As histórias do Oráculo de Omaha – mais conhecido como Warren Buffett (rsrs) – sempre nos surpreendem. Surpreendem porque, além de muitas vezes divertidas, engraçadas e bem-humoradas, contêm lições de vida memoráveis, daquelas que fazem você pensar: “puxa, se o homem mais rico do mundo pensa e se comporta assim, eu também posso agir e pensar do mesmo modo“. Warren Buffett inspira pelo exemplo: ele adota um conjunto de comportamentos que podem ser perfeitamente replicados por qualquer um, tanto na parte financeira, de seleção de ações e administração de patrimônio pessoal (respeitadas, é claro, as devidas proporções..rs), quanto na parte pessoal, em função dos valores que cultiva, com ênfase especial para sua frugalidade extrema (que às vezes beira o pão-durismo, como já tivemos oportunidade de debater aqui).
Em se tratando de um blog que lida com finanças pessoais, a referência a Warren Buffett tem que ser constante e frequente – e procuramos cumpri-la à risca, até porque é um assunto que sempre atrai e desperta a atenção dos leitores e sempre rende boas histórias e “causos” deliciosos, incomuns e pitorescos. Por exemplo, a sua biografia oficial produziu uma das resenhas mais lidas e comentadas do blog, e tamanho era o material disponível que tivemos que fatiar a resenha em 5 partes (!):
Parte I: Introdução, Família e Precocidade
Parte III: Filantropia e atualidades
Parte IV: 8 lições extraídas da leitura da vida de Warren Buffett
Além disso, temos o privilégio de ainda tê-lo vivo e plenamente ativo em seus negócios (a propósito disso, recomendo fortemente a leitura de um artigo que escrevi em janeiro de 2010, Por que Warren Buffett não se aposenta?). Nesse ano de 2013, por exemplo, ele comprou, juntamente com o (também bilionário) brasileiro Jorge Paulo Lemann (falaremos mais sobre ele adiante), uma das maiores fabricantes de alimentos do mundo, a Heinz. Warren Buffett é uma personalidade fascinante porque, dentre outras coisas, é um cara frugal, o que é absolutamente desconcertante em face da tremenda quantidade de dinheiro que possui. Já abordamos esse assunto, inclusive, no artigo Isso é o que faz Warren Buffett ser “o” cara…
Todos os que já conhecem um pouco da vida dele sabem que ele mora na mesma casa há mais de meio século (obrigado ao leitor Cristiano pela correção!), que já usou água de chuva para limpar o próprio carro e que detesta restaurantes sofisticados e comidas caras. O que ele gosta mesmo é de hambúrgueres, batatas fritas, sorvetes de morango com calda de chocolate quente, pipocas e Cherry Coke. É uma coisa desconcertante e que fascina as pessoas: afinal, como um dos caras mais ricos (e inteligentes) do mundo pode se dar ao luxo de ter hábitos tão simples?
A riqueza tem várias faces. E o dinheiro é a menos importante delas: a história do restaurante.
Se os Estados Unidos tem “o seu” Warren Buffett, o Brasil também tem o dele. No momento em que esse artigo está sendo escrito (junho de 2013), a pessoa mais rica do Brasil também é um cara envolvido no mundo dos negócios, e cujo patrimônio é constituído igualmente por ações das empresas dos quais é dono ou possui participações importantes. O nome dele é Jorge Paulo Lemann (o mesmo que comprou com Buffett a Heinz), e nos últimos meses esse nome ganhou a estampa de revistas e as manchetes dos jornais por ter desbancado Eike Batista da primeira posição das pessoas mais ricas do Brasil (ao saber da notícia, Lemann não achou nada demais, segundo ele, listas “são apenas papéis, que não mudam nada na vida de uma pessoa”).
Jorge Paulo Lemann está na casa dos 70 e poucos anos, sendo, portanto, ligeiramente mais novo do que Warren Buffett. O brasileiro é dono, juntamente com seus sócios Beto Sicupira e Marcel Telles, de algumas das maiores empresas brasileiras, tais como a cervejaria Ambev, a cadeia de varejo Lojas Americanas, e a empresa ferroviária ALL, dentre outras. Em nível mundial, Jorge Paulo é dono de alguns dos maiores ícones do capitalismo norte-americano, tais como a rede de lanchonetes Burger King, a cervejaria dona da marca Budweiser (que, aliás, foi comprada pela Ambev), e, como dissemos acima, a fabricante de alimentos Heinz (que foi adquirida, repito, em conjunto com Buffett). Sua história de vida tem vários pontos parecidos com a de Warren Buffett, é igualmente fascinante e merece ser mais divulgada no Brasil – como, aliás, será. 🙂
Aguardem! Em breve uma resenha desse livro incrível! (Lemann é o cara do meio).
Como toda pessoa disposta a evoluir e a aprender sempre, afinal, se você parar de aprender, você definitivamente para no tempo, Jorge Paulo tem buscado incessantemente inspiração em Buffett para aprender mais sobre os negócios e sobre a vida, sendo que essa inspiração ocorre não somente por meio de leituras sobre a vida dele, mas também por meio de conversas e encontros pessoais.
E um desses encontros ocorreu há exatos 15 anos, ou seja, em 1998, logo depois da venda do (hoje extinto) Banco Garantia (do qual ele era dono) para o Credit Suisse. Naquela época, Warren Buffett era a segunda pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna então avaliada em U$ 62 bilhões, logo atrás de Bill Gates. Buffett e Lemann foram jantar num restaurante em Boston.
Nesse jantar, Buffett perguntou a Lemann como o brasileiro se sentia em relação à negociação do Garantia. Lemann disse:
“Eu estou bem. Hoje, eu prefiro tentar ser mais Warren Buffett e menos Sandy Weill, Jon Corzine ou John Reed” (principais executivos do Travelers, Goldman Sachs e Citibank, respectivamente).
Buffett perguntou:
“Por quê você quer ser mais Buffett, e menos Weill, Corzine ou Reed?”
Então Lemann respondeu:
“Porque você tem mais senso de humor, mais domínio sobre o próprio tempo… e você é mais rico que aqueles caras” (rsrsrs).
O Oráculo de Omaha então respondeu da seguinte forma:
‘Então vou mostrar como sou rico’.
Tirou do bolso a agenda, folheou algumas páginas, quase todas em branco, e disse:
‘Veja como sou rico. Olhe quanto tempo tenho para fazer o que quero, quando quero.'”
This is Warren Buffett!
E você? Vai querer conquistar a independência financeira para desfrutar dessa (verdadeira) riqueza quando?
Créditos da imagem: Free Digital Photos
Muito bom o artigo, maravilhoso, adorei. gosto muito dos seus artigos sobre Warren Buffet.
Só um pequeno detalhe neste parte do artigo “Todos os que já conhecem um pouco da vida dele sabem que ele mora na mesma casa há mais de meia década”
acho que seria ele mora nesta casa mais de meio século e não meia década.
Continue com seu excelente trabalho.
Cristiano de Oliveira
Obrigado pelas palavras e pela observação, Cristiano!
O artigo foi corrigido, com os devidos créditos a você!
Abç!
Olá Guilherme!
É muito bom poder se espelhar naqueles que mostram que riqueza financeira é apenas parte da riqueza plena, não é?! E mais: são ‘biografias’ vivas!
Logo cedo aprendi que o maior tesouro não é o ‘dindin’, mas sim o tempo.
Excelente artigo!
Forte abraço!
Oi Philip, você tem razão: eles são biografias vivas, dos quais extraímos preciosas lições!
Obrigado pela participação!
Abç!
Excelente artigo, Guilherme. Aguardando a resenha do livro.
Abraços
Obrigado, AdP! Já estou preparando a resenha, nas próximas semanas ela irá ao ar!
Abç
Olá Guilherme,
Ótimo artigo, só de ler Warren Buffet já me fez vir dar minha opinião, estou relendo a biografia dele “A Bola de Neve” porque é uma grande oportunidade poder ler sobre a vida desse mestre, além de ser o melhor investidor que já ouvi falar ainda é humilde, bem humorado e esforçado.
Não conheço muito sobre a história do Lemann e vou aguardar sua resenha para saber mais do livro e quem sabe adquirir 🙂
Abraços!
Oi General, bacana vc comentar por aqui tb!
“A Bola de Neve” é um livro espetacular, vc está fazendo um excelente investimento em seu conhecimento! Buffett é um cara com inúmeras qualidades, e não é à toa que é tão admirado no mundo inteiro.
Sobre Lemann, aguarde que vem coisa boa por aí! O livro também é ótimo!
Abç
Gui,
Precisamos formular melhor o conceito de riqueza. Ainda bem que o foco na liberdade, no bem estar pessoal, no tempo livro e satisfação tem ganhado força.
Ter dinheiro é apenas 1 dos muitos aspectos que podemos usar para definir o que é ser rico.
Abraço e boa semana meu amigo!
Pois é, amigo Jô, você disse tudo: temos que reformular o conceito de riqueza, essa expressão ficou muito associada às coisas materiais.
Resgatar a essência dos conceitos é um dos alvos de nossa missão como blogueiros!
Abç e boa semana pra ti tb!
Este é o melhor blog q tenho lido ultimamente, ta de parabens, mt obrigado !
Nossa, Victor, vc não sabe como eu fiquei feliz quando li suas palavras! Muito obrigado mesmo!
Abç!
Muito bom esse post!
Eu não conhecia muito sobre Warren Buffet até ler “A Bola de Neve”.
Gostei do trecho sobre a agenda. Dinheiro é importante, mas qual a vantagem ao nos tornarmos escravos dele? Acredito que usar o tempo com sabedoria é uma das maiores riquezas que temos, ao lado da saúde e harmonia interior.
Obrigado, Rosana!
Você sintetizou bem 3 das nossas maiores riquezas: saúde, harmonia interior, e tempo. Pode-se até afirmar que cada uma dessas riquezas expressa um tipo diferente de força: riqueza física (saúde), riqueza espiritual (harmonia interior), riqueza mental (tempo).
Abç!
Interessante a sua colocação, gostei! 🙂
Só agora vi seu comentário no meu blog, fiquei feliz com suas palavras!
Abraços,
Eu é quem agradeço! Tenho aprendido bastante com suas ideias, textos e vídeos (como aquele da história das coisas)!
Abç!
Obrigado Rosana! 🙂