Essa é uma continuação do artigo 16 vantagens de pagar as compras à vista – Parte I: Introdução, e Vantagens 1 a 4.
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Nesse segunda parte do artigo, exploraremos mais seis vantagens de fazer compras à vista. Acompanhe-nos! 😀
5. Você compra mais produtos com o dinheiro ganho com os descontos. Se você fizer a planilha que sugeri na vantagem #1 (ou mesmo que não a faça), verá que o dinheiro ganho com os descontos lhe permitirá comprar mais produtos, fazendo você ampliar o valor do seu dinheiro. P.ex., o dinheiro, que pagava uma TV (descrito na vantagem #3), se usado para pagamento à vista, permitirá a você comprar a TV e mais um aparelho de DVD, ou ainda, mais um aparelho Blu-ray. Mas a compra de mais produtos é, evidentemente, apenas um dos possíveis destinos do dinheiro extra recebido com os descontos. Você pode perfeitamente utilizar essa verba extra para a compra de, ao invés de passivos, de ativos financeiros, depositando-o num fundo de investimentos, aplicando-o na compra de ações, investindo-o na compra de cotas de fundos imobiliários etc.
6. Você não paga anuidades de cartão de crédito, tarifas de folhas de talão de cheques (para compras com cheques “pré-datados”), e outras tarifas bancárias desnecessárias (como a manutenção de conta-corrente vinculada a um cartão de crédito). Você não precisa pagar para utilizar determinados meios de pagamento. Querendo, você não paga. Basta utilizar outro meio. O pagamento à vista não necessariamente pressupõe que você tenha que pagar alguma tarifa adicional por isso. Por exemplo, se você pagar à vista por meio de débito em conta, não pagará tarifa por esse serviço (poderá até pagar uma tarifa de manutenção de conta-corrente, mas não tarifa por pagamento no cartão de débito). Por outro lado, se você pagar utilizando o meio de pagamento “cartão de crédito”, provavelmente terá que arcar com o pagamento de uma tarifa associada ao uso desse cartão, denominada de anuidade.
E é aqui que começam os problemas. Porque tem gente que aceita desembolsar R$ 400, R$ 500 e às vezes até R$ 600 ou mais só pelo “status” de poder pagar alguma coisa com um instrumento de plástico do tipo “Platinum”, “Black” ou “Infinite” . O pior é que, nessa “sanha” pelo cartão de crédito “mais top”, muita gente aceita passivamente pagar outros R$ 40, R$ 50, R$ 60, de tarifa de manutenção mensal de uma conta-corrente mais cara (apelidada carinhosamente de “pacote de serviços”). Sim, porque os cartões de crédito com anuidades mais caras normalmente só estão disponíveis para quem estiver disposto a se tornar correntista da instituição bancária. E só nessa brincadeira toda de anuidade de cartão de crédito “mais top” combinado com conta-corrente “mais top” lá se vão de R$ 800 a R$ 1.500 por cada cartão de cada banco.
Ahhh, mas o cartão de crédito me dá desconto em lojas, milhas aéreas, seguros de viagem, salas vip, parcelamentos do saldo da fatura blá blá blá, blá blá blá? Ok, vamos com calma. Tá certo que há alguns benefícios adicionais pelo uso do cartão, maaasss… você já parou um pouco para pensar que esses benefícios só te incentivam a consumir mais? A gastar mais? A se endividar mais? A ter um padrão de vida cada vez mais dependente (e não indepedentente) do dinheiro? A aumentar cada vez mais o seu custo de vida? Vamos lá, raciocine comigo:
– Descontos em lojas: se você vai obter descontos em lojas, é porque implicitamente já vai gastar dinheira nelas. E quem não garante que pagando à vista no boleto ou no débito o desconto será ainda maior?
– Milhas aéreas: lembre-se do que eu disse acima: os “benefícios” dos cartões funcionam como um “gatilho” para você consumir e gastar mais. No caso do incentivo das milhas aéreas, é preciso prestar atenção nos custos associados à passagem. Eu não falo da passagem em si, mas dos gastos com táxis, diárias de hotel, restaurantes etc.
– Seguros de viagem: você já leu a apólice desses seguros para ver que tipos de coberturas não estão garantidas?
– Salas VIP: algumas pessoas lutam bravamente para ter um cartão de crédito que dá direito a uma sala VIP. Para elas, o objetivo principal para obter o cartão acaba sendo poder usar uma sala VIP de aeroporto, no futuro. Se esse for o seu caso, cabe aqui uma reflexão. Quantas vezes você viaja por ano? Se você viajar, digamos, umas duas vezes por ano, irá utilizar umas duas horas anuais de sala vip. Mas pagar R$ 400, R$ 500 ou até R$ 600 de anuidade, em troca de 2 horas A-N-U-A-I-S a serem passadas numa sala de aeroporto não parece ser exatamente um negócio cujo benefício pague o custo. Ok, suponha que você viaje 50 vezes por ano e seja um passageiro frequente. Considerando que gaste 1 hora em sala VIP para cada viagem, serão 50 horas por R$ 400, R$ 500 ou R$ 600, ou outro valor qualquer correspondente ao preço da anuidade.
O que quero propor como reflexão é o seguinte: até que ponto vale a pena lutar tanto atrás de um cartão que ofereça um tipo de beneficio que você mal vai se utilizar a cada ano? Será que vale a pena se sujeitar a abrir conta em agência “top”, gastando horas e mais horas atrás de documentação, conversas com o gerente, idas à agência, telefonemas, e ainda correndo o risco natural de não ser bem tratado por gerentes que mal te conhecem, e que, muitas vezes, não estão nem aí para o que você deseja?
É preciso deixar claro que não estou desconsiderando a importância dessas salas para determinados segmentos de viajantes, para quem realmente pode valer a pena utilizá-las. O que estou criticando é a desproporção entre o pequeno benefício que se obtém, e o enorme custo para obter esse mesmo benefício, para muitas pessoas, as quais lutam para ter um cartão de crédito exclusivamente em função do acesso a uma sala de aeroporto.
Por isso, fica aqui o alerta. Avalie bem suas necessidades, e veja se você realmente precisa desses “benefícios” do cartão, ou pode perfeitamente dispensá-los.
– Parcelamento do saldo da fatura: benefício censurado porque os leitores do blog não se sujeitam a esse tipo de armadilha “benefício” (que de benefício não tem nada). 😀
7. Você tem mais poder de barganha para negociar isenção/redução de tarifas de anuidade de cartão de crédito. Ao ligar para o call center para negociar a isenção/redução de anuidade, se você estiver “pendurado” pelos próximos 15 meses com 34512 prestações de xyz compras parceladas no cartão, dificilmente conseguirá bons descontos ou a isenção de anuidade, pois o atendente olhará, na tela do computador dele, o seu histórico de compras parceladas, e verá que você estará “preso” ao cartão por alguns bons e sucessivos meses, de modo que será bem mais difícil conseguir conseguir uma boa negociação, afinal, como é que você vai cancelar o cartão com tantas compras parceladas ainda a serem liquidadas?
Do contrário, tendo poucas ou nenhuma compra a vencer, ou seja, pagando à vista suas compras, você estará com mais liberdade para cancelar o cartão à vontade, se esse for de seu interesse.
O argumento de que você tem que ter um bom volume de gastos no cartão para conseguir descontos/isenção de anuidade é verdadeiro apenas em parte, e funciona mais nos cartões desvinculados de conta-corrente, uma vez que, para esses últimos, o que acaba contando mais, no “frigir dos ovos”, é o volume de investimentos que você tem no banco.
8. Você não faz dívidas para o futuro, e fica livre de futuros pagamentos. Só quem já passou pela amarga experiência de ter dívidas oriundas das mais diversas fontes – cartões de crédito, empréstimos pessoais, empréstimos consignados, financiamento de veículos… – sabe quão boa é a sensação de não ter obrigações financeiras para quitar no próximo mês – ou nos próximos meses. Essa é a faceta subjetiva da vantagem #3: você não só fica com o salário mais “livre” (aspecto objetivo), como, psicologicamente, fica com mais liberdade para movimentar seus fluxos futuros de receitas. Novos horizontes se abrem – afinal, com mais dinheiro líquido disponível, as opções se multiplicam (lembrem-se do que o dinheiro compra, o que o dinheiro é). Psicologicamente, esse benefício fica ainda mais visível se a compra à vista foi realizada por algo que aconteceu no passado.
Explico. Esse artigo foi publicado em meados de abril de 2012. Pois imagine a situação do sujeito que vai viajar em maio de 2012, e resolve parcelar sua viagem de férias em… 12 vezes (!!!). Em maio de 2013 ele ainda vai estar pagando por uma viagem que ocorreu em maio… de 2012 (!).
Comprou à vista não tem nada disso: pagou, viajou. Vamos pra próxima? Sem parcelas no cartão. Sem dívidas no cartão. Sem escravidão no cartão. 😀
Além disso, comprando à vista com desconto, você evita o efeito “bola de neve” que acomete a maioria das pessoas com endividamento crônico. Funciona assim: você começa pagando uma compra em 5 prestações aqui, 8 prestações ali, 10 prestações acolá. Total: 3 parcelamentos para o próximo mês. Ok.
Aí, no mês seguinte, você, por não ter dinheiro suficiente para pagar à vista, em razão da falta de planejamento financeiro, paga mais uma compra em 4 prestações aqui, 6 prestações ali e 11 prestações acolá. Agora já não são 3, mas 6 prestações no total, a 1/4, 1/6 e 1/11 do mês atual e também a 2/5, 2/8 e prestação 2/10 do mês anterior.
No 3º mês, já afogado(a) em tantas prestações dos meses anteriores, e vendo novamente que não tem dinheiro em caixa para as novas compras, resolve fazer mais 4 compras em prestações, uma em 4 vezes, outra em 7 vezes, outra em 13 meses…e já começa a vislumbrar a possibilidade de pedir um empréstimo para quitar a fatura atual, que já não cabe em apenas uma folha de correspondência… cheeeegaaaaa!!!!
Alguém aguenta, alguém consegue, viver em paz com tantas dívidas feitas no cartão? Não. É praticamente impossível viver em paz desse jeito. As dívidas vão se acumulando, formando uma bola de neve tremendamente perigosa, e cujos efeitos tendem a repercutir também sobre a sua saúde psicólogica. Já quem compra à vista, fica sempre no azul. Céu de brigadeiro…. 😎
9. Você se planeja melhor. Se você se programar para pagar à vista, é porque já está presente uma premissa implícita fundamental, qual seja, você tem dinheiro no bolso. Além de ter dinheiro no bolso, muito provavelmente você já equacionou essa despesa inteira (e não apenas o valor da parcela) para caber dentro do seu orçamento doméstico. Logo, você faz um planejamento financeiro muito mais consistente com a sua capacidade de gastos, muito mais condizente com sua renda, e muito mais adequado com aquilo que você pode gastar. Será que quem vive no mundo “maravilhoso” das parcelas consegue ser tão equilibrado com seu orçamento doméstico? Provavelmente não. Como eu já escrevi em outro artigo, reprograme seu cérebro para tomar decisões inteligentes de longo prazo, e você terá uma vida financeira não só muito mais organizada, como também equilibrada.
10. Você ganha tempo. Você pode até utilizar a técnica do parcelamento caso não consiga o desconto à vista (bastante raro hoje em dia naquelas compras de maior valor, como roupas e eletroeletrônicos, porque para as lojas também é mais vantajoso financeiramente receber o valor à vista do que pagar comissão à administradora do cartão pelo uso da “maquininha”). Mas isso vai demandar tempo, gerenciando um complexo sistema de investimentos-resgates-pagamentos de parcelas. Nem todo mundo gosta de gastar tempo administrando suas finanças. Aliás, para muitas pessoas, finanças é uma das partes mais chatas da vida, e, quanto menos tempo lidando com as contas, melhor.
Nesse sentido, é muito melhor gastar menos tempo gerenciando o orçamento doméstico com mais dinheiro no bolso e menos preocupação com futuras faturas de cartão, do que com menos dinheiro no bolso (pagando as parcelas) e mais parcelas futuras no cartão, você não acha?
Como eu disse em outro artigo, tempo é seu recurso mais valioso (mais valioso inclusive que dinheiro), e encontrar mecanismos para otimizar o uso de seu tempo é tão importante quanto encontrar mecanismos para otimizar o uso do seu dinheiro.
É importante destacar que reconheço algumas vantagens das compras parceladas – e elas serão objeto de um post futuro – mas essas exigem um sistema de gerenciamento das finanças pessoais tão complexo de se lidar que, para muitas pessoas, pode ser muito mais compensador gastar menos tempo e menos energia com esse sistema, simplificando suas finanças pessoais.
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No próximo artigo dessa série estaremos analisando as vantagens 11 a 16 de se fazer o pagamento das compras à vista, bem como finalizando essa série, com as considerações finais. Não percam! 😀
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Guilherme,
Muito bom o seu artigo.
Eu acho que além do desconto, pensaremos mais na hora da compra pois é diferente você comprar algo de 2.000,00 à vista ou em 10X de 200,00. Nesse segundo caso, parece que fica mais “suave”, dá uma falsa impressão de que não foi tão caro assim.
Os cartões sempre tem 1001 benefícios que você usará muito pouco (isto é, se usar). Se colocados na ponta do lápis, a balança custo-benefício penderá para o lado custos.
Na dica 8, além de ficar livre de futuros pagamentos você libera sua mente dessas preocupações, principalmente quando chegar a fatura do cartão de crédito.
Eu também acredito que algumas compras parceladas são mais vantajosas desde que isso seja proporcional ao custo de se ter um cartão de crédito.
Depois de tantos aborrecimentos com o Itaucard, estou muito satisfeita com a função débito do Visa Electron. Acho que consegui até programar melhor meus gastos dessa forma. Já deixei um fundo-reserva para isso, então, se eu não usar esse valor, pelo menos terei o rendimento da poupança e gasto zero com anuidades. E me sinto muito melhor assim!
Abraços e muito sucesso,
Rosana, ótimo comentário (como sempre)!
Você tem total razão na questão da “suavidade” apenas aparente dos parcelamentos. É por isso que algumas lojas adoram colocar em destaque vermelho bem grande o valor da parcela, e embaixo, em letras e números miudinhos, o valor total à vista.
Bastante inteligente também é a sua tática de uso do cartão de débito. Além de tudo, o uso do cartão de débito evita o risco de clonagem dos cartões de crédito. Mais liberdade, menos preocupação, menos contas a pagar no futuro: esse é um estilo de vida bom!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Apenas um complemento ao que foi citado no item 6 : as salas VIPs vêm sendo seguida e instantaneamente encerradas sem avisos pelas cias aéreas e de fidelidade(Smiles, Diners), e algumas já começaram a cobrar pelo acesso, como recentemente informou o Rodrigo Purisch, do blog Aquela Passagem.
Bem lembrado, Jackson!
E essa tendência de fechamento das salas VIP pode se agravar, já que como os aeroportos grandes estão sendo “privatizados”, o aluguel desses espaços provavelmente sofrerá grandes reajustes (assim como as taxas de embarque), “obrigando” os inquilinos a terem que fechar essas salas.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Eu viajo muito à trabalho e adoro viajar também por lazer, então mantenho um dinheiro guardado na poupança exclusivamente para gastar com essas viagens de lazer, assim sempre posso aproveitar as grandes promoções e vou viajar com as passagens totalmente quitadas sem ter que me preocupar com parcelas. E com grande experiência em viagens eu não faço a menor questão das salas vips.
Daiana, parabéns pela estratégia eficiente e inteligente de programação financeira para viagens! Sem dúvida, o planejamento financeiro bem feito produz esse tipo de sensação, e convenhamos, é uma sensação muito boa!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Oi Guilherme,
Continuando a minha linha de respeitosa discordância dos textos que você coloca, venho, mais uma vez, divergir bastante da linha apresentada neste post seu. Especificamente, no caso dos cartões TOP, que você tanto critica, discordo muito de que a pessoa esteja pagando 600 reais por ano para usar uma sala uma ou duas vezes ao ano ou para obter um ou outro benefício, além de status. Primeiro, que eu acho que status tem lá o seu valor. É bom ser bem recebido e atendido com prioridade. Mas, fora isso, que talvez alguns achem que não tem valor, eu trago argumentos consistentes de que, na maioria das vezes, não compensa pagar à vista.
Você citou alguns exemplos de casos em que é possível obter desconto pagando à vista ou no boleto, mas o único caso que eu conheço em que isso acontece, é justamente o que você citou, em sites de produtos eletrônicos e, mesmo assim, em não em todos eles. No maioria dos lugares que você compra, é muito difícil negociar um desconto à vista, sem cartão. Tente fazer isso no posto de gasolina, no supermercado, na loja de móveis, nunca consegui nada. Os únicos lugares que, às vezes dão desconto, é no exterior, onde é permitido cobrar mais para quem paga no cartão. No Brasil isso parece que não é permitido. Farmácias, lojas de shoppings, restaurantes, etc, nenhum dos lugares que frequento dá descontos para pagamento à vista. Então, melhor pagar com cartão.
Além disso, vejo que o custo de 600 reais por ano para um cartão TOP, embora possa ser alto, a primeira vista, não é lá muito significativo se você usar o cartão.
Imagino que o mínimo que quem tem esse tipo de cartão deva gastar 5000 por mês com cartão de crédito. E aí fica a dica que já dei no outro post: para conseguir e manter esses cartões TOP, você deve tentar dar adicionais para sua esposa e pessoas de sua confiança (no meu caso, esposa e pai) para aumentar os gastos e negociar melhores descontos. Mas mesmo que você não consiga o desconto, veja só:
a) ganho de milhas adicionais
Que gasta 5000 por mês, terá gasto 60.000 no ano. Isso dá 45.000 pontos em cartão Platinum (supondo que você consiga ele de graça) e 60.000 pontos ou 66.000 pontos no cartão TOP. A diferença de 15.000 ou 21.000 pontos por 600 reais não é lá tão absurda.
b) postergação de pagamento de contas
Se governos e grandes empresas vivem de se financiar, porque não os consumidores. Isso é realidade nos EUA e em países mais maduros financeiramente. No Brasil, com juros exorbitantes isso é menos comum. Mas com o cartão de crédito, podemos postergar, em média, o pagamento por 15 dias. Considerando uma taxa de juros de 0,8% ao mes, deixar de pagar uma conta de 5000 em média, por 15 dias, dá uma remuneração adicional de 20 reais por mês. 20 reais vezes 12 meses, dão 240 reais. Só isso já quase pagou metade da anuidade.
Em resumo, sem entrar em outros detalhes como status, ser bem recebido em bem atendido, manter um cartão TOP com “apenas” 5.000 por mês lhe renderá 240 reais por ano de rendimentos por postergação de pagamento e mais 15.000 milhas adicionais.
Na minha modesta avaliação, estes benefícios somados valem sim, a anuidade de 600 reais.
A título de curiosidade, eu tenho dois cartões do tipo TOP e em um deles não pago anuidade e , no outro, estou bastante satisfeito com os benefícios. Mas como você bem diz, é difícil elogiar banco nesse país; estou gostando, até acontecer algo que me deixe decepcionado.
Abraços,
Fernando
Fernando, excelentes comentários!
Eu concordo com sua discordância (rsrs): seus argumentos estão bem embasados e matematicamente bem alicerçados também. Eles são frutos do altíssimo nível de conhecimento que você adquiriu da área de cartões de crédito, bem como do elevado grau de educação financeira de sua mente.
Adicionalmente, digo que o erro está não nos cartões de crédito “top” em si, mas na desproporção na relação custo/benefício obtido pela grande maioria das pessoas que vão atrás desses cartões. Esse não é certamente o seu caso, que busca maximizar os benefícios, a fim de que eles paguem os custos. Para seu perfil de gastos, está valendo a pena. Porém, para a grande maioria das pessoas que buscam adquirir esses cartões, pode não valer a pena, e daí o sentido de alerta do post.
Quanto aos descontos para pagamento à vista, eles têm um impacto maior justamente nas compras de maior valor, que são justamente aquelas que ocorrem fora do dia-a-dia, como já mencionei em outro post. Porém, mesmo nas compras de menor valor, existem aspectos das compras à vista que não podem ser descurados, ainda que não redundem em descontos, como aqueles bem citados pela amiga Rosana, a respeito da tranquilidade mental e psicológica de saber que não haverá despesas futuras. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Parabéns Guilherme pelo post. São dicas valiosas que deve ser observadas por todos nós consumidores brasileiros.
Estou esperando agora a Parte III.
Um grande abraço…
Ôpa, valeu Thiago! A parte III em breve sairá!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Guilherme, como sempre, ótimos comentários,
Lendo o comentário do Fernando, concordo e discordo de algumas coisas que ele coloca. A primeira delas é a mesma que te fez dizer sobre o status: a maior parte das pessoas paga as coisas sem saber porque e nem os benefícios que pode obter. O brasileiro é muito acostumado com “ninguém me avisou disso”, “porque ninguém fala das vantagens daquilo”, etc, ao invés de ELE mesmo se informar e ler as regras. A realidade é que lidamos com bancos e entidades financeiras em completo pé de desigualdade. Eles sabem o que fazem e os consumidores, muitas vezes, não. A pequena parcela que sabe, já sai em vantagem.
O exemplo mor disso são os cancelamentos arbitrários que o Banco Itaú fez dos cartões de crédito de quem usava muito o pague contas. Essas pessoas estavam dentro das regras do programa e o banco alegou “desinteresse comercial” para encerrar a relação. Desinteresse comercial, para o banco, ocorre quando você faz algo que não lhe dá lucro. Uma punição pela sua petulância de querer saber mais do que ele.
Para os educados financeiramente (poucos, infelizmente) o cartão de crédito é ótimo. Ele permite parcelamentos por preços à vista na maior parte das coisas. Em 90% das nossas compras diárias realmente é impossível conseguir esse desconto. Ele ocorre nas despesas maiores e extraordinárias.
Quando me casei, comprei grande parte da mobília da minha casa à vista. Fuçava ao máximo na internet e chegava no menor preço existente. Ia na Fast Shop e falava ao vendedor: tenho tal preço, e aí? Eles geralmente cobriam e me deixavam levar o produto por um preço bastante inferior ao anunciado. Pagava com cheque, à vista.
Já houve outra situação em que não quiseram me dar o desconto que eu queria num fogão. Esperei um outro site entrar em promoção e comprei em 12X sem juros (de fato, porque o pagamento desse modo foi bastante descontado e era igual ao pagamento à vista) e deixei o dinheiro na poupança. Ia tirando gradativamente…
Agora um ponto muito importante para economia, e que ainda não te vi levantar nesses posts é sobre a compra planejada. Muitas vezes, por impulso, compramos coisas por preços mais caros do que deveríamos. O ideal, ao fazer uma compra, não é entrar num site/ir a uma loja e comprar logo de cara. É lógico que uma geladeira quebrada não permite muitas pesquisas, mas quando se está no processo de montagem de uma casa, por exemplo, isso é perfeitamente factível. Tudo o que eu comprei foi exaustivamente comparado, e sempre procurava uma boa noção sobre o menor preço que eu já tinha visto o produto buscado. Esses preços oscilam muito e os descontos passam dos 20%. Então eu sempre comprava tudo quando o preço chegasse próximo daquele mínimo que eu conhecia. Isso aconteceu recentemente com um produto que comprei e que custava, na média, 129 reais, caro 149 reais e no mínimo 89 reais. Paguei ainda menos dos que os 89 pois usei um cupom de desconto.
É claro que cada caso é um caso (e eu nem entrei no mérito das milhas aqui) mas o ideal é sempre pesquisar muito o que se quer e não ter nenhum meio de pagamento preferencial. Usar o que é melhor para você no momento da compra, é que é o ideal.
Abraços e parabéns pelo post.
Leandro
Olá, Leandro, ótimos comentários!
De fato, a assimetria da informação é muito grande, e poucos consumidores têm condições de tirar proveito de boas estratégias de compras.
Gostei de sua sugestão sobre compras planejadas, já está anotado!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Sempre dou preferência a compras a vista. Esperei desde 2009, quando eu “podia” me endividar para comprar um carro, e o comprei agora. Obviamente eu podia, sem transtornos, andar de coletivo. Esperei e comprei um ótimo carro, por um ótimo preço(25% abaixo da tabela fipe). Mas quando não consigo descontos, eu vou e parcelo mesmo, o ruim é que as vezes eu realmente não tenho a barganha com a operadora do cartão, e olhe que eu sempre tento barganhar algo.
Rony, ótimo depoimento! É uma prova de que, com planejamento, antecedência e uso certo do dinheiro, se pode fazer grandes conquistas no campo do consumo, sem “atrapalhar” o programa de investimentos.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!