carro ao invés de ficar alugando o dos outros?
Investir não é oposto de ter prazer. Ter prazer não é sinônimo de ser pobre. Finanças pessoais não é contabilidade empresarial”.
E esse é, infelizmente, um problema de muitas pessoas: tentarem aplicar, na vida pessoal, com todo rigor, princípios que são próprios e específicos das finanças empresariais.
Os resultados serão inevitavelmente ruins, porque as necessidades empresariais, as necessidades corporativas, em boa parte dos casos, são muito diferentes das necessidades humanas.
O objetivo básico de uma empresa, no mundo capitalista, é dar lucro – e satisfazer, com isso, os interesses e direitos dos acionistas. Para atingir tal objetivo, a empresa lança mão de diversos instrumentos para minimizar “ao máximo” os custos – lembre-se, por exemplo, do orçamento base-zero da Ambev.
Já o objetivo básico de um ser humano é… ser feliz.
O raciocínio do corte de custos, se levado às últimas consequências, é inaplicável às finanças pessoais, pois os seres humanos têm necessidades e valores que as empresas não têm.
Retomando o caso da Elen, se ela estivesse viajando por conta de uma empresa, dificilmente a empresa aceitaria pagar a passagem mais cara, exatamente porque os valores imateriais representados pelo conforto do ônibus novo, serviço de WiFi, poltronas exclusivas para mulheres etc., não são necessidades inerentes às empresas, mas… são fundamentais e fazem diferença para uma pessoa física.
Você poderia até contra-argumentar que o objetivo de todos nós seria, sim, dar lucro, no sentido de acumular patrimônio, investir bem, e sempre gastar menos do que se ganha.
Eu até concordo com essas premissas, mas discordo da conclusão. Devemos, sim, controlar as despesas, maximizar os ganhos, e investir com sabedoria.
Mas o objetivo principal de você não deve ser o de dar lucro – isso pode até ser estipulado como um objetivo secundário.
Na verdade, o objetivo principal de você é viver bem, é ser feliz, e o dinheiro serve como uma importante ferramenta, um importante meio, um ótimo instrumento, para alcançar esse objetivo, mas somente nas áreas em que o dinheiro for necessário – e acredite, ele não é indispensável em muitas áreas.
Conclusão – O que o dinheiro compra, o que o dinheiro é – versão remasterizada 2017 😉
Na verdade, esse era o subtítulo que pensei, inicialmente, em dar ao artigo, mas que resolvi trocar, em função da mensagem central que quero transmitir no dia de hoje.
A essa altura do texto, você já deve ter construído em seus circuitos cerebrais a mensagem que está nas entrelinhas do texto de hoje, inspirado nas histórias e comentários dos leitores Elen, Débora e Douglas.
Sim, repetindo o que eu disse em fevereiro de 2010, num texto que se tornou clássico aqui no blog, o dinheiro nada mais é do que uma ferramenta para melhorar a qualidade de sua vida. O dinheiro constrói a proteção dentro da qual as pessoas podem valorizar e mesmo curtir os bons momentos em que optam por gastar seu tempo.
Há muitas pessoas que se preocupam tão-somente em acumular dinheiro – o meio, a ferramenta – e vivem em função disso, que se esquecem completamente de acumular outros valores, se esquecendo, portanto, de viver em função de suas paixões, sua família, seus relacionamentos, seus sonhos, sua saúde. É fato que o dinheiro em si é inútil, e só passa a adquirir algum sentido na medida em que passa a ser usado – ou potencialmente usado – por alguma coisa em troca.
Não seja apenas um acumulador de dinheiro. Seja também um acumulador de recursos físicos, um acumulador de saúde, um acumulador de amor, um acumulador de fé e de riquezas espirituais, um acumulador de sabedoria, e de valores imateriais.
É importante poupar e investir? Mas é claro que é! Ninguém aqui está dizendo que não se deve gastar menos do que ganha.
Na verdade, é exatamente porque você poupa, investe e tem reservas, que você pode comprar uma passagem mais cara, no lugar da mais barata. Porque você tem dinheiro. E, com o dinheiro, vem uma coisa muito importante: ele te dá opções.
Vejam a conclusão do artigo da Elen:
“Ser financeiramente organizada e ter uma vida equilibrada não é comprar só o mais “barato”, só o necessário e jamais comprar supérfluos. É usar o seu dinheiro da melhor maneira possível para você viver bem, poupar regularmente e assim, com a reserva formada, ter liberdade de escolha! Você abre mão de comprar algumas coisas em troca de ter a disponibilidade financeira que te permite comprar outras, que agreguem mais valor à sua vida”.
É isso mesmo. Dinheiro sempre deve ser visto como uma ferramenta, um meio. Evite gastar com coisas que não preencham seus critérios de necessidade, gostos pessoais, preferências. E gaste, sim, gaste, com coisas que estão dentro do seu raio de valores pessoais.
Termino esse post com as palavras magistrais do Douglas, que são perfeitas para encerrar o artigo com chaves de ouro:
“Investir não é oposto de ter prazer. Ter prazer não é sinônimo de ser pobre. Finanças pessoais não é contabilidade empresarial”.
Boa semana a todos!
Ótimo artigo e comentários!
O problema é que acabamos tendo 2 extremos: o gastador voraz que se endivida de um lado e o tio patinhas que economiza tudo do outro. Fica parecendo que o equilíbrio é para poucos.
Esta decisão do ônibus mais caro foi acertada para as condições de vida da autora, isto é, alguém que está em dia com suas finanças. Se estivéssemos falando de alguém super endividado, me pareceria mais apropriado o ônibus mais barato.
Aproveito o espaço para indicar um livro diferente, talvez até controverso, mas que vale a pena ler para conhecer outras visões: “Vida de rico sem patrimônio”, do Rodrigo Zeidan.
Abraços!
Excelente ponto.
O que foi dito no artigo é aplicável a algumas das pessoas que já aprenderam os conceitos básicos das finanças pessoais, já começaram a poupar, mas levaram isso para um certo extremo.
Infelizmente, no caso de 90% (ou 95%, ou 99%, difícil precisar) do povão, que vive no vermelho, que provavelmente não sabe nem dizer quanto ganha (e o que dizer de quanto gasta), afirmar uma coisa desse tipo é um perigo. O sujeito pode achar que isso justifica porque ele precisa morar no bairro da moda, porque ele precisa ter um Jeep Renegade ou Hyundai IX-35, porque ele precisa viajar todo ano para Miami, etc. Enquanto esse tipo de sujeito não aprender um mínimo sobre frugalidade, não adianta dizer que ele não precisa ser tão frugal assim.
Para se ater ao exemplo do carro: em um site que acompanho, havia uma pessoa que dizia que o valor do seu carro não deve ultrapassar 10% do dinheiro que você tem investido. Sou o primeiro a admitir que infelizmente ainda não sigo essa regra, e é o tipo de coisa bem difícil de seguir até você acumular um patrimônio razoável de início (e o paradoxo: é difícil atingir tal patrimônio se você não tenta seguir regras como essa). Mas uma regra do tipo, possivelmente mudando a porcentagem, é uma coisa bem mais interessante para se tentar seguir, pois deixa claro que carros como os exemplificados acima deveriam ser somente “coisa de rico”, muito embora se você olhar em volta, vai parecer que qualquer sujeito que nem tem onde cair morto tem o direito de ter um carro desses.
Excelentes reflexões, Swine.
Dentro do contexto citado por você, a educação financeira acaba funcionando como um pressuposto indispensável para a pessoa poder fazer escolhas mais acertadas, inclusive quanto às suas reais disponibilidades orçamentárias.
É verdade Renato, as decisões precisam ser coerentes com a situação em que a pessoa se encontra. Se a pessoa sempre escolhe “o melhor”, “mais confortável” etc e tal, provavelmente vai criar problemas financeiros. Há 6 anos, por exemplo, comentei com uma amiga que eu precisava trocar o meu notebook e imediatamente ela disse que eu deveria comprar um BOM notebook, da Apple! Eu olhei pra ela e respondi “amiga, eu uso notebook só pra estudar e acessar a internet, não preciso de um notebook da Apple e nem tenho grana suficiente pra isso, já que ainda não tenho várias outras coisas necessárias na minha casa”. Meses depois essa minha amiga, que tinha um salário 3 vezes maior que o meu e morava com os pais, me contou que estava endividada e não sabia o que fazer para pagar a fatura do cartão de crédito… Por mais que ela ganhasse bem, as escolhas dela criaram problemas financeiros.
Perfeito, Ângela. Compras conscientes sempre devem ser realizadas tendo em vista as particularidades e situação financeira de cada pessoa.
Não é possível aplicar as regras como se fosse gerais. Afinal, o que funciona para um pode não funcionar para outro, e inclusive pode não funcionar até para a pessoa que está dando a dica, como no caso da sua amiga que sugeriu um notebook mais caro, sendo ela própria uma pessoa carente de educação financeira.
Olá Renato, excelente comentário!
De fato, a compra mais adequada deve refletir não só os valores e crenças da pessoa, mas também suas atuais circunstâncias da perspectiva financeira.
É mais do que fundamental Economizar sem Perder o Prazer de Viver.
Um grande abraço|
Sem dúvida, grande amigo Cleiton!
Olá Guilherme! Como sempre, excelentes pensamentos!
Concordando com o comentário do Renato e do SwineOne, acredito que essas escolhas passam, na verdade, pelo bom senso das pessoas. Um bom senso que avalie o estágio em que ela está na vida, seus objetivos e o que ela realmente possui. O bom senso nem sempre é “bom”. Já ouvi muitas pessoas escolhendo coisas porque acham que “merecem”. E ponto. É uma situação delicada.
Eu concordo 100% com as ideias escritas no texto, mas quando as decisões são baseadas no (real) bom senso. O que não deixa de ser algo relativo também. Enfim.., não sei se entendeu o que quero dizer.
Quando eu comento de estágio na vida, exemplifico minha própria jornada. Hoje eu “economizo” muito menos do que economizei no passado. Gasto até um pouco mais. Mas para isso, eu utilizo uma planilha anualmente que mostra minha situação patrimonial, todos os gastos previstos para o futuro interligados a uma taxa de rendimento de minhas aplicações. Se na coluna em que eu estiver lá com meus 80 anos eu ainda possuir um valor alto de patrimônio, começo a aumentar meus gastos agora, no próximo ano. E se der caca daqui há alguns anos anos, diminuo-os de forma a manter um saldo confortável no futuro.
Eu publiquei essa planilha no blog uns dois posts atrás, não sei se vc viu. Acho que pode ser interessante para fazer tal planejamento.
Abraço e boa semana!
Oi André!
Excelentes reflexões, como de costume!
É essa a importância dos comentários: permitem agregar novos conteúdos às ideias contidas no artigo, ampliando o raio de debate para um espectro mais amplo de discussões. 😉
Vi sim o post do seu blog sobre o controle dos gastos, e é uma ferramenta valiosíssima.
Aliás, essa é uma das “belezas” de um bom planejamento financeiro: dar flexibilidade suficiente para as pessoas terem até condições de “gastar mais”, se assim quiserem.
Abraços!
Excelente post Guilherme!
A grande questão de nos educarmos financeiramente é de nos proporcionar a liberdade da escolha!
Ir a um restaurante e gastar um pouco mais? É possível!
Ir ao Allianz Parque e gastar uma bela grana com ingressos? É possível!
Tudo graças ao conhecimento e prática que fazemos dia a dia…
Abraços!
Perfeito, II!
Gostei muito da sua frase:
“A grande questão de nos educarmos financeiramente é de nos proporcionar a liberdade da escolha!”
E talvez seja essa a grande sacada da independência financeira, que é a liberdade maior, que proporciona ao sujeito a eleição de diversas “micro escolhas” em sua vida.
Abraços!
ótimo artigo para reflexão.
Como sempre o equilíbrio sendo o melhor caminho
Valeu, Marcos!
Se eu soubesse que você usaria minhas palavras em um artigo eu teria revisado meu português. kkkkk
rsrsrsrs….. mas seu português está perfeito, e nem precisa de revisão! 😀
Guilherme,
Muito bom o seu post, foi muito adequado para o momento que estou vivendo.
Muitas vezes vemos o dinheiro como um fim e não como um meio. Eu demorei a entender, mas hoje concordo totalmente com a Elen: melhor gastar um pouco mais, mas ter uma viagem agradável, do que gastar menos e ter uma viagem estressante.
Acredito que isso vale também para a alimentação. Muitas vezes optamos por pagar menos em um produto que sabemos ser de qualidade inferior ou muito artificial com o objetivo de economizar, por exemplo: frutas, sucos industrializados ou refrigerantes?.
Eu acho que não vale a pena o risco, pois a saúde é como um cartão de crédito: um dia a fatura chega.
Boa semana!
Exato, Rosana!
Entender as reais funções que o dinheiro representa é um grande e importante primeiro passo para dar um significado mais expressivo à própria ideia de educação financeira.
Boa semana também!
Eu discordo da escolha da Elen…rsrsrs. EU optaria sim pela passagem mais barata. Compraria minha garrafinha de água, usaria meu 3G e não faço questão em ter poltronas mais largas e reclináveis. Não vou deixar de ter prazer nessa viagem…
Acredito sim em equilíbrio. Chegar ao equilíbrio é difícil, isso é verdade. Temos sempre que nos policiar para que o dinheiro (ou a economia em excesso do dinheiro) não domine nossa mente. Fazer a tarefa de casa (gastar menos do que se ganha) já é algo positivo.
Semana passada optei por ficar em um hotel mais simples, mas que tinha uma boa localização e o básico: piscina e café da manhã. Gastei com bons passeios, bons restaurantes, fiz algumas comprinhas para mim e meus filhos.
No entanto, meu marido reclamou, disse que preferia ter ficado num hotel melhor e fazer menos passeios, comer em restaurantes menos caros etc. Acho que cada um pensa de uma forma diferente, tem valores diferentes. Difícil se chegar num consenso, muitas vezes.
Essa regra de ter um carro equivalente a 10% do que você tem investido é ótima! Pena que 99% dos brasileiros não a seguem e nem sequer a conhece. Compram carros financiados e se tiver uma poupança mínima, está de parabéns! rsrsrs
Muito legal esse artigo, para refletirmos sobre o equilíbrio e para ver que as pessoas fazem escolhas diferentes, tem valores diferentes e visões diferentes! Parabéns!!!
Excelentes comentários, Isabela!
Gostei particularmente da maneira como exemplificou o caso da escolha do hotel, e os impactos das diferenças de visões com seu marido em relação a essas escolhas. Mostra bem que nem sempre é fácil chegar a soluções consensuais, e que escolhas diferentes refletem bem valores igualmente diferentes.
Sobre a regra do valor do carro, sugerida pelo Swine, é realmente bem interessante, mas o que eu mais vejo é as pessoas transformarem esse passivo (carro) no centro de atenção de suas respectivas vidas financeiras, o que acarreta consequências bem nefastas em nível de planejamento financeiro.
Abraços!
Concordo com a escolha da Elen pela passagem mais cara. Sábia escolha. Questão de percepção acurada de custo-beneficio e valor agregado. E jamais de esbanjamento, que é algo totalmente diferente e não vem ao caso.
Situação análoga: bistrô 1 cobra taxa de rolha, cardápio mais enxuto, tem pratos mais caros porém extremamente bem executados por chef profissional que utiliza receitas mediterrâneas e ingredientes frescos de altíssima qualidade. Está no mercado já há bastante tempo, tem bons frequentadores e habitués low profile que realmente apreciam a boa culinária, num ambiente intimista, com iluminação cálida, ao som de jazz.
Serviço irrepreensível.
Bistrô 2, recentemente inaugurado, possui proposta mais “descolada” por assim dizer, quer atrair público alta renda igualmente “descolado” (e barulhento), ofereceu algumas promoções, tem cardápio um pouco mais amplo, com variada gama de preços e até inferiores aos do bistrô 1, no entanto pecam pela falta de esmero tanto no preparo dos pratos (não possui chef profissional) quanto na escolha dos ingredientes, de qualidade duvidosa. Serviço de mediano para sofrível, incompatível com a proposta de um bistrô.
Conclusão: embora gaste-se em média 20% a 30% a mais no bistrô 1, o custo-benefício e a percepção de valor agregado são muito melhores, em todos os sentidos.
A experiência que ali se tem é muito prazerosa, fazendo valer a pena cada centavo gasto (na verdade, investido neste prazer).
Roger, excelente exemplo!
A percepção de valor agregado, resultado do conjunto de benefícios do bistrô mais caro, é um item fundamental que bem demonstra que não somos máquinas, e que temos necessidades bem diferentes das de um computador, que apenas imputaria os dados objetivos de preço em seus cálculos.
Eu gosto muito de uma frase que vc usa de vez em quando: “não se pode economizar como se estivesse prendendo a respiração debaixo dágua”. É isso. Tem que ser uma coisa natural, que a gente possa fazer sem considerar que é um enorme sacrifício.
Pra mim, funciona da seguinte forma: quando entram as receitas ja retiro e aplico imediatamente o percentual pré-definido. Uma vez feitas as aplicações, o resto é pra gastar… Pago as contas essenciais, e vivo o melhor possivel, dentro do valor reservado pra isso.
Dentro do valor destinado a “viver”, cada um elege suas prioridades. A Elen priorizou uma viagem mais confortável. Talvez eu não fizesse essa opção, mas certamente faria alguma outra opção que me desse prazer e alegria.
Excelente opção, Vânia!
Aliás, essa estratégia que você adotou é bem parecida com aquela que publiquei em novembro de 2010 => http://valoresreais.com/2010/11/08/via-get-rich-slowly-uma-visao-criativa-e-diferente-de-um-orcamento-baseado-em-metas-e-que-eu-gostei-e-aprovei/
Abraços!