O blog Valores Reais tem o orgulho de apresentar no dia de hoje mais um excelente guest post, abordando um tema inédito no blog: investimentos no exterior.
Raphael, autor do site Investidor Internacional, discorre inicialmente sobre a importância de você estar em contínuo aprendizado, de procurar sempre aprender coisas novas, e de investir com consistência e regularidade.
Em seguida, ele destaca que o investidor brasileiro deve diversificar seus investimentos de forma inteligente, não apenas distribuindo vários ovos em diferentes cestas de ativos, mas também colocando-os em diferentes cestas geográficas.
A diversificação no exterior é fortemente recomendada nos Estados Unidos, como já pudemos notar em vários livros cujas resenhas foram publicadas no blog. E aqui no Brasil não poderia ser diferente, haja vista que é possível captar o retorno dos mercados estrangeiros, através de mecanismos que hoje estão à disposição dos investidores brasileiros.
Aproveitem! 😀
————————–
Nossas vidas estão recheadas de decisões certas e erradas. Essas decisões são tomadas todos os dias e em todas as esferas: pessoal, familiar, social e profissional. Quanto mais decisões certas tomarmos, melhor será o nosso bem-estar no presente e no futuro. Dentro da esfera pessoal e também familiar, temos a questão financeira, e, neste caso, qual seria a decisão certa? Aprender. A melhor decisão é buscar o máximo de conhecimento e saber como implementá-lo na prática. A educação financeira deve fazer parte da sua vida o mais cedo possível, pois assim maiores serão as suas chances de sucesso.
Primeiramente, eu gostaria de falar sobre dois fatores básicos que devem servir como linha de partida para quem deseja investir. O primeiro são os juros compostos. Nunca é demais falar deles. Um pesadelo para quem deve. Uma alegria para quem investe. Daí a importância de não se endividar e, em não se fazendo dívidas, separar parte da renda para investir.
A questão é que os juros compostos necessitam de tempo para fazer seus investimentos alcançarem uma alta velocidade de crescimento. Como se pode ver na imagem abaixo, a curva começa a ficar mais inclinada para cima quanto mais se avança na linha horizontal de tempo. A rentabilidade, que não parecia ser tanta no início (a curva sobe lentamente nos primeiros anos), passa a ser mais relevante quando se tem acumulado mais. É bastante óbvio. 1.000 reais rendendo 1% ao mês rende a você 10 reais. Um milhão de reais rendendo 1% ao mês rende a você 10.000 reais.
O segundo é consequência do primeiro. Se você demora a investir e a acumular patrimônio financeiro, talvez você não viva o suficiente para ver o crescimento veloz e exponencial dos seus investimentos. Quem começa a investir aos 50 anos não terá o mesmo patrimônio e renda de quem começou aos 20, mantidas as demais variáveis.
A título de curiosidade, fiz uma pequena pesquisa com algumas pessoas e perguntei qual a média de rendimento que elas tinham mensalmente de dividendos de ações e fundos imobiliários em 2010 e qual a média agora em 2015. A atual chega a ser de 6 a 11 vezes maior agora do que há 5 anos, indicando uma alta de 600 a 1.100% na renda. A inflação acumulada neste período, medida pelo IPCA, foi em torno de 41%. Agora, imagine daqui 10 ou 20 anos…
Se você for um investidor regular e possuir essas modalidades de investimento, procure os dados antigos em sua corretora e compare com os de agora. Você vai se surpreender.
Apoiado no conhecimento sobre juros compostos, gostaria de ressaltar outros dois pontos fundamentais que mudaram para sempre a minha mentalidade no campo financeiro. Esses pontos são muito semelhantes aos que, num roteiro de cinema, chamam-se “point of no return” (ponto sem retorno). É quando o herói da história se torna 100% comprometido com seu objetivo. É quando Indiana Jones descobre a localização da Arca perdida. É quando o Gladiador chega em Roma. É quando Neo encontra o Oráculo. A partir desse ponto tudo na história será diferente. A partir desses pontos, tudo o que você pensa sobre investimentos será diferente.
O primeiro desses pontos foi ter o conhecimento sobre o quadrante de fluxo de caixa de Kiyosaki.
Robert Kiyosaki, autor do Best-Seller “Pai Rico Pai Pobre”, que provavelmente muitos conhecem, foi quem melhor traduziu o funcionamento do capitalismo a nível individual em toda a história. Tornou tudo tão óbvio, que qualquer pessoa é capaz de entender.
O quadrante se foca na diferença entre as duas colunas. A coluna da esquerda é a coluna “pobre” e a da direita é a coluna “rica”. Só existe uma diferença entre as duas.
Quem está na coluna da esquerda precisa trocar o seu tempo por dinheiro. A letra E se refere a empregado e ele precisa cumprir horários na empresa e sua remuneração é limitada pelo que a empresa está disposta a pagar. A letra S se refere aos autônomos ou a pequenos empresários (Self-Employed ou Small Business), que também precisam trabalhar. Um advogado precisa defender causas. Um médico precisa fazer consultas e cirurgias. O dono de uma banca de jornal precisa atender os clientes.
Já quem está na coluna da direita não precisa trocar o seu tempo por dinheiro. Pode estar jogando tênis no clube ou esquiando nos Alpes que a sua renda virá por outros meios. A letra B representa um grande empresário (Big Business). Ele tem uma empresa que funciona sem a sua presença. Há todo um sistema com executivos contratados cuidando de tudo. A letra I é de investidor. O dinheiro trabalha para o investidor. Ele compra ações ou títulos de dívida que rendem mais dinheiro para ele, mesmo que ele passe o próximo mês em uma pescaria no Pantanal.
Resumindo, a coluna da direita é a coluna da liberdade. A diferença é que, para se tornar um grande empresário a ponto da empresa continuar funcionando sem você, é necessário uma grande capacidade administrativa e muito tempo para tornar grande a sua empresa. Já para o investidor, basta adquirir conhecimento financeiro, muito disponível livremente na Internet ou em livros, e já é possível começar mesmo com pouco dinheiro.
Isso mostra que não só é possível mudar de coluna, como também se pode estar em mais de um quadrante ao mesmo tempo. Você pode ter o seu emprego e ser investidor. Pode ser autônomo e ser investidor.
Tornar-se um investidor é maneira mais simples de colocar um dos pés na coluna da liberdade. Recorda-se do título desse guest post? É isso mesmo: investir é se libertar. Pronto: está aqui o seu primeiro “point of no return”.
O segundo “ponto sem retorno” foi a descoberta de que era possível investir no exterior. É simples, é fácil, não é caro e um pequeno conhecimento de inglês é bem-vindo (há diversas corretoras e bancos estrangeiros que inclusive possuem atendentes que falam português).
Nota: se você quiser se aprofundar nesse assunto, o blog do Investidor Internacional é a fonte certa que recomendo para ter o conhecimento técnico necessário para investir no exterior.
Quantas vezes vimos Warren Buffett ser mencionado como o maior investidor de todos os tempos? Quantos livros lemos sobre ele? Quantas vezes vimos suas entrevistas e repetimos seus mantras? Basta comprar uma ação para ter a mesma rentabilidade dele e a não ser que você seja investidor super-qualificado (ter mais de R$ 1 milhão) e consiga comprar a BDR BERK34, que possui baixa liquidez na Bovespa, a sua única opção para ser sócio dele é investindo diretamente no mercado internacional. E não é preciso ser milionário para tal. Com U$ 500,00 já é possível abrir uma conta em corretora estrangeira.
Não é só isso. Pegue a lista da Forbes das pessoas mais ricas do mundo: Bill Gates (Microsoft), Carlos Slim (América Móvil), Warren Buffett (Berkshire Hathaway), Amancio Ortega (Inditex), Larry Ellison (Oracle), Irmãos Koch (Indústrias Koch), família Walton (Wal-Mart), Liliane Bettencourt (L´Oreal), Bernard Arnault (LVMH-Louis Vuitton) etc.
Com exceção das indústrias Koch, você pode comprar ações de todas as outras empresas mencionadas. Além disso, é possível comprar ações de empresas dominantes em seus setores, como Nestlé, Procter & Gamble, Colgate-Palmolive, Google, Coca-Cola, Exxon-Mobil, Roche, Novartis, Toyota, entre outras.
Agora veja a imagem abaixo que circula na Internet. Ela mostra como poucas empresas dominam o mercado de consumo. Na próxima vez em que for ao supermercado, procure ler as embalagens dos produtos que você compra, e certamente encontrará essas marcas. Agora, veja os produtos dos outros carrinhos. Extrapole isso para todos os supermercados, farmácias, bares e lojas do mundo. Que tal se você também pudesse ganhar dinheiro com a venda desses produtos? Basta abrir uma conta no exterior.
Não é só isso. É possível escolher entre outras milhares de ações de empresas, títulos de renda fixa, REITs (equivalentes aos nossos fundos imobiliários), metais preciosos, commodities etc. As possibilidades são imensas. Enquanto o índice CSI 300 China, que representa as ações daquele país, já bate o recorde de 2007, e nos últimos 12 meses teve uma alta de 80%, o índice Bovespa está em baixa desde 2010 e nos últimos 12 meses com rentabilidade levemente negativa (-2%). Nada mal ter 80% ao invés de -2% em sua curva de juros compostos, não é mesmo?
E o mais fantástico disso tudo é que não é preciso ter uma conta em cada país para comprar ações na Alemanha, nos Estados Unidos e Japão. Com apenas uma conta você pode ter acesso a mais de 15 países! Esse é apenas um dos motivos pelo qual eu considero o mercado de ações e de corretoras do Brasil ainda na Idade da Pedra.
Que tal ainda pode ter um cartão de crédito internacional em Dólar ou Euro e poder fazer as compras em viagens ou sites diretamente na moeda em que são vendidas e sem precisar pagar os 6,38% de IOF dos cartões emitidos no Brasil? Que tal também ter parte das economias em Dólar Canadense ou Franco Suíço, moedas cuja inflação média das últimas 5 décadas é na casa dos 2% ao ano?
No momento em que nosso país passa por uma forte crise e que nossa moeda perde mais de 40% do valor no prazo de 1 ano, é preciso parar pra pensar “Como posso me proteger disso?”. A resposta é clara: diversificação internacional. Com um conta em outro país e numa moeda forte, você não só tem acesso a investimentos não disponíveis em nosso país, mas deixa para trás o risco Brasil, que engloba a inflação cada mais alta e um improvável, mas assustador confisco, capazes de arrasar com a evolução do seu patrimônio. Já se imaginou como um cidadão na Argentina, Venezuela, Chipre e agora na Grécia? Eles também achavam que não ia acontecer com eles.
Não há tempo a perder. Tornando-se um investidor, você começa a se libertar da necessidade de trocar o seu tempo por dinheiro. Transferindo parte dos investimentos para o exterior, você também se liberta dos riscos políticos e econômicos que tanto têm feito mal aos brasileiros. E quanto mais cedo você tomar essas decisões, melhor será o seu futuro financeiro.
—————————
Sobre o autor: Raphael, autor do site Investidor Internacional, descobriu o óbvio, que o Brasil não é um país confiável e há países melhores no mundo para seus investimentos. Siga-o no Facebook.
No meu entender, o artigo é inoportuno e meio tendencioso. Façamos uma comparação grosseira, sem se aprofundar muito, em termos de renda fixa e ações.
No Brasil, a SELIC beira os 14% a/a e, apesar da inflação alta, os juros reais estão acima de 5% a/a, um dos maiores do mundo. No EUA, por exemplo, a mesma taxa, descontada a inflação, está em 0,5% a/a, ou seja, dez vezes menos. Tem sentido se aventurar lá fora?
No mercado variável (ações) está tudo meio confuso. A Grécia está aí para lembrar que o mundo está instável, e os dois carros-chefes, EUA e China, não estão nos melhores dias. No Brasil, não poderia ser diferente, e o mercado de ações patina, muito embora existam pechinchas e oportunidades.
Pra quem é disciplinado, poupador e busca o aprendizado contínuo, acho que o momento é único aqui no Brasil e não há razão para diversificação internacional. De qualquer maneira, o artigo traz pontos interessantes para reflexão do grupo. Parabéns pelo texto.
Olá,
O raciocínio em cima da diversificação internacional é bem maior do que simplesmente encontrar momentos oportunos para tal. Significa não só oportunidades novas de investimento, como também proteção quanto ao risco político do Brasil.
Ele permanece o mesmo seja no ano começo de 2008 com a bolsa a 70 mil pontos e dolar a R$ 1,60, seja em 2015 com bolsa a 50 mil e dólar a R$ 3,10.
Talvez se eu colocasse o artigo naquela época, a crítica seria: “Veja como a bolsa brasileira está batendo recordes! A economia cresce e o pré-sal é o nosso passaporte pro futuro!”
O Brasil vive muito os altos e baixos em termos políticos e econômicos. É difícil prever se daqui 10 anos seremos uma economia mais desenvolvida ou apenas outra republiqueta bolivariana quebrada. Por outro lado, é mais fácil prever como estará a Suíça ou o Canadá daqui a 10 anos. Pode ser que o dólar esteja valendo uns 5 reais, mas dificilmente estará valendo 5 francos suíços.
Pagamos os juros mais altos do mundo, porque é o empréstimo mais arriscado também. Se na visão do brasileiro comprar título público do governo federal é a aplicação mais segura, na visão de um inglês ou holandês comprar título do governo brasileiro está bem longe de ser uma aplicação segura. E olha que fecharemos 2015 em déficit e já estamos vivendo uma estagflação. É ruim para todos os investimentos.
Pode ser que melhore? Pode. Pode piorar? Também pode. Vivemos na incerteza.
Investidor Internacional,
“Se na visão do brasileiro comprar título público do governo federal é a aplicação mais segura, na visão de um inglês ou holandês comprar título do governo brasileiro está bem longe de ser uma aplicação segura.”
Poderia falar um pouco mais sobre esse assunto?
Eu também não considero os títulos da dívida pública brasileira um investimento tão seguro quanto é divulgado.
Além disso, pelo que entendo, para manter-se solvente, as taxas pagas precisam ser atrativas e a rolagem da dívida torna-se praticamente infinita, o que faz com que o governo endivide-se cada vez mais, em um círculo vicioso indefinido.
Abraços,
É exatamente isso, Rosana.
Se o governo brasileiro não emitir mais dívida não paga a dívida antiga.
Para isso sobe os juros para atrair dinheiro. Só que isso tem um efeito perverso que aumenta a própria dívida, já que os juros serão maiores em uma dívida também maior.
Aí o governo escolhe aumentar impostos para arrecadar mais. Só que isso ajuda no curto prazo e prejudica no longo, pois restringe os investimentos e a produtividade e pode levar até a redução da arrecadação em breve.
Não há outra solução que não um corte substancial de gastos públicos.
Leia este artigo sobre a Grécia que serve de lição: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2017
Abçs!
Investidor Internacional,
Agradeço por sua resposta e pelo link.
“A conclusão é fragorosa e deve servir de lição: sim, um país pode quebrar por gastar excessivamente com “políticas sociais”. ”
Eu sabia que é algo insustentável, mas não imaginava tamanha gravidade, não imaginava que algum país pudesse chegar nesse ponto sem tomar alguma atitude para evitar tal destino.
Infelizmente esse tipo de gasto sem retorno em forma de mão de obra qualificada, no giro da economia de forma geral, acaba penalizando muito a classe trabalhadora e consumidora, que acaba sendo interessante aos governos apenas como pagadora de impostos para a continuidade e perpetuação do financiamento das políticas sociais intensas e totalmente ineficientes.
“Se o governo brasileiro não emitir mais dívida não paga a dívida antiga.
Para isso sobe os juros para atrair dinheiro. Só que isso tem um efeito perverso que aumenta a própria dívida, já que os juros serão maiores em uma dívida também maior.”
Esse é um dos motivos pelos quais comecei a desanimar de investir no TD, pois, de forma direta, acredito estar ajudando a aumentar o endividamento governamental. No momento, prefiro LCI, LCA, CBD, etc.
Abraços,
Rosana
Acho que você está equivocado quando faz uma mera comparação entre a taxa de juros do brasil vs EUA. Primeiro que os bonds americanos são de baixissimo risco, então não faz muito sentido você comparar com a dívida brasileira e sim em ativos que tem o mesmo risco Brasil.
Em segundo lugar tem o fator cambial, mesmo aplicando teoricamente a 0,5% a.a, só com a valorização do dólar nos último 12 meses, a sua rentabilidade é de 39%. O que se significa que o real vale menos no mercado global, em temos de crise, tende a se desvalorizar ainda mais. E ainda temos a inflação corroendo esse valor.
Eu estou falando de 10x mais, ou seja, 900%, e você vem com 39%?
alsouza eu venho do futuro, de 2019 mais exatamente… o senhor agora entendeu o artigo?
Também achei o artigo tendencioso. Mas, como dito no texto, conhecimento sobre finanças é importante. Vou visitar o blog indicado e tentar aprender alguma coisa a respeito.
Lembrar também que uma diversificação exagerada pode trazer dificuldades de gerenciamento pelo pequeno investidor. E que embora a gente possa surfar em boas ondas lá fora, também podemos nos ver dentro de tempestades externas. Vide o próprio mercado de ações da China, que tem grande valorização ultimamente, mas que já surgem vários indícios de sobrevalorização/bolha no mercado.
Olá,
Uma das grandes vantagens de investir no exterior é que se pode diversificar globalmente e de maneira simples com o uso de ETFs. Com 2 ETFs você pode possuir milhares de ações e títulos de renda fixa. É bem fácil de administrar.
A outra vantagem dos ETFs é que você compra o índice e não precisa se aprofundar no estudo de ações individuais e nem tentar adivinhar o futuro. Basta escolher uma carteira e rebalanceá-la de tempos em tempos.
Abçs!
Olá II,
Vi todo o conteúdo do seu site. Claro que há muito ainda a digerir. Parabéns pelo trabalho.
Parece que investir no exterior é menos “bicho de sete cabeças” do que aparenta. Ainda assim, gostei quando recomendou que os leitores primeiro tivessem um piso/colchão com LCA, TD, LCI, CDI, enfim, ativos em renda fixa no Brasil primeiramente.
Os custos de corretagem, mais altos do que o do nosso mercado, por exemplo, US$ 15 a 20, pedem que o valor investido nessas operações seja um pouco maior também para diminuir os custos de corretagem e administração.
Há ainda a questão fiscal. Declarar imposto de renda no Brasil é um saco, inúmeras regras. Se tiver que também realizar declaração no exterior, é mais um pequeno ‘overhead’.
Mas o conteúdo do site é muito bom, estarei acompanhando.
Olá,
Acho que tudo é uma progressão. Começa-se aprendendo o que é mais simples e comum e com o tempo passa-se para outras formas de investimento. É sempre importante ter um colchão de segurança em renda fixa, ainda mais com os juros que recebemos hoje (apesar da alta inflação). Por outro lado, ter uma reserva em dólar ou franco suíço, nem que seja em cash pode ser a salvação se a moeda do país colapsar.
Por isso é importante ler e se informar. A primeira vez que ouvi falar em ações, 15 anos atrás, achava que esse povo era doido e que jamais colocaria meu dinheiro nessa montanha-russa.
Quando vi realmente do que se tratava e comecei a estudar, percebi que não era nenhuma loucura quando se sabe o que se está fazendo.
Abçs!
Venho acompanhando o blog já faz um tempo, mas neste post não concordo com a opinião do autor.
Moro na Alemanha há 6 anos e no último ano justamente para diversificar comecei a investir no Brasil já que os rendimentos aí são *extremamente* atrativos comparados com tudo que existe aqui no velho continente.
A única razão para deixar de investir no Brasil, seria a diversificação do portfólio, mas não o rendimento. Como o @alsouza disse o momento no Brasil é único.
Um outro porém de investir no exterior é justamente a administração de diversas carteiras, quem não tem tempo para estudar o mercado pode (e provavelmente vai) acabar tomando decisões equivocadas.
Só para exemplo, um investimento com retorno MUITO bom aqui na Europa está em torno de 0,9% AO ANO. Ações tem a mesma variação que no Brasil…
O importante é pra quem tem tempo e paciencia diversificar, mas somente se tiver condições de acompanhar multiplos mercados…
Só meus “dois centavos”. =)
Olá,
Não tenho dúvida que o momento atual para o mercado de renda fixa na zona do Euro é bem ruim. Títulos soberanos e as aplicações de renda fixa dos bancos pagam bem pouco mesmo.
Entretanto as oportunidades não se restringem a isso. Com uma conta no exterior é possível investir em títulos do mundo inteiro e em diversas moedas. Inclusive é possível comprar títulos de empresas brasileiras emitidos em Dólar, Euro e Franco Suíço, que pagam juros maiores que os das empresas européias.
E como eu já falei, o uso de ETFs torna tudo muito mais simples, já que não é necessário acompanhar o resultado das empresas, nem prever o futuro. E o mercado de ETFs é imenso, tem pra todos os gostos.
Abçs!
Olá !
Concordo com a possibilidade de alocar recursos no exterior mas creio que o momento talvez não seja o mais apropriado. Eu fiz isso em 2012 e estou com aplicações em uma média de dólar americano a 2,20. A grosso modo 45% devido a variação cambial. Calculando custo de oportunidade de aplicações que acompanham a SELIC em 03 anos eu teria o quê? Uns 25%?
Hoje eu não recomendaria esse tipo de aplicação. A não ser que a pessoa invista no mercado acionário como os dos EUA. Vi coisas interessantes no Blog Viver de Dividendos. Abraço !
Olá,
Não existe exatamente um momento para se investir fora. O melhor momento é sempre.
Provavelmente você deixou o dinheiro parado na conta. Se estivesse investido o índice S&P 500, teria ganhado 52% em dólar. Em real isso seria uns 75% hoje!!
Mas a questão não é nem essa. Não é tentar acertar o timing, mas sim estar exposto a outros mercados e com um valor protegido de medidas cambias e bancárias do governo, como o que está acontecendo na Grécia, onde ninguém consegue sacar dinheiro.
Ah, e uma conta fora do país também não corre o risco de pagar CPMF, caso ela volte.
Abçs!
Guilherme,
o artigo é muito bom, mas se me permite uma pequena ressalva é em relação à comparação do mercado de ações do brasil com o da china.
Sei que o foco do post é outro e este é apenas um pequeno exemplo, mas se trata de um exemplo bastante infeliz e que, da forma como colocado, pode induzir alguns de seus leitores a tomarem decisões equivocadas.
Como mencionado por outro leitor no comentário acima, a bolsa chinesa vive claramente uma bolha e existem diversas notícias veiculadas nas últimas semanas de que esta bolha dá sinais claros de que está prestes a estourar.
Já a bolsa brasileira, apesar dos pesares, está em um patamar relativamente baixo comparativamente ao seu histórico e, ao invés de ser desprezada (algo que você nunca pregou aqui, mas pareceu ser o sentido deste seu texto), deve ser considerada como uma alternativa interessante de investimento para qualquer um que tenha foco no longo prazo.
Abraço
Olá,
A comparação com a bolsa chinesa não foi com o intuito de induzir ninguém a tomar nenhuma medida, foi apenas o de mostrar que mercados acionários de diversos países podem passar por momentos diferentes ao mesmo tempo.
Coloquei a China por ser um mercado relevante no mundo e entre os países emergentes principalmente, mas há diversos outros mercados como o de Hong Kong ou Índia estão com ganhos acima do Brasil nos últimos 12 meses também.
Daí a importância de se diversificar em vários países, pois um pode estar passando por momento ruim, mas outro pode estar bom e isso reduz a volatilidade da carteira e protege o investidor de problemas locais.
Também não houve de intuito de desprezar a bolsa brasileira. Há boas empresas por aqui. Nada impede ninguém de investir fora e aqui também. Só que seria muita alienação achar que as grandes oportunidades do mundo estão aqui. É só olhar a quantidade de empresas inovadoras que surgem todo mês nos EUA para conhecer o abismo que existe entre os dois países.
Abçs!
Do Jornal Valor Econômico de hoje:
China tenta evitar ´crash´
O Banco Central da China anunciou no fim de semana que vai injetar recursos em uma corretora de valores estatal, a China Securities Finance Corp. (CSFC), para tentar frear a queda abrupta das ações chinesas, que vinham subindo nos últimos meses em decorrência de operações alavancadas de pequenos investidores que tomaram dinheiro emprestado para comprar papeis. Além da promessa de corretoras de que vão colocar dinheiro a disposição de clientes, grandes fundos locais também anunciaram que entrarão comprando ações. O índice Shanghai Composite caiu 29% nas últimas três semanas, reduzindo o valor de mercado das empresas listadas em US$ 3,2 trilhões.
A curva dos juros compostos é sempre impressionante, não importa quantas vezes a gente olhe pra ela.
Sobre o texto, acredito que o investimento no exterior é uma forma interessante de diversificação e proteção do capital.
No entanto, acho que o pequeno investidor tem que estar atento aos custos inerentes ao envio dos recursos e à manutenção das contas abertas no exterior.
Não podemos nos esquecer também de que é necessário ter o mínimo de conhecimento do mercado em que se pretende ingressar, até mesmo com relação às regras tributárias.
Na minha opinião, a compra de moeda forte pode cumprir um papel semelhante ao descrito pelo autor do post.
Abraços em todos,
O Frugalista
Olá,
A preocupação com os custos é importante. Entretanto há diversas instituições financeiras acessíveis nos países desenvolvidos.
O uso de ETFs como forma de diversificação justamente ajuda quem não tem um conhecimento aprofundado do mercado, pois compra-se justamente o próprio mercado. 🙂
Abçs!
Prezado investidor Internacional,
Qual o custo tributário em remeter dinheiro ao exterior?
Acho importante sim ter uma reserva em moeda forte.
Olá,
O único custo para enviar o dinheiro é de 0,38% de IOF.
Abçs!
II,
Excelente texto. Me surgiram apenas dúvidas referentes a tributos:
– Qual o custo pra enviar? (já respondida – IOF 0,38%)
– Como declarar no IRPF (convertendo à taxa da compra ou convertendo à taxa atual)?
– Como declarar no país de origem dos investimentos? Imagino que haja algo como o IR que temos aqui pra declarar nesses países, não?
Obrigado pelo texto interessante grato ao VR e pela abertura de discussão de um assunto interessante do ponto de vista de proteção de patrimônio, visto que nossa moeda só perde valor.
Abraço.
Olá,
Declara igual ação detida no Brasil, só precisa mudar o país. Declara com o preço que você pagou na ação em dólares x a cotação do câmbio usada na transferência para o exterior.
Não há imposto no país em que você tem o valor. Não sei se vale para todos os países do mundo, mas nos principais centros bancários é assim.
Abçs!
Muito bom o artigo. Comecei esse ano a investir em ações de empresas americas, européias e asiáticas. Tenho ações brasileiras também. O objetivo, que eu aprendi no site http://www.investidorinternacional.com/ foi o poder da diversificação como forma de acúmulo de patrimônio.Tenho tesouro direto? Claro.Tenho FII´s? Sim.Tenho imóveis? Também.Enfim, não existe um melhor investimento e concordo com o que o Raphael diz sobre a impostância de investir em vários países. Com certeza foi uma das melhores leituras que fiz em meus 10 anos de bolsa e investimentos!! Parabéns pelo texto.
Obrigado, Bruno.
O mundo está cheio de oportunidades. Não podemos desperdiçá-las apenas por estarem em outro país.
Abçs!
Interessantíssimo!
Tenho bastante curiosidade quanto a investimentos no exterior, apesar de ser conservador e não investir na bolsa aqui no Brasil…
Obrigado pela dica e espero poder me informar ainda mais sobre esta possível diversificação em meus investimentos..
Aproveitando a oportunidade, gostaria de tirar uma dúvida:
Para investidores com perfil muito conservador, como no meu caso, qual o procedimento para investir em renda fixa (se não me engano se chamam binds, certo?) nos EUA por exemplo?
Obrigado desde já Raphael!
Olá,
É possível comprar bonds através de ETFs ou diretamente em corretora ou banco.
A vantagem do ETF é a diversificação e o baixo custo.
Abçs!
E o Levy já quer tributar as remessas de dinheiro ao exterior:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/07/1653968-levy-abre-tres-frentes-para-arrecadar-mais-r-35-bilhoes-em-2015.shtml
Olá,
Na verdade eles querem perdoar quem praticou evasão fiscal e lavagem de dinheiro, mas cobrar imposto em cima desse valor quando ele voltar ao Brasil.
“Coincidentemente”, aparece na mesma época em que são descobertas dezenas de contas secretas no exterior da turma do petrolão.
Conclui-se que o corrupto que recebeu 100 milhões em propina no exterior, pode agora repatriar, pagar 35 milhões de imposto e fica com 65 milhões limpos.
Não é uma beleza?
Abçs!
Existe alguma corretora que permita investimentos em REITs ao redor do mundo ?
Por exemplo na espanha parece que o mercado imobiliário está se recuperando.
Olá,
Sim, pelo menos 1 dúzia de corretoras permitem isso.
Entretanto investir em REITs é diferente de se investir diretamente em imóveis.
Abçs!
Muito bom o texto. Vou visitar II e passar a acompanhar. Sou a favor da diversificação também.
Interessante
A diversificação é essencial para que o investidor evite ter prejuízos, e certamente uma forma de alavancar os resultados.