Esse é um post que eu já tinha rascunhado há tempos, mas que resolvi finalizar agora graças ao incentivo do leitor Willy Fog, que, dotado de uma excelente memória, comentou:
“Ei Guilherme, lembro que meses atrás você comentou que iria escrever algo a respeito das empresas boas pagadoras de dividendos. Ainda pensa em escrever tal artigo? O Valor publicou uma reportagem um tempo atrás onde nos últimos 10 anos somente 4/5 empresas pagaram dividendos que superaram a poupança. Seria interessante um artigo sobre isso já que existe pouca discussão sobre esse tema”.
Os articulados leitores Gustavo e Rosana também se interessaram pelo tema, o que me motivou ainda mais a antecipar a publicação desse artigo. Como acredito que o tema seja do interesse de grande parte do público leitor do blog, aqui vai o artigo, que chega em boa hora, que é a volatilidade do ambiente das Bolsas de Valores. 🙂
obs.: sei que estou atrasado na resposta aos comentários, mas vou tentar atualizá-los assim que me sobrar um tempinho! 😉
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Existe um frisson exagerado, na mídia, motivada em grande parte pela ação dos marqueteiros de plantão de fundos de investimentos, bem como de opiniões erradas de especialistas de mercado, acerca das famosas carteiras de ações com foco em dividendos, bem como das ações que pagam bons dividendos. Esse auê é exagerado, em minha opinião, porque as pessoas focam muito na distribuição de renda que as empresas pagam aos seus acionistas, esquecendo e relevando a segundo plano outro fator crucial tão ou mais importante para a acumulação de capital a longo prazo, que é justamente a valorização das ações, isto é, do seu preço, cotado em Bolsa.
Sobre esse tema, já discorri antes no blog, nesse artigo: Pense em ações como pés de dinheiro – mas não pense só nos frutos, mas também no crescimento da árvore! O amigo Investimentos & Finanças também abordou a questão num ótimo artigo, intitulado Carteira de dividendos: faz sentido?
Uma matéria publicada no começo desse ano no jornal Valor Econômico comprova os perigos de se utilizar uma estratégia unidimensional, isto é, que pensa apenas na distribuição dos dividendos. Com base em estudos da Economática, chegou-se à constatação de que, nesses dez últimos anos, apenas 4 das quase 500 empresas listadas em Bolsa distribuíram lucros que superaram os juros da poupança, de 6% ao ano. Isso mesmo: somente a Telesp, Eternit, Celpe e Coelba (nunca tinha ouvido falar dessa última empresa) conseguiram um dividend yield anual superior a 6%.
O estudo utilizou critérios que refinaram bastante a quantidade de empresas selecionáveis, pois só entraram na lista empresas que tiverem presentes todos os anos na Bolsa, e que tivessem pelo menos 1 (um) negócio em dezembro de cada ano.
Como eu costumo comentar aqui no blog, na fase de acumulação de capital, a preocupação do investidor deve se centrar no retorno total de suas aplicações, e não apenas em um aspecto, uma parcela, desse mesmo retorno. No caso específico das ações, olhar apenas as empresas “boas pagadoras de dividendos” pode ser uma estratégia pouco eficiente, pois elas costumam ficar atrás do retorno do índice Bovespa. no médio/longo prazos. Veja o caso das empresas de energia elétrica: são boas pagadoras de dividendos? São. Mas o preço de suas ações não se valoriza tanto quanto empresas que apresentam dividend yield menor, como mineradoras e siderúrgicas. E isso, no longo prazo, pode fazer uma diferença enorme, devido ao poder dos juros compostos.
O mesmo vale, guardadas as devidas proporções, para os fundos imobiliários. Olhar o yield do aluguel mensal é, sem dúvida, um critério importante na seleção de ativos, mas é relevante também analisar o histórico de valorização da cota, que normalmente espelha, no longo prazo, os fundamentos do imóvel ou imóveis subjacentes ao fundo, bem como os ativos que compõem o próprio fundo, dentre outros critérios passíveis de exame. Isto é, se o imóvel se valoriza, a cota também se valoriza, e isso é muito bom para o investidor, que poderá ter um bom ganho de capital quando pensar em vender seus ativos de fundos imobiliários, e transferir o respectivo valor para outro investimento que considere atraente.
É uma situação bem semelhante à do investimento direto em imóveis “de tijolo”. Quando se compra um apartamento, escritório ou terreno, não basta apenas verificar a taxa de aluguel. Tão ou mais importante que isso é saber quanto o preço do metro quadrado se valorizou durante determinado intervalo de tempo.
A preocupação com a renda é importante, sim, mas ela ganha mais peso quando você tiver próximo da aposentadoria, e não quando estiver distante dela. Agora, se você quiser mesmo adquirir um fluxo de caixa contínuo com seus investimentos, em vez de escolher ações que pagam dividendos, talvez uma alternativa a se considerar seja a de comprar fundos imobiliários que pagam bons yields e que tenham um histórico consistente de rendimentos. Aliás, essa é uma das estratégias mencionadas nesse artigo: 3 estratégias com investimentos em fundos imobiliários – FIIs. Embora os preços das cotas dos fundos imobiliários estejam, no geral, proporcionando yields médios que variam de 0,7% a 0,75% a.m. (abaixo, portanto, do CDI líquido), é possível ainda assim garimpar alguns bons fundos do mercado atual (os FIIs têm sido duros na queda: despenca a Bolsa, mas não despecam na mesma proporção os FIIs).
Uma terceira hipótese ainda a aventar é, se você optar por escolher ações que pagam bons dividendos, não ficar somente com elas: amplie a diversificação de sua carteira, e escolha também ações que, apesar de ter um percentual baixo de dividendos, tenha maiores perspectivas de crescimento no valor de suas ações. Lembre-se de que uma diversificação adequada reduz riscos, ao mesmo tempo em que proporciona retornos maiores à sua carteira global de investimentos.
Termino esse artigo com a mesma conclusão exposta pelo Investimentos e Finanças, no artigo acima referido:
“O resultado de se focar apenas nos dividendos é que existe uma chance muito grande de sua carteira de ações perder feio do IBOVESPA. E isto no longo prazo, devido aos juros compostos, pode se traduzir em uma diferença brutal”.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Legal saber que meu comentário serviu de inspiração para mais um artigo aqui no VR.
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Hoje se o sujeito pensa em ter ações boas pagadoras de dividendos para complementar a renda talvez devesse considerar a possibilidade de trocar essas ações por FII, já que os FII distribuem aluguel mensal e as ações boas pagadoras de dividendos geralmente distribuem dividendos anual, semestral ou trimestral. E de acordo com a tabela do blog Rendimento de FII, tem FII pagando aluguel de mais de 1% a.m.
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http://rendimentofundoimobiliario.blogspot.com/2011/08/atualizacao-agosto-2011.html
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Poucos são os fundos de dividendos que estão se salvando nesta crise, no rank abaixo tem um com rent. anual de -36%, pior até que o Ibovespa, tá certo isso?
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http://www1.folha.uol.com.br/indicadores/957644-fundos-acoes-dividendos.shtml
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Abcs
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P.S.: “….leitor Willy Fog que dotado de EXCELENTE memória….” kkkkkkkkkkk um dia ainda terei um excelente memória, mas por enquanto….
Excelente analogia através dos “pés de dinheiro”!
É preciso pensar nos (1) frutos que ela dará mas também (2) no crescimento da árvore.
Retorno total é o que o nome já diz: Considera (1) dividendos e (2) valorização do ativo.
Um dúvida que recebi no artigo sobre os ETFs é que eles não distribuem dividendos e por isso perdem a possiblidade de retorno…
Não é assim…Na verdade os dividendos são incorporados no preço destes ETFs (reinvestidos automaticamente), sendo, portanto, contabilizados como valorização da cota do fundo.
A analogia é simples:
(1) Ação que paga 6% Dividend Yield e apresenta 4% de valorização da cota.
(2) Ação que paga 1% Dividend Yield e apresenta 14% de valorização da cota.
Retorno Total 1: 10%
Retorno Total 2: 15%
Os dividendos são uma maior garantia de receber a renda. Você acaba se sentindo um pouco mais seguro (e às vezes isso gera uma grande ilusão…).
Mas é preciso olhar sempre o retorno total.
Carteiras de Dividendos são adequadas para quem já está na fase de retirar dinheiro do mercado.
Complementando com FIIs, podem ser bons geradores de renda.
Logo, a viabilidade da carteira de dividendos depende dos desejos do investidor.
Grande Abraço Guilherme!
Excelente artigo! Obrigado pela citação Guilheme!
Um grande problema de focar em dividendos é que voce monta uma carteira muito concentrada em ativos do mesmo setor (eletricas) e um belo dia a empresa pode simplesmente deixar de pagar dividendos; e isto muitas vezes pode gerar uma queda forte. Em breve a revisão tarifária pode diminuir os dividendos das eletricas. E veja a ELetropaulo; hoje divulgou que reduziu o Payout de 100 p/ 50%. Deve cair bastante!
Abs
Guilherme,
Se voce quisesse deixar o artigo um pouco mais tecnico poderia mencionar o modelo de gordon, que chega na mesma conclusao que voce: o crescimento dos lucros devem ser considerados para se avaliar uma acao, junto com o yield de dividendos.
Materia porca essa do Valor.
Abraços,
VR.
A estatistica é uma ferramenta poderosa mas ao mesmo tempo precisa ser bem analisada. Comparar dividend yield com juros de poupança na minha opnião é errado. Dá a falsa impressão que investindo na poupança seu retorno será melhor do que o pagamento de dividendos. O Dividend Yield anual faz a comparação com a média do preço naquele ano, se você pagou menos pela ação não faz diferença olhando por essa analise um tanto quanto “burra”. O investimento em poupança tem que ser comparado com investimentos de renda fixa e não com distribuição de lucro de uma empresa.
Abraços
Guilherme, mais um excelente artigo, muito obrigado!
Realmente, concordo com suas ponderações e com os excelentes comentários acima! Nada como uma carteira balanceada, com ações pagadoras de dividendos mas também ações de empresas de crescimento e, por que não, algumas empresas small caps!
Grande Guilherme,
No momento de fazer o bolo crescer não faz muito sentido realmente, afinal as empresas que pagam melhor crescem, em regra, menos.
A preocupação com empresas que pagam melhores dividendos faz sentido no momento de colher os frutos, onde o montante acumulado já é suficiente para os planos do investidor e o que ele precisa é receber dividendos para viver e não está preocupado em aumentar o bolo. Mas aí também poderia-se sair da bolsa e realizar um CDB ou investir em FII ou mesmo em TD com pagamento de cupons.
Excelente ponderações, abraço.
Guilherme,
Agradeço por ter escrito esse artigo, ficou muito bom!
Eu sempre pensei mais nos dividendos pois eles estão ali todo mês na conta mas desconhecia o fato de que a valorização de tais ações geralmente fica aquém das outras listadas na Bovespa até porque as únicas ações que possuo pagam dividendos e não fico acompanhando muito as outras… Ou melhor: não ficava! A partir de agora serei mais criteriosa em relação a esse assunto.
Abraços e sucesso,
Willy, ótimos links, e você abordou um ponto bem interessante a favor dos FIIs: distribuição mensal de resultados. Existe ainda outro componente importante, que é a relativa estabilidade das cotações dos FIIs, comparada com a alta volatilidade que marca as ações, principalmente as mais líquidas.
Henrique, ótimos comentários! Avaliar o retorno total da carteira sempre! Ainda bem que temos um amplo leque de investimentos à disposição para realizar tal objetivo.
I.F.: bem lembrado, a empresa pode ainda deixar de pagar dividendos, assim como fundos imobiliários podem deixar de pagar aluguel. O negócio é sempre “espalhar” o investimentos através de uma boa diversificação de ativos.
Viver de Renda, bem lembrado da equação de Gordon! Ainda quero expô-la aqui no blog algum dia. Força pra vc!
Baruê, ponto muito bem observado. Talvez o que tenha motivado essa matéria tenha sido o fato de que muitos investidores fazem a mesma comparação citada por você: comparam poupança com dividend yield de Bolsa.
Gustavo, valeu! Como disse o ITM, “santa alocação de ativos”…..kkk
Jônatas, bem lembrado. Cada fase da vida requer um investimento adequado à época.
Rosana, valeu! Você está certíssima nesse processo de educação financeira: cada vez que adquirimos mais conhecimentos, melhoramos a qualidade de nossas escolhas. Isso refina nosso processo de decisão, e nos torna mais aptos a melhorar cada vez mais o padrão de nossas próprias vidas! Parabéns, e continue nesse processo infinito de aprendizagem!
Como se vê, só tem fera nos comentários! 😀
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Guilherme,
Agradeço pelo seu comentário. Pessoas como você incentivam as outras a se superarem e aprenderem cada vez mais!
Já mudei meus pensamentos sobre as empresas que pagam dividendos, agora meu foco já começou a ser totalmente diferente. Muito obrigada pelo artigo, me ajudou imensamente e me fez ver algo que eu ainda não tinha me dado conta pois tinha o foco nos dividendos…
Abraços e que Deus o abençõe também!
Nem é por esses motivos todos que não possuo ações de empresas que pagam altos valores em dividendos. Mas sim porque não possuo confiança. A maioria delas estão muito endividadas.
Porém o texto mostra que a correlação entre a valorização da cota + dividendos é uma relação contraria.
Assim como bem explicou HC em seu comentário.
Abraços a todos!
PS. Rosana (se for a mesma pessoa) obrigado por me enviar aquele e-mail.
Excelente post, parabéns ! Apesar de concordar com o que foi dito, ressalto apenas que para fins de uma comparação justa, deveríamos expurgar a inflação dos rendimentos da poupança. Como as empresas elétricas possuem tarifas reajustadas anualmente, seus lucros podem ser considerados como corrigidos pela inflação. Aí então, as pagadoras de dividendos massacram a poupança ! O que não invalida a conclusão do artigo.
Exatamente!
Empresa que paga bons dividendos é porque não tem onde ficar reinvestindo os lucros, consequentemente vai crescer menos ou manter o nível e isso certamente reflete no desempenho do papel no longo prazo. Acho que as carteiras devem ter uma mistura de empresas com boas perspectivas futuras de crescimento, empresas em processo de reversão e/ou retomada do segmento no mercado e empresas boas pagadoras de dividendos.
Muito bom artigo!
Abcs,
FI,
Assino contigo. Coloquei DROG3 na carteira e pretendo ter mais umas 2 ou 3 focando Growth para a carteira. Mas não posso reclamar dos dividendos que recebo dos FII e das empresas. Não seria uma cara triste se a ELPL4 fosse só minha…
Estou bem contente com a minha diversificação em ações, FII, TD e Fundo DI. 50% da minha carteira esta em FII. Todo mês uso o dinheiro dos aluguéis dos FII’s e os reinvistos. Com este fluxo de caixa eu posso aproveitar as ofertas do mercado e, diversificar ainda mais a carteira rebalanceando-la [… nossa que palavra estranha, será que existe??? rssss}. O fato é que, quando temos um planejamento devemos segui-lo com afinco. Porém, não devemos esquecer que, planejamos, executamos, avaliamos se o planejado esta indo bem, e, por fim, corrigimos o que esta saindo errado. Afinal, num curso de planejamento fiquei sabendo que é raro ficarmos com a mesma estratégia o tempo todo. Haja vista que a vida é dinâmica, assim como o mercado financeiro.
Abraços.
Rosana, continue firme! Construindo conhecimento é que podemos tomar decisões melhores!
Everton, bem lembrado: sem confiança, não há investimento que se sustente.
Sergio, ponto muito bem observado!
F.I., exatamente. Seu raciocínio está perfeito.
Ricardo, é bem isso: à medida que incorporamos novos conhecimentos, vamos ajustando nossas carteiras para refletirem essa melhor percepção da realidade.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Comento a afirmação acima, feita pelo Henrique Carvalho, feita em 10/08/2011:
“A analogia é simples:
(1) Ação que paga 6% Dividend Yield e apresenta 4% de valorização da cota.
(2) Ação que paga 1% Dividend Yield e apresenta 14% de valorização da cota.
Retorno Total 1: 10%
Retorno Total 2: 15%”
O cálculo está incompleto, haja vista a tributação envolvida, isto é:
(a) os rendimentos são isentos de Imposto de Renda;
(b) a valorização da quota é tributada em 20%.
Depreendendo-se do exemplo acima, temos:
(1) 6% (isento) + 4% (-IR) = 6% + 3,2% = 9,2%; (diferença: 0,8%, isto é 0,8% do rendimento total).
(2) 1% (isento) + 14% (-IR) = 1% + 11,2% = 12,2% (diferença: 3,8%, isto é 25,33% do rendimento total).
Note-se que no exemplo feito, a diferença inicial de rendimentos é de 5%, mas com a tributação, a diferença passa a ser de 3%.
Então, façamos o cálculo com rendimentos iguais, da seguinte forma:
(1.1) Rendimentos: 6% / Valorização da quota: 4% = Total: 10% (sem tributos).
(2.1) Rendimentos: 1% / Valorização da quota: 9% = Total: 10% (sem tributos).
Calculando-se os rendimentos totais com efeito dos tributos, teremos:
(1.1) 6% + 3,2% = 9,2%;
(2.1) 1% + 7,2% = 8,2%.
Diferença: 1%.
Trata-se de somente uma observação feita para que os investidores vejam como a tributação pode impactar em seus rendimentos. Estes cálculos são de extrema importância para o investidor por avaliar melhor as opções existens do mercado. Espero que tenha sido útil.
Acho a que diversificação da carteira é importante para a redução do risco setorial. Embora a valorização do papéis de empresas boas pagadoras de dividendos tenham valorização, normalmente, inferior ao Ibovespa, o inverso também, naturalmente acontece, isto é, tais papéis também se desvalorizam menos do que o referido índice.
As empresas de energia elétrica, em geral, têm alto endividamento, mas suas dívidas são pagas com o fluxo de caixa, que tende a ser constante, razão pela qual as mesmas estão bastante concatenadas com a demanda existente (que também é constante). Os reajustes das tarifas são controlados pela ANEEL, são periódicos e seguem os patamares inflacionários.
Há papéis que estão pagando dividendos bastante elevados, como é o caso da Eletropaulo, cujo dividend yield ultrapassou 15% neste ano, para quem manteve os papéis. Os dividendos são isentos de imposto de renda; então, se ainda for comparar com fundos de renda fixa, os rendimentos da Eletropaulo são quase o dobro da renda fixa. Talvez isso não se repita continuamente, mas enquanto estiverem pagando 95% (conforme estatuto da empresa) de seu lucro, acredito que valha a pena o investimento.
A redução de 50% no último pagamento de dividendos, aliada ao terror do dia 08/08, fez os papéis caírem bastante. No entanto, ainda tínhamos: 1,80/30,00 = 6,00% de yield (lembrem-se que as aplicações em renda fixa demoram em torno de 8 meses para atingir este percentual). Acham pouco? Somem as demais dividendos pagos por esta empresa neste ano (em abril o yield foi de algo em torno de 15% com relação à data do anúncio do pagamento dos dividendos). Isso sem contar que a tendência é que na próxima distribuição de resultados, os outros 1,80 não pagos desta vez, serão computados e pagos na próxima distribuição.
Para se investir em dividendos não é necessário casar com o papel e viver feliz para sempre. Basta você comprar o papel num dia “in” e vendê-lo no primeiro dia “ex dividendos”. Necessário observar o valor total da operação para saber se houve lucro ou não. No restante do tempo, pode-se investir noutros papéis e rentabilizar a carteira.
Darlan, muito interessante seu estudo sobre o impacto da tributação nos investimentos! Enriqueceu ainda mais a discussão.
E qto aos dividendos do setor elétrico, de fato, constituem opção bastante atrativa para o investidor.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Eu acho que depende do foco. Veja, escrevi um artigo sobre aposentadoria com ações, ou seja, o seu foco é dinheiro entrando, fluxo de caixa! E nesse ponto, seria muito mais interessante ter ações com dividendos do que ações com constantes ganhos de capital.
E, como comentaram, a tributação faz toda diferença.
Veja o artigo que escrevi no qual me expresso melhor:
http://dimarcinho.blogs.advfn.com/2012/03/18/aposentadoria-com-dividendos-e-possivel/
[]s!
Dimarcinho, ótimo comentário!
De fato, para cada perfil de investidor, haverá uma estratégia compatível com tal perfil. O mercado oferece opções para todos os gostos e bolsos.
Muito legal seu artigo e respectivo blog. P/ pessoal seguir: http://dimarcinho.blogs.advfn.com/
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Particularmente sempre tive certa aversão às boas pagadoras de dividendos… não é uma regra, mas a grande maioria das empresas boas pagadoras de dividendos optam por distribuir a maior parte dos lucros ao invés de reinvestir na empresa… sendo exagerado, isto significa que a empresa não cresce… empresa que não cresce não me interessa…
O trunfo é encontrar empresas com altas taxas de reinvestimento e ainda assim com bons dividendos (graças aos lucros e ao crescimento da empresa)… não é fácil encontrá-las…
Ótimas observações, IR! Garimpar essas boas empresas exige dedicação e estudo – bastante estudo. 🙂
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
AMBEV NÃO CRESCE? ORA ORA!