Muitas vezes, ao estudarmos o mercado de ações e os investimentos em geral, nos deparamos com determinadas frases que resumem de modo brilhante determinados conceitos que devemos sempre memorizar, a fim de evitar cometer os mesmos erros que muitos investidores, de tempos em tempos, vivem cometendo.
No post de hoje, vamos relembrar 4 frases que já foram comentadas aqui no blog em outras ocasiões. Afinal, como eu gosto de dizer, o blog às vezes funciona como uma espécie de “sistema de lembretes”, que precisa fornecer periodicamente determinados conteúdos para o cérebro, a fim de sempre conseguirmos nos orientar bem no às vezes confuso mercado financeiro.
“The four most expensive words in the English language are: ‘this time, it´s different’.” – John Templeton
Na resenha do livro The Four Pillars of Investing, de William Bernstein (livro em inglês), destacamos a importância de estudarmos os fundamentos de uma carteira de investimentos vencedora, e um dos piores erros dos investidores é se comportar de maneira irracional, isto é, emocional, acreditando que dessa vez será diferente.
Foi, por exemplo, o erro de muitos investidores ao apostarem em ações na época em que a Bolsa brasileira caminhava acima dos 70 mil pontos, em 2008, achando que ela iria chegar a 200 mil em 5 anos, sendo que não havia fundamentos econômicos sólidos que sustentassem essa alta.
Ou então o erro de muitos investidores em imóveis no mercado norte-americano, entre 2006 e 2007, que achavam que os imóveis eram imunes à crise, e que sempre dobravam de valor a cada “x” anos.
As épocas das “bolhas econômicas” são aquelas em que mais identificamos o menosprezo de muitos investidores pela História, achando que, dessa vez, será diferente.
Daí a necessidade de estudar bem o mercado antes de se investir, investindo tempo em conhecimento antes de se investir dinheiro propriamente dito em aplicações financeiras, principalmente as que envolvem grau de risco elevado.
“Os milionários pensam a longo prazo. A classe média pensa a curto prazo”. – D. C. Smith
Agir pensando e visando o longo prazo talvez seja um dos maiores obstáculos para a construção de patrimônio de boa parte das famílias brasileiras, diante da ausência de uma cultura que valorize a formação de poupança como hábito incorporado às práticas cotidianas.
Como consequência desse tipo de comportamento, o que vemos são famílias endividadas, que priorizam o consumo irresponsável em detrimento da poupança, e que preferem a gratificação instantânea proporcionada pela aquisição de bens materiais do que a satisfação duradoura proporcionada pela edificação de um patrimônio financeiro sólido.
Na resenha do livro As 10 principais diferenças entre os milionários e a classe média, de Keith Cameron Smith, essa diferença foi quem pensa a curto prazo e quem pensa a longo prazo foi bastante enfatizada:
De acordo com o autor, pensar a longo prazo não significa apenas focar nos investimentos, mas também em outras áreas da vida, como relacionamentos e saúde. Aqui, é enfatizada a importância de desenvolver a virtude da paciência, bem como a disciplina de adiar o sentimento da satisfação.
Riqueza é aquilo que você acumula, não aquilo que você gasta. – T. Stanley e W. Danko
Ao contrário do que diz o senso comum, a maioria dos milionários não vive ostentando mansões luxuosas, carros de marca e relógios de grife. Como eu disse na resenha do livro O milionário mora ao lado, de Thomas Stanley e William Danko, alta renda não significa necessariamente estar rico, uma vez que a pessoa pode gastar tudo o que ganha, ter um alto padrão de vida (= alto consumo) e, nessas condições, não está ficando rica.
Na verdade, a riqueza tem muito mais a ver com um estilo de vida baseado muito mais em perseverança, muito trabalho, planejamento e auto-disciplina. Riqueza tem mais a ver com construção de patrimônio líquido do que com alta renda.
O objetivo central do processo de investimentos não é maximizar as chances de ficar rico – W. Bernstein
Na visão de William Bernstein, a finalidade principal de uma carteira de investimentos é ter uma aposentadoria confortável e minimizar as chances de ficar pobre, em vez de maximizar as chances de ficar rico – que ficaria como um objetivo secundário. Na resenha do livro The Investor´s Manifesto, de William Bernstein (livro em inglês), destacamos essa singularidade do pensamento de Bernstein:
Bernstein diz que o objetivo central do processo de investimentos não é maximizar as chances de ficar rico, mas sim permitir a construção de uma confortável aposentadoria e simultaneamente minimizar as chances de morrer pobre. Essa verdade precisa ser assimilada por todo e qualquer investidor, daí a minha preocupação em destacar esse trecho, justamente para chamar a atenção. O que o investidor pode fazer, então, para maximizar os retornos? O autor diz, de forma curta e direta: é minimizando as despesas.
Essa é uma afirmação com a qual concordo plenamente: já que é impossível prever o retorno futuro de qualquer classe de ativos, devemos ajustar nosso foco para aquilo que é possível prever, que são justamente os custos dos investimentos, a sua parte conhecida. Será que você não está pagando muito caro pela corretagem de ações? E na renda fixa, será que não vale a pena migrar sua reserva de emergências para fundos com taxas de administração mais baixas? Ou então, diversificar suas aplicações em produtos isentos de taxas e comissões?
Conclusão
Sempre é válido recordarmos determinadas frases sobre investimentos, que servem, como eu disse acima, para evitar cometer os mesmos erros que muitos investidores, de tempos em tempos, vivem cometendo.
Tais frases funcionam como uma espécie de “alimento” para o cérebro do investidor, auxiliando no processo de investimentos.
Boa semana!
Muito bom, acabei de escrever sobre atitude mental no blog do Viver de Construção. Enriquecer exige muito mais que investir. Bom texto!
Oi, HM, obrigado! É isso mesmo o que você disse: “Enriquecer exige muito mais que investir.”
Abraços!
Olá, Guilherme, tudo bem?
Parabéns pelo blog! Seu conteúdo é de muita qualidade.
Eu montei uma carteira de investimentos de longo prazo. Estou investindo em ações, renda fixa e imóveis. Se puder, gostaria que me ajudasse com algumas dúvidas:
Tenho intenção de investir entre 22 e 27 anos, com o objetivo de complementar minha aposentadoria. Observei que fator tempo tem papel essencial nesse processo. Você considera esse prazo citado bom?
Eu poderia alongar esse prazo um pouco, mas aí já estaria com mais de 60, não ia dar muito tempo de aproveitar essa renda… rs
Em relação às ações, eu gostaria de ter uma ideia de quanto eu poderia esperar, em média, de um retorno de uma carteira diversificada com bons papéis. E quando eu começar a usufruir dos meus dividendos, qual seria uma taxa segurada de retirada, de forma que o capital continuasse a render acima da inflação?
Por último, e aproveitando de sua boa vontade, observei que geralmente nos seus posts você dá mais ênfase, no que diz respeito à renda variável, no investimento em ETF. Você não gosta de investir diretamente em ações?
Obrigado,
Alessandro
Oi Alessandro, tudo certo!
Obrigado pelas palavras!
Sobre suas dúvidas, vamos lá:
1) Sim, é um prazo muito bom esse de 22 a 27 anos. É tempo suficiente para os investimentos “amadurecerem” e darem seus bons frutos.
2) Em termos históricos, as ações têm rendido, na média, algo em torno de 8% a 10% a.a. acima da inflação. Esse é o retorno que pode ser tomado como “referência”.
3) Já sobre a taxa segura de retirada (TSR), muitos estudos apontam um percentual de 4% do capital investido.
4) Sobre os ETFs vs. ações, sim, eu prefiro investir em ETFs, em razão de diversos fatores, dentre os quais destaco a mitigação do risco, menos gastos e despesas operacionais, e falta de tempo para investir diretamente em ações individuais, analisando balanços de empresas etc.
Abraços!
Olá Guilherme!
Frases boas para refletir, principalmente no pensar a longo prazo, pensar em ter uma aposentadoria confortável, que é o que a maioria não faz.
Abraços!
Oi Iara, obrigado!
Realmente, são frases muito boas para se refletir visando o longo prazo.
Abraços!
Excelente texto!
Valeu, Scantales!
Oi Guilherme,
boas frases, a gente sempre se engana com o nao vai acontecer comigo e tantos ricassos torraram tudo o que tem enquanto a maioria acha que riqueza é enxer um iate de panicats (deve ser divertido todo caso).
tenho curiosidade da sua carteira de investimentos, pretende divulgar alguma hora?
Abraços
Oi Ewaldo, pois é, o senso comum vai na direção oposta, muitas vezes, do que é a realidade.
Sobre minha carteira de investimentos, eu não pretendo divulgá-la, mas, na sua composição, ela acaba sendo um reflexo das ideias que eu divulgo aqui no blog: parte em renda fixa (principalmente TD SELIC, TD IPCA, fundos ref. DI com baixa taxa de administração), parte em fundos imobiliários, e parte em ações (com predominância dos ETFs, principalmente BOVA11).
Abraços!
Grande Guilherme!
Mais um excelente artigo. Adoro utilizar estas frases e bordões para “alimentar” o cérebro em busca de bons investimentos.
Assim que puder, dê uma passada lá em meu blog também. 🙂
Abraços amigo!
http://www.pobrepoupador.com
Olá Jonatam, obrigado!
Realmente, nada como “alimentar” periodicamente o cérebro com frases motivadoras e inteligentes sobre investimentos!
Passo sim no seu blog, que está a cada dia melhor!
Abraços!
Tem dois ditados que minha finada vózinha falava que são tão antigos mas se encaixam bem em qualquer tempo:
-apressado come cru
-de grão em grão a galinha enche o papo
Parabéns pelo post!
Excelentes frases, CBB!!!
Valeu!
LCA do BB 78% do CDI hoje?
Caramba, caiu de novo!?