Sim, eu sei que, nesse final de ano, ainda mais a “essa altura do campeonato” (véspera de Natal), a maioria das pessoas – dentre as quais você pode estar incluído – está mais preocupada em pagar as compras de Natal do que propriamente se precaver para as famigeradas despesas extras de começo de ano: IPTU, IPVA, matrícula escolar dos filhos etc.
Contudo, janeiro, assim como o futuro, sempre é caracterizado por dois fatos. Primeiro, ele é incerto. Além disso, ele chega.
Portanto, apesar de um tanto quanto desconfortável, precisamos falar sobre isso: sobre como se planejar para pagar as despesas extras de começo de ano.
E qual é a dica “simples, mas eficaz”, do título do post, para resolver essa parada?
A dica é essa: utilizar a estratégia dos envelopes.
Mauro Halfeld, em sua coluna diária publicada na Rádio CBN, e que pode ser acessada aqui, aborda exatamente esse método: separar um dinheiro para cada tipo de despesa que você tiver. Se estiver faltando dinheiro em um envelope cuja despesa seja realmente importante, você pode transferir o dinheiro de um envelope de uma despesa que não seja assim tão necessária.
É claro que essa é uma linguagem figurada, mas cujo raciocínio pode ser perfeitamente aplicado nessa era digital, onde o dinheiro não fica mais armazenado em envelopes de papel, mas sim em números numa tela eletrônica.
Faça a divisão do dinheiro para cada despesa que você tiver que pagar. Por exemplo, se tiver que pagar R$ 900 de IPVA no ano que vem, reserve esses R$ 900 numa aplicação financeira de baixo risco, como uma LFT, por exemplo, e guarde o envelope do IPVA no Tesouro Direto. Se tiver que pagar R$ 1.500 de IPTU, separe R$ 1.500 de seu orçamento doméstico e coloque numa caderneta de poupança, ou fundo DI com baixa taxa de administração.
Essa estratégia funciona porque te obriga a realizar provisionamentos, isto é, criar receitas específicas para cada tipo de despesa a ser paga, evitando, com isso, o problema número 1 do orçamento doméstico: a inadimplência.
E o que é melhor: sem “tirar dinheiro”dos envelopes das despesas ordinárias, como mercado, alimentação, vestuário, lazer, transporte etc. Afinal, para aquelas despesas extraordinárias você também já reservou e criou receitas igualmente extraordinárias. 😉
Conclusão
Quando você começa a se educar financeiramente, parece ser relativamente fácil gastar menos do que se ganha quando não há despesas extraordinárias dentro do mês corrente.
Contudo, determinadas épocas do ano requerem maior atenção, sendo que janeiro é um mês crítico, em função não só da quantidade de despesas extras que normalmente ocorrem nesse mês, mas também pelo fato de que ele vem justamente na sequência do mês do ano em que as pessoas mais costumam gastar – dezembro.
Por isso, ter estratégias firmes e consistentes, ainda que simples, podem te ajudar bastante a ter um começo de ano menos turbulento, sendo que a estratégia dos envelopes se insere exatamente dentro desse contexto. É simples, é prático, porém, é bem útil e funcional. Experimente você também!
Aproveito o ensejo para desejar a todos os leitores do blog Valores Reais um FELIZ NATAL!!!! (vou deixar o Feliz 2015 pro post do dia 29…..rsrs)
É, essa época é brava mesmo.
Aqui em casa ainda não pagamos IPTU/IPVA, porque isso costuma chegar nos primeiros meses. Mas pelo menos a despesa mais cara (a escola da filha em 2015 e material escolar) já está 100% quitada, desde um mês atrás (mais de 10% de desconto para pagamento a vista!).
Além disso, presentes de Natal também, e viagem de férias toda já quitada. Agora é só aproveitar. Janeiro vai ser um mês como qualquer outro 😀
Excelente estratégia, MJC!
Você já utiliza bem a tática dos “envelopes”! 😀
Abç
Este é exatamente o método que planejei para este novo ano!
No meu caso vou “criar” contas poupança vinculadas a minha conta corrente, deixando somente a verba para gastos eventuais na conta corrente.
Para minha sorte, não pago IPVA (já que não tenho carro) e nem IPTU (isenção). Em compensação, já sei que o material escolar vai chegar matando. Minha ideia é usar o valor deste ano como base e projetá-lo pela inflação (+ algum % que não decidi) para criar uma reserva para a de 2016.
Ótima iniciativa, I.C.!!!!
Vai dar tudo certo!
Abç!
Essa dica é boa, mas acho que não é vantajoso investir por exemplo 1500 num fundo DI. Apesar dos envelopes não existiram, tentar fazer investimentos diferentes para cada montante tentando substituir os envelopes também é errado.
Eu coloco tudo no mesmo investimento e a divisão se faz teoricamente. Pode ser numa planilha do excel. Eu uso o YNAB. Um programa que te obriga a orçar todos os gastos. Dessa forma, no caso do IPTU de 1.500 reais, eu deposito R$ 125,00 todo mês. No investimento ficará tudo junto, mas no YNAB eu saberei que dentro de todo o montante, 125 é do IPTU.
Esse negócio de orçar as despesas anuais é essêncial e o YNAB é o único programa de controle de gastos que eu vi que tem, não como uma ferramenta acessória, mas tudo gira em torno desse orçamento.
Muito boa a sua dica, Douglas!
De fato, o importante é saber controlar cada despesa, e ter a receita suficiente para bancá-la, que pode ser através de diferentes “veículos de investimentos”, ou dentro de um só!
Abç
Por ora minhas “despesas de janeiro” são as do carro (IPVA/DPVAT/LICENCIAMENTO) e a anuidade da OAB.
Quando recebi a primeira parcela do 13º reservei o montante em uma caderneta de poupança e em janeiro pagarei tudo à vista e com desconto.
Ótima tática, João!
Abç!
Muito bom o post. Aqui faço da seguinte forma: calculo qto terei de pagar de IPTU, IPVA e IR, e divido pelos meses de Agosto a Fevereiro. No meu caso, eu preciso separar 14% da minha renda líquida, durante esses 7 meses, apenas para pagar esses tributos. Nos 5 meses restantes, separo a mesma quantia, para uma destinação mais prazerosa…a viagem de férias em Julho.
Ótimo método, Vânia!
Abç
Acho mais fácil avaliar quanto foi pago com essas despesas no ano atual, somar uns 10% e ir guardando em aplicação de baixo risco, quer seja poupança, fundo DI, LFT, LCI e quando for a época de pagar, saca e paga tudo.
Também é uma alternativa, II!
Abç
Encontrei o blog por acaso quando procurava no google o que era o resgate automático de poupança na minha conta do Bradesco. Adorei as dicas. Não sei se tem algum arquivo no blog, mas gostaria de dicas pra saber o melhor investimento pra que quer comprar um carro. Ah, estou tentando ajudar minna mãe com uma dívida enorme do fies e também gostaria de dicas pra pagamento. Ela já renegociou a dívida mas deixou de pegar e os juros estão enormes. Parabéns a autor, gostei muito mesmo do blog!
Olá Ceres, bem-vindo ao clube de leitores do blog!
Sobre suas dúvidas, vamos lá:
1) Sim, temos uma seção de Arquivos do blog, onde você pode navegar pelos mais de 850 artigos que já foram publicados por aqui: http://valoresreais.com/arquivos/
2) Sobre investimentos para compra de carros, também temos os artigos respectivos: http://valoresreais.com/2010/09/14/estabelecendo-um-plano-plurianual-para-a-troca-do-carro-2-alternativas-de-investimentos/ e http://valoresreais.com/2010/08/23/m-halfeld-cbn-o-ouvinte-poupou-r-40-por-dia-e-conseguiu-ter-dinheiro-para-comprar-o-carro-a-vista/
3) Sobre os juros do FIES, a tática é procurar a instituição para uma renegociação da dívida. Quando o devedor se dispõe a pagar, o credor sempre fica motivado, e há espaço para abatimento do montante dos juros. Se possível, já vá para o ato de negociar com um montante disponível para quitar em 24 horas (por exemplo, 5% da dívida sendo paga à vista), pois isso só reforça a possibilidade de conseguir descontos ainda maiores nos juros.
Valeu!!!
Já faço isso há uns 3 anos e tem dado muito certo. Calculo o valor das despesas anuais (impostos, matrículas…) e vou depositando todo o mês o valor na poupança. Vou controlando os valores em uma planilha de excel simples e o rendimento dessa conta poupança vou aplicando nos meus investimentos de previdência.
O melhor dessa técnica é eliminar aquele estresse de ter que pagar um conta grande como IPVA em uma tacada só.
Ótima sua estratégia, Rafael!