“Nada estabelece limites tão rígidos à liberdade de uma pessoa quanto a falta de dinheiro”
– John Kenneth Galbrai
Falar de dinheiro, por incrível que pareça, ainda é um assunto “tabu” em nossa sociedade. Faça o teste. Quando você tenta introduzir assuntos financeiros em suas rodas de conversa, as pessoas provavelmente procurarão divagar, dar algum palpite aqui, outro palpite acolá… Faz-se um momento de silêncio, com alguém eventualmente reclamando da falta de dinheiro, reclamando dos tributos…e pronto. Alguém logo trata de introduzir outro tema, menos áspero, as gargalhadas voltam à mesa, e o assunto “finanças” é mais uma vez “engavetado”. Como eu afirmei no post Na Internet, é uma beleza! Mas, na vida real… ah, na vida real, como é difícil conversar sobre finanças com as pessoas… dificilmente você consegue conversar sobre finanças pessoais, na chamada “vida real”, com a mesma desenvoltura adquirida no ambiente virtual, porque faltam interlocutores interessados.
Isso é um dos mais emblemáticos sintomas da falta de educação financeira em nosso País, com sérias repercussões negativas na vida de milhões de brasileiros, porque, como disse John Kenneth Galbrai, na frase título desse artigo, nada estabelece limites tão rígidos à liberdade de uma pessoa quanto à falta de dinheiro.
Quando você sabe lidar bem com o dinheiro que você ganha, você amplia seu leque de opções, não só de consumo, mas também de vida. Sendo responsável quanto à administração do patrimônio financeiro, você tem possibilidades de explorar novas opções de vida, de carreira, e de lazer.
No entanto, quando você não administra bem o dinheiro que recebe em troca de (suas horas de) trabalho, quando começa a faltar dinheiro, e você é então obrigado a contrair empréstimos e pagar financiamentos, tudo muda. Você passa a viver em função de más escolhas feitas no passado, sejam elas de consumo ou de estilo de vida. Você passa a trabalhar exclusivamente em função do dinheiro, esquecendo-se de que pode fazer o dinheiro trabalhar por você. Você não pode ficar refém de suas próprias limitações financeiras!
E a solução é uma só: passe a se instruir sobre finanças. Pode ser que você considere uma matéria chata, árida e sem interesse. Mas isso pode ser apenas impressão. É preciso dar o primeiro passo. É preciso reconhecer que sua vida está muito limitada pela falta de dinheiro no final do mês, e, ao mesmo tempo, encarar o desafio de sair de sua zona de conforto, a fim de reverter essa situação.
Tudo é possível para aqueles que persistem na decisão de mudarem suas vidas financeiras. É plenamente possível viver livre de dívidas. É plenamente possível fazer sobrar dinheiro no final do mês. É plenamente possível começar a investir e montar um plano para a realização de sonhos como casa própria, viagens para a Europa, e aposentadoria… sem dívidas e sem se afogar em empréstimos e pagamentos de juros. Contrair dívida para comprar um bem é um reconhecimento explícito de que falta dinheiro para comprar um bem. E a consequência da falta de dinheiro é a diminuição de seus espaços de liberdade. Por quê? Porque você agora pode fazer menos coisas e comprar menos bens do que se não estivesse endividado. Simples assim.
Quanto menos dívidas você tiver, mas opções você terá. Quanto mais dinheiro você conseguir poupar, mais tranquilidade você terá. E quanto mais dinheiro você conseguir aportar para seus investimentos, maior será a “massa crítica” para fazer o “bolo fermentar”, e alcançar uma situação matemática de independência financeira. Tudo é uma questão de escolha. Você pode viver uma vida onde sobre dinheiro, ou pode viver uma vida onde falte dinheiro. Qual delas você prefere?
Tudo está ao seu alcance. E a decisão é sua. Exclusivamente sua. Quanto mais você souber administrar suas finanças, mais e mais dinheiro você conseguirá fazer sobrar no final do mês. E isso não apenas aumentará sua liberdade. Fará de você também uma pessoa mais independente e com mais opções para viver a vida. E quem não deseja isso? 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Realmente ainda não esta fácil falar sobre educação financeira, tenho como experiência quando tento passar uma panilha de controle de gastos para os menbros de minha familia,, é um desinteresse só,, mais quando a agua bate na canela de algum deles , rapidinho aparece chorando e reclamando da “má sorte, do momento ruim etc…
Mais não desisto e agora mesmo estou enviando este excelente post para eles ,
abcs
Não existe nada pior que ficar sem dinheiro, a não ser doente e sem dinheiro!
Qualquer tema que fuja do cotidiano (novela, BBB, moda e beleza)será sempre discutido dentro dos “grupinhos”, pessoas que pensam de forma similar e pelo menos possuem interesse genuíno no tema, com investimentos não é diferente.Se dentro de casa o assunto for discutido já acho válido.
Que assunto ótimo Guilherme.
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É exatamente esta questão que queria discutir, de que adianta tanto medo em falar de dinheiro, se todos falam sobre traição, drogas, palavrões e sexo a doidado.(inclusive nas novelas)Que falta de cultura.
Penso que existe este medo em alguns por questão de ética, mas qual é a ética no Brasil?Não falar de dinheiro? Aham, sei…..
Pessoas próxima a mim e minha familia, pensam que por eu falar tanto de educação financeira, me julgam como “metido”, mesquinho, sabe tudo, etc , e que estou falando tudo isso para se aparecer entre os outros.
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Quando na verdade tenho orgulho de não usar meu limite no banco, meu limite do cartão de crédito. E eles tem orgulho de andar com um carro que vale R$80.000,00 com 90 prestações de R$2.000,00 para pagar.
Ter orgulho, não é o mesmo que ser vaidoso. Vaidade é muito diferente de ogulho.
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Quando vc conta uma história bem sucedida para alguém, vc tem orgulho dos seus bons atos.
Vaidade é um pecado capital. Entende a diferença?
Eu tenho orgulho de poder contar que já fiz o caminho de Santiago de Compostela, e que tive muita dificuldade em termina-lo, pois exige muito de seu esforço fisico e mental.
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Mas dentro de casa o assunto é debatido diariamente, é tudo contadinho e anotado.
Forte Abraços a Todos.
Dinheiro gera felicidade, esse é o “problema”. E o pior é que as pessoas estão vinculando consumo exagerado com prazer em viver e quando falta dinheiro basta ir no banco pois o crédito está farto. Tudo é questão de saber aproveitar a vida da melhor forma possível, gastando ou não existem boas opções. Temos que saber aproveitar tudo da melhor forma possível.
Abcs,
Acho que um dos principais problemas ao falar de dinheiro ainda é o constragimento.
Imagine alguém próximo que acaba tendo o mesmo interesse. As vezes um ganha muito mais ou muito menos que o outro, o que acaba gerando um certo constragimento em ambos.
Eu já fiz minha escolha e tento conscientizar o máximo de pessoas possíveis.
Abraço!
Falar de dinheiro ‘e sempre um problema… E conscientizar as pessoas a poupar ‘e ainda mais dificil!
Uns meses atras tentei convencer um amigo a comecar a poupar. Ele simplesmente disse que nao vai se desfazer de pequenos prazeres pra conseguir guardar EUR 100 por mes, ainda mais porque no final do ano seriam somente EUR 1200 investidos. Tentei convence-lo de que investimento ‘e para longo prazo, que ele tem que pensar na aposentadoria, etc… mas o maior problema ‘e que as pessoas (principalmente as mais jovens) acham que sempre falta muito tempo para a aposentadoria, que isso ‘e bobeira e so vao comecar a poupar quando subirem na carreira e tiverem “dinheiro sobrando”.
Às vezes acho que os posts no Valores Reais são muito repetitivos e, pra quem já tem um nível pouco acima do mais básico, são um tanto óbvios.
Daniel,
acredito que o Guilherme busca escrever diferentes artigos tendo em vista todos os públicos que frequentam ou estão começando a frequentar este blog. Desde aqueles que já tem conhecimentos mais avançados, como também as pessoas que estão começando agora a trilhar a educação financeira. As vezes algo que é repetitivo para alguém, para outra pessoa é como descobrir a América (perdoe a comparação mas comigo pelo menos foi assim…)
Agora comentando sobre o artigo – rs rs, ele representa bem a situação que estamos vivendo em casa. Temos medo de uma possível mudança profissional pois isso acarretará numa perda de rendimentos. Vamos ter que nos apertar mais e diminuir o valor do que esperávamos investir este ano. Isso sem falar que se algo der errado, nossa reserva de emergência aguenta um mês e olhe lá…
Além disso, eu estou passando maus bocados no meu trabalho, e como disse acima, por não ter condições, nem uma reserva para alguns meses posso me dar ao luxo de abrir mão dele neste momento. Vou engulindo sapos, rãs, lagartos diariamente porque somos dependentes deste dinheiro para pagar nossas atuais dívidas e despesas. Começamos no ano passado a nos preocupar mais com a administração da nossa renda, mas no nosso caso, para nos acertarmos definitivamente ainda levará alguns meses – talvez anos já que temos um financiamento alto e longo pela frente…
Por isso, só tenho que concordar com a frase título do artigo e espero me libertar logo logo da corda em que estou presa.
É nítido em situações cotidianas, a falta de administração financeira. Ouço muito as pessoas dizerem que tem que viver o momento, que não sabem até quando irão viver, que amanhã podem não estar aptos a usufruir do dinheiro reservado por estarem em condições desconfortáveis ou mesmo em depressão ou doente ou por não terem curtido a vida…
O interessante a se observar, é que quando nenhuma ou algumas destas situações não ocorrem, você pode precisar arduamente de uma reserva financeira, que já é sabido para que servem.
Tenho uma conhecida que faz questão de curtir a vida, gastar mais do que deve, mas viver aproveitando tudo o que a vida pode lhe oferecer! Quando recebe seu salário, já está com quase todo ele empenhado no cheque especial! Pois bem, a filha dela estava doente um dia, e quando foi dar pegar o remédio para medicá-la, ele caiu e quebrou. Ficou super apreensiva, chateada. E teve que pedir dinheiro emprestado para comprar um remédio que não chegava a R$10,00!
Fica claro, o que a falta de informação, aliada a falta de planejamento, com a falta de consciência, aliada a inocência fútil de conceitos relativos como ´´curtir a vida enquanto há tempo,´´ podem ser o grande responsável por um grande desastre em seus sonhos, na qualidade de vida de sua família, em suas perspectivas ou em sua efetiva independência financeira.
Faz pouco tempo, em uma conversa de bar com um empresário que admiro por sua grande intelegencia nos negocios, comentei que estava investimento em livros e cursos sobre bolsa, etc.
Tal foi minha surpresa:
”Acho que não vale a pena, eu deixo tudo a cargo de meu gerente, obtenho rendimentos, nao perco meu tempo e ganho um bom dinheiro”.
Neste caso me pareceu que, por se ter MUITO³, houve um relaxamento na gestao do dinheiro.
Eu venho apredendo uma forma totalmente oposta. Fugir de banco, fugir de txs elevadas, fugir de gestores.
Sávio,
Como empresário, ele não deve ter tempo de estudar como aplicar seu dinheiro (dinheiro dele, pessoa física – garanto que a empresa tem uma área financeira que cuida do dinheiro da pessoa jurídica). Por isso deixa à cargo do gerente.
Muita gente rica contrata gestores de patrimônio para administrar seus milhões. Foi o que ele fez. Só acho, como você, que a pior pessoa para fazer esse tipo de trabalho é o gerente do banco.
É Flavio, concordo com voce.
Mas sei lá. Ele demonstrou nao entender nada sabe?
Acho que a maioria aqui (me incluo) nao tem lá muito tempo também.
Mas procuramos nos inteirar ( atraves por exemplo da leitura do VR)
A verdade é que nós brasileiros não sabemos administrar nossas finanças por questão de comodidade, claro que não devemos usar isso como desculpa, mas é o que acaba gerando barreiras para maioria dos endividados e daqueles que não sabem administrar.
Digam o que quiser em ouvir da pobreza, mas a verdade é que ninguém pode ser plenamente realizado se não tiver DINHEIRO o bastante pra isso.
O que pode acabar com a pobreza não é aumentar o numero de ricos que se dispõe a ajudar os pobres e sim aumentar o numero de pobres que se dispõe a enriquecer.
O pobre não precisa de esmola e sim de inspiração.