Está é a terceira parte de um texto educativo sobre investimento em ações. Ele é fruto de uma parceira entre o Valores Reais e os blogs Efetividade e Finanças Forever, onde você lerá a parte 01, clicando aqui, e a parte 02, clicando aqui.
Agora que você já sabe o que é uma ação, e como escolher uma corretora, dentre outras informações importantes, vêm algumas perguntas inevitáveis: quais ações escolher? E qual será a parcela do meu patrimônio que posso dedicar às ações? Esse é o objetivo dessa terceira parte do texto coletivo. Estarei falando sobre diversificação, ETFs e perfil de investidor.
Diversificação
A diversificação consiste, basicamente, em “não colocar todos os ovos na mesma cesta”. Em outras palavras, mesmo que você queira muito investir em determinada classe de ativos, seja ele ações, seja ele renda fixa, você deve procurar diversificar seus investimentos. A diversificação não só irá diminuir o grau de risco de sua carteira de investimentos como um todo, como também irá proporcionar um crescimento mais consistente na rentabilidade de seu patrimônio.
Além das ações, existem outras classes de ativos em que você poderá investir seu dinheiro, tais como fundos referenciados DI com baixas taxas de administração, CDBs pós-fixados, títulos do Tesouro Direto, fundos de investimento imobiliários e até mesmo ouro e dólar – embora esses dois últimos investimentos sirvam mais como proteção de sua carteira, em momentos de crise, dada a volatilidade e baixa rentabilidade desses tipos de ativos.
Dessa maneira, é preciso analisar sua carteira de investimentos como um todo, e definir o percentual que você quer destinar à renda variável (ações). Por exemplo, se você tem R$ 10 mil para investir, é preciso definir: quanto colocarei em ações? E quanto colocarei em renda fixa? 50% para cada classe de ativos? Ou 60% para uma classe, e 40% para outra?
Para saber o percentual destinado a cada modalidade de investimentos, você precisa, evidentemente, fazer um controle patrimonial de seu portfólio. Você faz isso? Não é preciso usar necessariamente softwares complicados ou ter noções avançadas de matemática financeira para controlar seu saldo patrimonial. Em muitos dos casos, a boa e velha planilha do Excel pode ser uma excelente ferramenta para saber a quantas anda seu patrimônio financeiro.
E acredite: quanto mais você souber acerca de sua situação financeira, mais estimulado você ficará a buscar metas pessoais, tais como “quero fechar maio tendo “X” de patrimônio”.
Bom, falamos da diversificação das ações em relação à carteira de investimentos como um todo. Falta abordar a diversificação dentro da própria categoria de ações. E disso que trataremos abaixo.
ETFs
Uma maneira bastante prática, transparente, flexível e barata de se investir em Bolsa consiste no investimento em ETFs. ETFs são Exchange-Traded Funds. São fundos de índice cujas cotas são negociadas em Bolsa, assim como uma ação. Porém, ao contrário de uma ação, quando você compra a cota de um ETF, você está comprando, na verdade, uma cesta de ações. A vantagem? Em vez de pagar dezenas de taxas de corretagem, comprando dezenas de ações, você compra, de uma vez só, um “pacote” com ações que integram determinado índice.
Os fundos de índice, assim como os fundos de investimentos comercializados na rede de bancos de varejo, possuem taxas de administração. Porém, as taxas de administração dos ETFs são bem mais baratas do que as dos fundos de ações dos grandes bancos. Isso se traduz em menos custos e, evidentemente, mais rentabilidade para sua carteira de investimentos. Como são fundos de investimento, eles se sujeitam à mesma alíquota de imposto de renda dos fundos de ações, 15% sobre os ganhos de capital. Entretanto, tais ganhos de capital devem ser apurados mediante DARF, ao contrário dos ganhos de capital em fundos de ações de bancos, onde o IR é pago na fonte.
Três dos ETFs mais negociados na Bolsa são o PIBB11, o BOVA11 e o SMAL11. O BOVA11, por exemplo, é um ETF que procura espelhar o Índice Bovespa, que representa um “termômetro” do mercado de ações. O SMAL11 replica o Índice Small Caps, ou seja, de empresas de menor porte.
Como consequência da diversificação proporcionada pelos ETFs, você dilui os riscos, pois não se sujeita ao risco específico de determinada empresa, e, assim, consegue ter mais chances de ter uma boa rentabilidade.
Considero o investimento em ETFs um dos melhores caminhos para se investir em Bolsa, não só para os investidores iniciantes, mas também para qualquer tipo de investidor, dadas as inúmeras vantagens que oferece.
Perfil do investidor
Mas nem todo mundo tem disposição ou perfil para investir em Bolsa. Daí a importância de você saber o seu grau de tolerância a risco para investir em renda variável. Embora os APIs – formulários de avaliação de perfil de investidor – estejam disponíveis em várias páginas de instituições financeiras para se avaliar o seu grau de tolerância a risco, que se traduz na porcentagem de seu patrimônio que pode ser alocada na Bolsa, eu digo sempre o seguinte: nada substitui a experiência.
Mesmo que você tenha aversão a risco, não gosta de economia, e prefira a segurança da renda fixa, recomendo que tenha pelo menos uma porcentagem de seu capital, ainda que mínima, alocada em ações. Por quê? Porque investir em ações é investir na economia do Brasil. É fazer uma aposta na prosperidade. De que o Brasil irá crescer economicamente. Com as empresas crescendo, o Brasil cresce, e as ações, que refletem e incorporam esse crescimento no preço dos papéis, também se valorizam. Ganham as empresas, ganha o Brasil e ganha você.
Ademais, a longo prazo, a tendência é a taxa de juros no Brasil apresentar declínio, ou seja, cair cada vez mais. Daí a necessidade de as pessoas buscarem fontes alternativas para fazer seu capital render mais. E, nessa busca, terão que assumir riscos. Esse é o campo para a renda variável.
Espero que tenha gostado dessa série de 3 posts. O Everton, o Jônatas e eu estamos à disposição para ajuda-lo(a) nesse desafio de aprender mais sobre investimentos e, por via de consequência, a melhorar sua qualidade de vida.
Bons investimentos!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Olá Guilherme,
Estou passando nos 3 blogs, para deixar essa mensagem padrão
de parabéns pela iniciativa de vcs por fazer este artigo em 6 mãos!
Muito bacana!
Abs e sucesso!
Bem Etfs rendem mais que fundos ativos e etc.Mas:
1)Não há ganhos extraordinários
2)Vai dar um trabalhão para calcular o Darf
3)Vc não recebe nenhum dividendo
4)Já é dificil conseguir alugar uma açãoa uma boa taxa,imagina um ETF sem liquidez como o PIBB11,que éo melhor deles.
Os dividendos pagos são reinvestidos no próprio ETF. Pelo menos no PIBB é assim, e creio acontecer o mesmo com os outros ETFs.
eu sei mas os dividendos são reinvestidos em toda carteira que reflete o IBRx-50, se voce precisar do dinheiro terá que vender cotas,já com uma carteira com boas pagadoras de dividendos vc já sabe mais ou menos o que pode dispor para uma eventualidade.
Id, obrigado!
Leonardo, o Flavio está certo, os dividendos são incorporados no valor da cota.
Quanto à questão dos dividendos, eu prefiro investir em fundos imobiliários, se o objetivo for garantir um fluxo mensal de caixa.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!