Quando uma pessoa recebe algo positivo, de forma inesperada…
Semanas atrás, durante uma das viagens para acompanhar os jogos da Copa, eu havia feito uma viagem de avião que, graças a Deus, ocorrera de forma absolutamente tranquila, ainda mais considerando as exageradas expectativas de caos aéreo que muitos temiam.
O voo havia saído no horário previsto, o trajeto havia sido percorrido sem turbulências, a conexão também seguira de forma tranquila, e a chegada ocorrera antes até do horário previsto no cartão de embarque – muito bom quando isso ocorre, não é mesmo?
Chegando ao aeroporto de destino, antes de sair do portão de desembarque, vou ao banheiro, como de costume, e me deparo com um cenário interessante: um banheiro impecável, como não de costume.
Quem está habituado a transitar pelos aeroportos brasileiros sabe do lastimável estado de conservação dos banheiros em geral. Não digo que chegam a ser como determinados banheiros de postos de combustível de beira de rodovia, onde a regra é os banheiros estarem sujos – tanto é assim que muitos postos fazem propagando em outdoors colocando como um de seus atrativos “banheiros limpos”, como se isso fosse a exceção, e não a regra (triste Brasil…).
Ao sair da dita instalação, já altas horas da noite, vejo um funcionário cuidando do banheiro. Pelas suas características físicas, penso que era uma pessoa já na faixa dos seus 50 a 60 anos (se não mais).
Mesmo ganhando pouco, mesmo tendo que cumprir uma carga horária extenuante, mesmo tendo que lidar com um serviço que aos olhos da maioria soa como “pouco nobre”, mesmo sendo um trabalhador “invisível” para a maioria dos passageiros, mesmo tendo “n” motivos para ser (ou estar) infeliz, lá estava ele cumprindo com zelo e dedicação o seu trabalho, refletido, afinal de contas, no ambiente local.
Na hora, não tive dúvida: saquei uma nota de R$ 2, e dei a ele, não sem antes elogiá-lo pelo trabalho realizado ali.
A reação dele foi um misto de surpresa e alegria. Ele ficou tão contente, mas tão contente, que eu acho que deve ter sido a primeira vez que alguém finalmente o elogiou pelo resultado de seu trabalho, e o retribuiu financeiramente de livre e espontânea vontade (ainda que essa retribuição tenha sido, de minha parte, mínima).
Exemplos de como fazer o bem com tão pouco
Depois desse ato, e ao vê-lo contente de forma tão efusiva, eu fiquei refletindo sobre quantas oportunidades temos de tornar esse mundo melhor com pequenas atitudes.
Se você estiver para atravessar uma faixa de pedestres numa via de grande movimento, e ao seu lado estiver uma pessoa de idade avançada, ofereça ajuda para ela atravessar com segurança esse caminho.
Se a comida e o atendimento em um restaurante superaram suas expectativas, elogie o garçom que lhe atendeu (e o retribua com uma gorjeta extra), bem como mande dizer ao chef que a comida estava acima da média.
Se seu cônjuge lhe ajudou no cumprimento das metas financeiras estipuladas para o mês de julho, que tal retribui-lo com um elogio e um agrado qualquer (mulheres adoram receber flores).
Se o porteiro de seu prédio sempre lhe atendeu bem durante o ano inteiro, não custa nada retribui-lo com um panetone de R$ 5 desses que se vendem aos montes no supermercado no final do ano.
Em todas essas situações, fica evidente o extraordinário custo/benefício de tais atos: custa muito pouco – ou nada (em termos financeiros) – para quem faz, mas é capaz de proporcionar benefícios inimagináveis para quem recebe, principalmente de ordem emocional e espiritual.
Isso porque, quando você faz um pequeno gesto como algum dos citados acima, você comunica, de forma implícita e não verbal, a essa pessoa, que recebeu tal gesto, que alguém ainda se importa com ela, e isso faz toda a diferença num mundo marcado pelo individualistmo e egocentrismo exacerbados.
Além disso, há toda uma sinergia que envolve a prática desses atos que, no final das contas, todos acabam se beneficiando, não só quem faz esse pequeno gesto, pelos efeitos da lei do retorno, mas também quem recebe tais atos, que ficam inspirados a praticar o mesmo com outras pessoas, numa espiral ascendente de energias positivas.
Conclusão
O que você ganha fazendo o bem? O que você ganha com os pequenos gestos?
Resposta: você ganha o que o dinheiro não compra.
E o que o dinheiro não compra?
Resposta: pratique a bondade através dos pequenos gestos, e você descobrirá por si próprio.
Termino esse post com um belíssimo vídeo enviado pela colega blogueira Maria Bufunfa, que retrata muito bem o conteúdo desse artigo:
Clique aqui caso não consiga assistir ao vídeo.
Seus pequenos gestos não o tornarão mais rico, afinal, às vezes você tirará dinheiro do seu bolso para tonar o dia de alguém mais especial. Seus pequenos gestos não o tornarão famoso, já que praticar a bondade não traz audiência. O que os seus pequenos gestos lhe trarão, na verdade, só você poderá sentir e apreciar. Mas uma coisa é certa: eles trarão a você o que o dinheiro não compra.
Boa semana!
Olá, Colega.
Mais um bom texto sobre altruísmo e sabedoria. Parabéns.
Os pequenos atos de bondade podem nos levar a fazer atos maiores de bondade e desprendimento.
Você usou uma palavra importante, “importar-se”. Na verdade, o simples fato de nos importarmos já é motivo de alegria para a pessoa que recebe a ação, assim como nós ficamos felizes quando alguém se importa com a gente.
Se me permite, há uma grande entrevista no Roda Viva com o Sr. Patch Adams (coloque no you tube), garanto que será uma hora de pensamentos bem inovadores.
Abraço!
Obrigado, Soulsurfer!
Fiz questão de colocar a palavra “importar-se” porque ela carrega grande significado no mundo em que atualmente vivemos.
Gostei da dica do Sr. Adams. Vou assisti-la no YouTube.
Abç!
Parabéns pela atitute, muito nobre de sua parte. A filosofia budista prega fazer o bem sem esperar nada em troca. O trabalho do sujeito que limpa o banheiro também é nobre.
Atitude simples podem mudar a vida das pessoas. Esse vídeo é muito legal também
http://www.hypeness.com.br/2014/07/eles-resolveram-elogiar-a-todas-as-pessoas-que-passassem-pela-rua/
Boa sorte
Obrigado, Ricardo!
E gostei bastante do vídeo também!
Abç
que HONRA ser citada no Valores Reais, gente!!!
Estou emocionadíssima. Tanto quanto o vídeo acima nos faz sentir.
Eu estou a cada dia me tornando mais grata, empática e proativa com a ajuda do blog e outros livros maravilhosos de aperfeiçoamento pessoal 😀
Honra minha poder citá-la, Maria!!!!
E que bom que você está nesse contínuo processo de aprimoramento pessoal! Continue nessa meta, e aproveite a jornada! 😀
Abç
Nunca comentei no blog, apesar de lê-lo com entusiasmo, mas esse post realmente me tocou profundamente. Obrigada por mostrar que nossas conquistas financeiras estão a serviço do bem-estar não só nosso, mas também daqueles que nos cercam direta ou indiretamente. Já tive algumas ideias e vou colocá-las em prática. Abraço, Cynthia.
Obrigado pelas palavras, Cynthia!
Olá,
boa tarde!
Um excelente artigo, parabéns! Aprendi desde pequeno a ajudar as pessoas e inclusive tive uma experiência bastante diferente, quando eu tinha uns 12 anos de idade, estava eu, meu irmão e primo jogando em um estabelecimento de video games, onde tinha também aquelas maquinas de apostas de R$ 0,10 centavos, chegou um garoto e me pediu R$ 0,10 centavos para jogar também, dei para ele, ele foi ao meu irmão e primo pedir também, porém, ambos os negou os R$ 0,10 centavos, mais tarde, chegaram uns 5 garotos para brigar conosco, o mesmo garoto que eu tinha pedido os R$ 0,10 centavos era o líder, meu primo e meu irmão apanharam e eu não, rsrsrsrsr.
Hoje, trabalho para um importante banco na área de recuperação de crédito, fazemos acordos e temos a liberdade de escolher a taxa ali imposta, em meus princípios, quando alguém pede minha ajuda e diz o que está passando, não nego oferecendo a menor taxa de juros, pois sei que, todos nós também passamos por momentos difíceis em nossa vida.
Olá Taciano, muito legal o seu depoimento! Mostra o poder das boas ações e das atitudes positivas. Parabéns pela sua atuação profissional também, mostra que é possível usar o trabalho como um instrumento, um veículo, amplificador das boas ações.
Guilherme, parabéns pelo seu blog! É excelente! E que ótimo post. É isso mesmo, por vezes pequenos gestos nossos resultam em grandes alegrias para alguém. Outro dia fiquei emocionada no trabalho quando um colega veio me agradecer por incentivá-lo a tomar certa atitude. Nossa, uma coisa tão simples que fiz e ele ficou tão grato, que eu fiquei pensando porque a gente não presta mais atenção nas pessoas a nossa volta, se podem estar precisando de algo que talvez possamos ajudar, é tão bom fazer o outro sorrir. Um abraço.
Obrigado, Valéria, e muito legal o seu depoimento pessoal, são pequenos gestos que realmente fazem uma grande diferença!
Abç
Sensacional post! Também estou sumido dos comentários, mas sempre lendo o blog. Hoje não tive como não comentar… Gesto digno dos melhores seres humanos.
Grande Murilo, grato pelas palavras!
Estou sentindo realmente sua falta dos comentários, mas fiquei feliz ao saber que continua leitor assíduo do blog. 🙂
Excelente post, Guilherme!
Gostei muito do vídeo, é um daqueles que faz a diferença na vida das pessoas. 🙂
Longe de querer defender o governo de alguma forma, até porque a corrupção é como uma rainha que reina quase soberana em todas as esferas do poder público brasileiro, mas eu gostaria de falar um pouco sobre a situação dos banheiros dos aeroportos.
Muitas vezes são os próprios usuários que deixam tudo emporcalhado. Claro que há muita demanda de passageiros para poucos faxineiros, mas há um cronograma de limpeza que geralmente é seguido, e pelo menos nos aeroportos nos quais trabalhei, a coisa sempre funcionou de forma adequada. Se há alguma “emergência”, um funcionário é chamado para deixar o local em condições de uso.
O que vejo é que quem utiliza é que muitas vezes piora a situação.
Devido a falta de educação que predomina em nosso país, as pessoas em geral não têm o hábito de utilizar os sanitários públicos com zelo, seja em aeroportos, shoppings, rodoviárias etc.
Nas ruas, mesmo com lixeiras, a quantidade de papeis de doces, balas, etc é enorme.
Pais e mães jogam papeis e garrafas pelas janelas dos ônibus na frente dos filhos pequenos.
Esses são apenas alguns dos inúmeros tristes exemplos diários do cotidiano do povo brasileiros.
Gostei da sua iniciativa em recompensar esse faxineiro, pois essa é uma daquelas profissões “invisíveis”, assim como motoristas de ônibus, varredores de rua etc.
Tenho certeza de que ele sempre se lembrará do seu elogio, pois essas pequenas atitudes fazem muita diferença na vida dessas pessoas.
Abraços!
Olá Rosana, obrigado!
Você tem razão a respeito da situação dos banheiros…. o comportamento do público influencia muito o estado de conservação deles….
Aliás, isso me lembrou o próprio comportamento da torcida nos estádios da Copa, e isso eu digo com tristeza também: os piores torcedores, infelizmente, eram os brasileiros (na média). Toda vez que eu ficava perto de torcedores estrangeiros, na verdade eu ficava aliviado, ao saber que pelo menos paz eu teria para assistir aos jogos.
Infelizmente, como disse um colunista certa vez num blog de tecnologia, o pior do Brasil é o brasileiro, é um povo que prima pela falta de educação, e isso se reflete em diversos ambientes, como os exemplos citados por você.
Abç e obrigado por trazer essa reflexão!
“O pior do Brasil é o brasileiro.”
Eu ainda não conhecia essa frase, mas infelizmente a colunista tem razão.
O que você disse sobre educação, é nítido no metrô de São Paulo. As estações onde existem muitos japoneses próximos, como Liberdade e Vergueiro são bem diferentes. Dá gosto de ver a educação com a qual os japoneses se portam. E as pessoas que circulam por ali, se souberem aproveitar esse bom exemplo, acabam aprendendo a ser assim também.
Eu até arrisco a dizer que ali, uma pessoa sem educação se envergonharia de agir como costuma ser no cotidiano.
O oposto acontece nas estações da Sé e nas mais periféricas, é um tentando atropelar o outro para entrar no trem. E apesar de isso causar muitos acidentes, as pessoas parece não se importar e continuam a se portar como os piores, como disse a colunista. Isso se estende também aos trens, ônibus e todos os locais onde há grande circulação de pessoas.
Um colega não se conforma com a maneira como as pessoas que moram na periferia se portam em seus próprios bairros, emporcalhando tudo. Claro que existem exceções, mas parece que muitas infelizmente são como ele disse: “Elas trabalham nos bairros ricos e lá não ficam jogando papel na rua, ouvindo som alto no carro etc. Mas nos próprios bairros, fazem tudo ao contrário, fazem tudo isso e muito mais, sempre para pior.”
Abraços,
Oi Rosana,
Excelente o seu depoimento. Mostra bem como a falta de educação se reflete até nos hábitos mais comuns do cotidiano, como as estações de metrô/trem.
Incrível também o depoimento acerca das pessoas que moram na periferia e que trabalham nos bairros ricos, fazendo as coisas conforme o bairro. Lamentável essa atitude deles.
Sobre o artigo referido, ele está aqui: http://meiobit.com/117343/o-pior-do-brasil-o-brasileiro/
Abç
Guilherme,
Agradeço pelo link do texto, muito bom o texto. É uma pena que nesse país você é visto como otário quando é honesto.
Na periferia existem muitas pessoas trabalhadoras e decentes, mas infelizmente existem muitas “maçãs podres”, que emporcalham tudo.
Eu moro na periferia, e não é fácil….
Abraços!
Oi Rosana, é verdade isso, e no Brasil infelizmente há muitas “maçãs podres” espalhadas em muitos cantos…
Imagino como deve ser difícil para você lidar no cotidiano com esse tipo de comportamento…
Abç!
Um ótimo post. O vídeo ilustra muito bem a mensagem apresentada. Parabéns!
Valeu, Charles!
Tu não sabe como esses seus posts me fazem bem Guilherme!
E os comentários também não ficam atrás! 😉
Forte abç!
Legal saber disso, Arthur!
Abç!