Na caixa de comentários da excelente história de poupança e economia do leitor William, me deparei com um interessante depoimento da leitora Ana, que traz à tona uma antiga, mas sempre presente discussão: teriam as mulheres mais dificuldade do que os homens, quando o assunto é economizar e poupar dinheiro?
Como já virou (uma ótima) praxe aqui no blog, resolvi transformar mais esse comentário numa espécie de guest post, a fim de instigar os leitores – e as leitoras – a refletirem ainda mais sobre seus hábitos de consumo.
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“Também há alguns anos venho fazendo mudanças e economizando, mas é necessário admitir que, para nós mulheres, é mais difícil. Não porque temos mais “impulsos consumistas” que os homens. Eu realmente me considero controlada nesse fator.
Mas somos muito mais cobradas socialmente (inclusive no ambiente de trabalho) para estarmos sempre impecáveis, e por isso acabamos gastando mais dinheiro. Se o homem vai todos os dias para o trabalho com o mesmo terno, ninguém vai notar (ternos são todos iguais!). Mas vai a mulher ir dois dias seguidos com a mesma roupa…
Quando cortamos o cabelo, não dá pra ir no salão mais baratinho.. como eu gostaria! Mas a chance de sair de lá insatisfeita e precisar refazer tudo é muito grande. Depilação, maquiagem, cremes, ginecologista… todos esses gastos pesam no orçamento feminino.
Mesmo mulheres de classe baixa gastam mais do que podem para ficarem belas. Vai no banheiro de qualquer uma delas e você verá vários, vários produtos. Eu procuro ser o mais simples possível. Não tenho um arsenal de cremes. Sério. Acredito que tudo que preciso pra ter uma pele bonita é protetor solar facial e uma alimentação super saudável (isso não é barato, mas é muito recompensador em vários aspectos), além de uma limpeza mais profunda a cada três meses.
No geral, não compro bolsas nem roupas caras, não ligo para grifes. Tenho apenas algumas poucas que comprei mais caras por causa da durabilidade. Mas faz meses que não sinto necessidade de comprar roupa nova. Não pago academia. Corro quase todos os dias, sempre que posso uso escadas, comprei caneleiras, pesinhos e uma bola e faço exercícios em casa (ainda poupo tempo, basta ter disciplina).
Nada de jóias, só uso bijuteria. Minha maquiagem do dia-a-dia é básica: rímel, batom e corretivo. Para o cabelo uso receitas caseiras que dão super certo. Não tinjo com uma cor muito diferente do meu natural pra não ter que ficar retocando o tempo todo (se pudesse não tingiria com cor nenhuma, mas alguns fios brancos já começam a dar o ar da graça).
Só uso perfume pra sair à noite, mas admito que isso já exige um alto grau de desprendimento, a maioria das mulheres não abre mão de usar o tempo todo. O mesmo com as unhas, às vezes passo semanas sem esmalte (ou seja, sem precisar gastar na manicure), só as mantendo cortadas e limpas – isso também parece difícil para grande parte de nós.
Ou seja, procuro economizar o máximo que meu desprendimento permite, mas sinto que jamais chegarei ao nível do William, por exemplo.
Sinto que jamais chegarei ao nível dele porque, além dos gastos fixos que todos têm com saúde, locomoção, moradia e educação sua e dos filhos, nós mulheres temos esses outros gastos que advém da nossa condição biológica (precisamos comprar absorventes, anticoncepcionais, remédios pra cólicas, repositores hormonais, sutiãs pra quem tem seios grandes e simplesmente os sente doer se ficarem livres) e social (somos pressionadas e pressionamos a nós mesmas para estarmos bonitas).”
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Bom, em primeiro lugar, tenho que registrar aqui meus parabéns pelo empenho e dedicação da Ana em procurar dar valor ao seu dinheiro, utilizando-o com sabedoria e em coisas que valham a pena, na situação específica dela – que também se reflete, acredito eu, em várias outras mulheres.
Adicionalmente, eu penso, como havia dito anteriormente, que os homens ainda continuam gastando mais, no volume total.
Explico: os homens gastam com uma menor quantidade de itens, mas que, somados, resultam em altos valores. Exemplos típicos: carros e eletrônicos.
Já as mulheres tendem a gastar com uma variedade maior de itens, mas de valor individual menor – serviços de salão de beleza, cosméticos, produtos de higiene pessoal, acessórios de roupas etc. – dando a impressão – às vezes um pouco distante do que ocorre na realidade, de que gastariam mais em termos de volume total de despesas.
É certo que, aparentemente, elas possam gastar numa variedade maior de itens, porém, o valor individual dos itens é, na média, mais baixo do que os gastos realizados pelos homens, que tendem a se concentrar em uma quantidade menor de produtos, mas de valor final mais alto.
Basta dar uma passeada pela Internet para rapidamente perceber que os homens dominam fóruns como tecnologia, viagens e carros. São itens de consumo mais caros, afinal, um smartphone de R$ 2,5 mil paga “n” tratamentos de beleza.
Mas essa é apenas uma impressão pessoal.
No mais, concordo com a Ana quando diz que as mulheres são mais vulneráveis quanto à exposição ao consumo, pois, como ela mesmo disse, “as mulheres são mais cobradas socialmente (inclusive no ambiente de trabalho) para estar sempre impecáveis, e por isso acabam gastando mais dinheiro”.
E você? Qual é a sua opinião sobre o assunto? Quem você acha que tem mais dificuldade para economizar: homens ou mulheres? Participe e dê sua opinião na caixa de comentários!
Fala meu amigo, mais um artigo muito interessante.
No geral as pesquisas mostram que os homens são mais gastões em termos financeiros e as mulheres em termos de quantidade.
Concordo com a Ana no sentido que os gastos da mulheres são mais necessários e difíceis de cortar quando comparado aos do homem.
A mulher realmente é mais cobrada no sentido beleza e variedade de roupas.
Abraço e boa semana!
Obrigado pelos comentários, amigo!
Abç e boa semana pra ti tb!
Eu acredito que ainda que nós mulheres temos gastos mais variados, o valor empregados nos itens básicos e frequentes que a Ana citou, não fica aquém dos gastos dos homens.
O custo de manicura/pedicura/hidratação/depilação etc. somam uma boa quantia dependendo do lugar onde você faz o serviço. É claro que tem opções para todos os bolsos, mas nós buscamos qualidade também, e isso hoje custa um pouco caro, principalmente nas capitais.
Eu procuro economizar e balancear em relação à frequência e lugares que prefiro realizar um serviço específico, mas posso dizer que esses custos básicos custam em torno de 250,00 a 300,00 por mês, e tem aqueles meses em que além disso tem o corte e a coloração. ou seja sobre pra mais de 500,00!
E esses gastos são mensais! Um smartphone você não compra com essa frequência!
Oi Alice, ótima observação! Não tinha parado para pensar a respeito da frequência dos gastos com tais itens.
Abç!
Guilherme,
Gostei muito por ter transformado o depoimento da Ana em post e suas observações também são muito pertinentes.
Como o Jônatas disse, as mulheres são muito mais cobradas em relação a roupas e beleza em geral. É bom saber que existem homens que percebem o motivo de muitos desses gastos.
Até meados do século XX, a vida era mais simples até nesse sentido.
Abraços!
Oi Rosana, obrigado!
Pois é, a vida vai ficando cada vez mais complexa, o que implica também num contínuo aumento dos gastos.
Abç!
Concordo em partes com a Ana.
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Realmente, em geral as mulheres são mais cobradas, mas cobrança não é sinônimo de “obrigação”.
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Como mulher também, posso dizer que, por mais que as pessoas cobrem, é vc que decide se quer andar maquiada o dia todo (eu tenho maquiagem, mas porque gosto das texturas, cores etc, mas só uso quando me dá MUITA vontade, ou seja, quase nunca); se quer ter um monte de sapatos ou optar por poucos e confortáveis; se muda toda a roupa todo dia (ainda mais mulheres que não suam tanto quanto homens e trabalham em escritórios com ar condicionado); se faz manicure fora ou em casa mesmo (é questão de prática, e com o dinheiro de uma simples ida a manicure vc compra uns 15 esmaltes!); se precisa pagar depilação ou se resolve com gilette…
Cabeleireiro, embora seja difícil achar um profissional bom, isso não te obriga a andar de escova feita sempre, ou fazer progressiva, tingir etc etc E um corte de cabelo a cada 2 ou 3 meses não se compara ao gasto que se tem com os outros tratamentos do salão…
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Enfim, sou mulher, na casa dos 30, e aprendi que, por mais que os outros queiram meter o bedelho na minha vida, só vou obedecer as vontades de quem paga as minhas contas – eu mesma!
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Se não for assim, daqui a pouco terei comprado imóvel financiado em 35 anos pq “é besteira gastar com aluguel”, não importa o quão inchados estejam os preços hoje; terei filhos mesmo sem ter a menor vontade; comprarei um carro sendo que me viro muito bem com transporte público e bike; andarei só de salto alto, mesmo que eles me tirem a mobilidade e me deixem com os pés super doloridos… viverei a vida que os outros esperam que eu viva, mas que não desembolsam um tostão pra pagar por mim!
Ah, sim, e pra constar: não é por ser assim que vivo sozinha ou “encalhada”, pelo contrário! Nunca tive problemas no campo amoroso e sou muito bem casada com um dos inúmeros homens que existem que se importam mais em estar com uma pessoa de conteúdo, e não com um manequim que fala 😉
Caraca, Bia, depoimento simplesmente fantástico!
Putz, tem um trecho do seu comentário que merece um bis. Lá vai:
“Só vou obedecer as vontades de quem paga as minhas contas – eu mesma!
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Se não for assim, daqui a pouco terei comprado imóvel financiado em 35 anos pq “é besteira gastar com aluguel”, não importa o quão inchados estejam os preços hoje; terei filhos mesmo sem ter a menor vontade; comprarei um carro sendo que me viro muito bem com transporte público e bike; andarei só de salto alto, mesmo que eles me tirem a mobilidade e me deixem com os pés super doloridos… viverei a vida que os outros esperam que eu viva, mas que não desembolsam um tostão pra pagar por mim!”
#Impressionado
Abç!
BiaB,
se você não fosse casada, certamente apareceria uma dezena de pretendentes (no mínimo) aqui no fórum. Parabéns pela sua ótima argumentação.
Mas tenho que concordar que hoje em dia, esta “ditadura da beleza” realmente incomoda grande parte das mulheres. Não é a toa que o ramo de estética cresce a passos largos enquanto outros setores da economia vivem patinando e até regredindo.
Quando comparo os meus gastos com estética – que se resumem a um corte de cabelo por mês, uns aparelhos e creme de barbear e um ou outro perfume – com os da minha esposa, fica evidente pra mim que o impacto no bolso do gênero feminino “ganha bonito”, se me permite o trocadilho.
Não imaginava que meu comentário renderia um post, sinto-me honrada!
Sim, entendo quando você fala que os homens têm gastos mais volumosos “no geral”, mas tem muita mulher por aí super interessada em carros, gadgets, etc. E como você disse, nossos gastos são mais difíceis de serem abandonados. Pois assim como tem muito mais homens fazendo gastança adoidado (talvez porque, ainda nos dias de hoje, ganhem mais que as mulheres) também quase só vejo homens em blogs que pregam a vida frugal.
P.S. Eu não tive muito dor para abrir mão de carro, nesse caso sou bem ‘mulherzinha’ mesmo, odeio dirigir. Uso transporte público ou pego táxi quando necessário. Meu marido me copiou e viu que realmente não vale a pena ter carro, é muito gasto! Quando a gente viaja, alugamos um, simples assim. Mas quanto às novidades tecnológicas, eu adoro! Nisso eu tenho que me segurar mesmo, rsrsrs.
Ana, a honra é toda minha! Aliás, fico a cada dia cada vez mais impressionado com a qualidade, com a altíssima qualidade dos leitores que passam e que comentam por aqui!
Pois é, você tem razão, tem aumentado a quantidade de mulheres interessadas em produtos, digamos, mais pertencentes à biosfera masculina. Por outro lado, é realmente raro ver algum blog feminino dedicado às finanças pessoais, ou à frugalidade.
E parabéns pela atitude firme de não terem um carro, exatamente porque não precisam!
Raro ver blogs femininos sobre frugalidade? Olha a gente aqui, rs (www.minimalizo.blogspot.com). E ainda tem a turma do blogroll.
Quanto à questão dos cuidados de beleza femininos, acho importante não só reduzir gastos como questionar as exigências sociais. O que é ser “feminina”? A gente precisa disso? Que tal a gente parar de exigir da gente mesmo E das outras mulheres tanto cuidado (e gasto) com a aparência?
É bom lembrar também que, no Brasil, os salários femininos ainda são inferiores aos dos homens. Ou seja, as despesas “de beleza” ficam duplamente pesadas.
Abraços e parabéns pelo blog.
Ludmila
Olá, Lud! Sempre dou uma olhada no seu blog também, e curto muito…
Quanto a questão “a gente precisa disso?”. Não, a gente não precisa. Mas a gente gosta! rsrs…. Nem todas alcançaram o seu grau de despreendimento. 🙂
Pessoalmente, tento ficar num meio-termo. Gosto de viver com menos, valorizo a simplicidade, Poupo pensando no futuro. Mas meu presente tem que ser legal também. Acho que a questão é a pessoa olhar para si mesma, e analisar se está apenas recitando o “script” que lhe deram, ou se está de fato buscando sua satisfação pessoal.
Oi Lud, muito legal o seu blog!
E bastante pertinentes suas reflexões!
Abç!
Concordo plenamente com os comentários e com a abordagem do texto.
Já esquentei muito a cabeça mas hoje em dia não me importo tanto com as compras, desde que tenham uma finalidade e sejam usadas. Ou seja, o que eu fico puto, é comprar e não usar um milhão de cremes, sapatos, bolsas, roupas e etc, etc. É comprar um monte de bijouteria porcaria, se eu fosse mulher compraria só jóias, mesmo não tendo condição para isso, eu pouparia para fazê-lo.
Porque eu, o que eu compro uso até acabar e que acabe rápido para eu comprar outro, sinal que foi bem usado.
Já os gastos com salão, bla bla bla, são inerentes a mulher. Isso não é o problema.
Olá João, obrigado pelo comentário!
De fato, controlar os impulsos de consumo é uma das grandes dificuldades hoje em dia. Tem que saber se programar e dar o devido valor a aquilo que já se possui, fazendo as coisas durarem o máximo de tempo possível.
Abç!
Eu acredito que todos temos um ponto de equilíbrio. E que este ponto de equilíbrio varia conforme mudam nossas necessidades, bem como a nossa renda.
Por isso concordo em parte com a Ana quando ela diz não ser possível alcançar o percentual de economia que o William conseguiu, apesar de acreditar que ela e seu marido ganhem, salários somados, mais do que ele: se você focar só no corte das despesas, não tem como mesmo!
Agora, se um ou ambos conseguirem incrementar o salário, bem… ai o céu é o limite!
Abraço!
Exato, LL, o equilíbrio, como disse o Renato C em outro post, é dinâmico e varia em função das circunstâncias de cada pessoa.
O ideal, quando se chega ao limite de corte de despesas, é procurar incrementos de renda.
Abç!
Não sei se me lembro dos detalhes do depoimento do William, mas quando li deu-me a impressão de que ele vive na casa dos pais. Não é possível comparar seus gastos com os de uma pessoa que tenha sua própria casa, e pague de condominio a supermercado.
Acho que a Ana é bem poupadora sim, até me deu algumas idéias que posso implementar também…
Interessantes reflexões.
Sempre procuro dar sentido e uso àquilo que compro, para validar esse gasto.
Cada pessoa gasta com o que lhe interessa, traz conforto, bem-estar e prazer.
É aquilo: “Qual a emoção que te move?” (materialmente falando, claro, vamos separar) e não há problema nisso, desde que você viva com o que sua situação financeira permite e que encontre seu ponto de equilíbrio, sem prejuízo para outros membros da família.
Alguns grupos de despesas têm sido mais do interesse dos homens (carros? tecnologia?), outros, das mulheres (estética? moda?), e outros, ainda, de ambos (viagens? cursos?) mas acho que não avançamos muito nem com generalizações nem com divisões sexistas, então prefiro pensar em pessoas, seres humanos, não em sexos, até porque, por motivos filosófico-religiosos, acredito que tendemos para o equilíbrio dessas duas polaridades, um dia.
Concordo com o que foi dito pela BiaB, sobre filtrar as cobranças da sociedade (e os estímulos da mídia, convenhamos) e acho que conseguimos essa “façanha”, de ficar imunes a alguns apelos exagerados, através de estudo e informação. Assim é possível fazer um julgamento crítico e escolher o que nos convém.
Eu, por exemplo, encontrei meu modo particular de valorizar e vivenciar minha feminilidade, de um jeito que me agrada, não estoura meu orçamento nem me deixa escrava do mercado. Vou descrever alguns exemplos que tem funcionado bem pra mim hoje pois, como já disseram, o equilíbrio é instável. Quem sabe isso possa ajudar outras mulheres também na busca pelo seu equilíbrio.
1. PELE – Compro poucos cremes de cada vez, e uso até acabar. Prefiro os estrangeiros, porque seguem legislações mais rígidas e tecnologias mais avançadas e isso dá mais segurança e confiança nos resultados. Mas há opções nacionais seguras também, então costumo mesclar as escolhas. É importante pesquisar preços e obter amostras para experimentar antes de comprar. Cremes me levam uns 200 reais a cada 6 meses.
Ando com maquiagem leve, porque gosto (e antes de tudo protetor solar). Com maquiagem gasto uns 120 reais a cada 6 meses, mais ou menos.
2. CABELO – não gasto mensalmente com salão, mas quando frequento, para corte e hidratação a cada 3 meses, vou a um dos que tem o melhor serviço, pois valorizo umas horinhas de cuidados pra mim, num ambiente confortável, com bom atendimento e cortesias, mas isso é bem pessoal. Como aboli as progressivas, assumi os cachos e nunca mais fiz luzes, há uma boa economia com manutenções e, confesso, estou mais feliz assim, com ondulação e cor naturais. Não tenho paciência para tratamentos caseiros, mas 3 ou 5 min. no banho eu tenho, então escolho produtos práticos e de boa qualidade, alguns deles importados, pagos com a economia que faço por não viver de escova. Além disso, como o cabelo está sem química, não precisa de muita coisa para tratar e ficar bonito. Corte e hidratação a cada 3 meses saem por 120 e devo gastar uns 90 reais com produtos, por semestre.
3. UNHAS – Manicure não faço mais em salão, por cuidados com higiene e por economia (estufas comuns não esterilizam, só autoclave, e só conheço um salão que usa, cobrando quase o dobro dos outros). Comprei os instrumentos e arranjei alguém que atende em domicílio, pois é mais barato e se a gente leva o próprio alicate pro salão, por higiene, normalmente ouve reclamações. Se tivesse habilidade pra fazer sozinha seria ainda mais economia. Até optar por essa solução, porém, fiquei vários meses sem fazer as unhas com frequência, mas sem dramas.
4. DEPILAÇÃO – lâmina, simples assim. Barato, rápido e indolor. Já usei os cremes depilatórios e sei que eles também são práticos, mas prefiro evitar essa química na minha pele, porque lâmina funciona pra mim. Creme sai mais barato que cera e dá pra fazer em casa, sem ter que marcar hora e encarar trânsito e fila de espera, então optaria pelos cremes se tivesse pelos grossos ou encravados. Mas pretendo pesquisar preços e fazer um fundo de reserva para comprar um pacote de depilação a laser, que me trará liberdade.
5. VESTUÁRIO E CALÇADOS – Roupas, escolho pela qualidade, mas nada de grifes caras. Vou a liquidações das lojas que gosto, pois é quando dá pra comprar o que me interessa pelo preço da peça, sem o agregado de fama, que encarece em 100% o produto. Mas se gosto de algo fora da liquidação, mas gosto muito mesmo, e posso, eu compro, porque a peça pode esgotar antes de chegarem as promoções.
Só tenho 3 bolsas e uns 8 ou 9 calçados, ao contrário de muitas mulheres, e uso tudo. Alguns já uso há anos. Se o sapato for neutro e de bons materiais, fica acima dos modismos e dura como novo por um tempão.
Gasto entre 1800 e 2300 reais com roupas, calçados e acessórios, por semestre.
Como se vê, é possível encontrar as próprias soluções e fazer escolhas, satisfazendo seu modo de ser individual.
Mulheres, cada uma de nós é única, não precisamos nos encaixar em padrões.
A mídia os define e tenta empurrá-los goela abaixo por um único motivo: dinheiro.
Não para o nosso bem-estar, mas, simplesmente, para o nosso consumo!
Busquem o próprio equilíbrio e sejam felizes!
Abraços.
Lívia, comentário *EXCELENTE*, simplesmente maravilhoso, sobre como cultivar e valorizar a feminilidade em harmonia com o orçamento doméstico, com dicas altamente práticas e que certamente ajudarão outras mulheres a conciliar o bem-estar com o consumo responsável!
Uma verdadeira aula de educação financeira, delas para elas. Meus parabéns!
Aliás, as mulheres têm dado um show de qualidade na caixa de comentários desse post. Fico muito feliz com tudo isso!
Abç!
Guilherme, a gente não deixa nunca de aprender mesmo.
Como falou a Ludmila (interessante o blog http://www.minimalizo.blogspot.com, dei uma lida e achei bem inspirador), temos que questionar as exigências com a aparência feminina e relaxar mais sobre isso.
Já venho nesse processo há um tempo também. Antes, se não gastava o que queria com beleza era por falta de dinheiro, mas tinha um monte de coisa que queria fazer e que ‘achava’ que deveria fazer. Hoje, posso fazer muita coisa, mas simplesmente não me interessam mais.
Por exemplo, ao postar os valores que gasto com beleza, percebi que se fizesse as unhas com a frequencia que eu pensava ser “ideal”, de uma vez por semana, gastaria R$ 1080,00 por ano!!!!! (R$ 20 x 54 semanas no ano). Ainda fazendo de 15 em 15 dias, é muita grana, 540,00.
E pensar que para mim é mais importante cuidar da pele e, mesmo que não goste tanto, dos cabelos, com isso gasto uns 1300 por ano, e ainda posso baixar mais. Então, por que vou pagar para fazer as unhas, se nunca tive a menor paciência para esse tempo perdido??? Aprender a fazer sozinha, já!!
E só quando tiver vontade!
E continua a busca pelo meu eu interior, a se refletir no meu eu exterior.
Oi Lívia, muito legal suas ponderações. É preciso sempre fazer reflexões à medida que o tempo passa, a fim de verificar se aquilo que fazia “tanto sentido” tempos atrás continua tendo pertinência nos dias atuais.
É como eu disse em outro post, as prioridades mudam com o decorrer do tempo http://valoresreais.com/2010/05/03/as-prioridades-mudam-com-o-decorrer-do-tempo/ bem como as coisas mudam de significado de acordo com os contextos http://valoresreais.com/2010/08/10/as-coisas-mudam-de-significado-de-acordo-com-os-contextos/
Ser pragmático e objetivo, e procurar visualizar as despesas sob o ponto de vista anualizado também ajudam nesse processo de reflexão e avaliação dos gastos, que devem ter correlação a uma necessidade intrínseca, que é a busca pelo eu interior, como você bem disse.
Abç
Estabeleci um teto para mim: $600,00 mensais. E vou priorizando meus gastos de beleza dentro desse valor. Vou a um bom salão uma vez por mês, alternando os serviços: num mês é o corte, no outro a coloração, em um outro limpeza de pele… Também uso, uma vez por mes, um serviço de podologia – $85,00. Gosto de me vestir bem, mas não preciso de tanta coisa assim. Compro aquilo que realmente vou usar.
A cada 18 meses, faço uma viagem ao exterior, e nessa ocasião compro cremes e perfumes de excelente qualidade, por uma fração do que custam no Brasil. Não é preciso usar um “balde” de nada, então tudo dura muito.
Já tenho algumas jóias, ganhas ou compradas em datas especiais – elas me bastam. Bijuterias, de quando em quando. Poucas, mas muito legais, nada descartável.
Quando quero alguma coisa muuuito cara, (um óculos novo por ex, coisa que está pela hora da morte), fico um mês sem comprar nada, para “juntar” o valor necessário, dentro do teto que me estabeleci.
Esse esquema funciona pra mim. Mas acho que cada um tem que estabelecer seu esquema, considerando suas necessidades. O que não pode é sair gastando sem planejamento…
Excelente depoimento, Vania!
Muito legal o seu método particular de estabelecer uma “caixinha” de R$ 600, verba essa destinada para tais finalidades.
É uma maneira bem prática de racionalizar, controlar e valorizar os gastos dentro de seus padrões e de suas possibilidades.
E, finalmente, concordo quando se diz que planejamento é essencial.
Abç!
O mais engraçado é que assim que mudam os valores internos, as mudanças refletem-se no dia a dia. Coincidência ou não, tenho encontrado cada dia mais ofertas de produtos de qualidade, “sem querer”. Talvez meu radar agora faça com que eu preste atenção nessas oportunidades, já que sempre fui o tipo de pessoa que entre 30 objetos na vitrine vai direto no mais caro. Agora conseguir um bom negócio, com produtos de qualidade, me dá a mesma satisfação (e até maior) do que quando gastava bastante.
Bem legal seu depoimento, Gisely, de fato, passamos a prestar mais atenção em oportunidades quando melhoramos a qualidade de nossas reflexões sobre os hábitos de consumo.
Passamos a ser mais seletivos com o que comprar e, quer querendo quer não, isso acaba atraindo melhores ofertas com produtos de maior usabilidade.
Sorte? Não. Questão de preparação: de estar preparado(a) para quando a oportunidade surgir, lançar a isca.
O Horizonte Feminino: http://www.contrapondoideias.net/2013/08/o-horizonte-feminino.html
Obrigado pelo link, Marília!