A decisão mais importante na montagem de uma carteira de investimentos que priorize uma boa alocação de ativos é aquela referente à divisão RF/RV, ou seja, qual será a porcentagem do patrimônio destinada à renda fixa (RF), e qual será a parcela da carteira global destinada à renda variável (RV), lembrando sempre que o dinheiro da reserva de emergências, além de ter que estar na renda fixa, deve ser preferencialmente incluído nessa alocação global, conforme escrevemos em outro artigo: Enquete: vocês incluem a reserva de emergência e o dinheiro do salário na sua estratégia de alocação de ativos?
Dentro desse tema, talvez a regra mais conhecida dos investidores brasileiros – bem, daqueles investidores realmente preocupados em gerenciar seus investimentos, e não deixá-los nas mãos dos gerentes de banco – seja aquela conhecida como “a regra do 100”. Ou seja, subtraia sua idade do número 100, e o valor resultante seria a quantia que você deve investir em ações. Exemplo: se você tem 30 anos, 100 – 30 = 70, então 70% de sua carteira poderia ser investida em ações. Há outros que ainda dizem que no Brasil deveria vigorar a regra do 80, em razão de a expectativa de vida no Brasil ser menor do que nos EUA (onde a regra do 100 foi criada), de modo que, utilizando o mesmo exemplo acima, 80 – 30 = 50, então 50% deveria ser a sua parcela em ações (para pessoas com 30 anos de idade).
Na minha opinião, nem uma coisa nem outra. Embora eu não seja muito adepto de regras muito simplistas, ainda é possível encontrar nelas algum valor, nem que seja para ser o ponto de partida na busca do melhor equilíbrio RF x RV de sua carteira de investimentos. Eu gosto muito mais da regra do “your age in bonds”.
O que quer dizer essa regra? Simples: que a porção de renda fixa de sua carteira deve ser alocada em percentual cujo número seja igual ao da sua idade. Por exemplo, você tem 30 anos? Então invista 30% de sua carteira em ativos geradores de juros, na boa e velha renda fixa. Se você tem 80 anos, invista 80% de sua carteira em renda fixa, como, aliás, faz o John Bogle, conforme explicado nesse artigo aqui.
Mas… pera lá? Qual é a diferença entre o “your age in bonds” e a regra do 100, uma vez que a primeira se refere à RF, e a segunda, às ações? Não seriam elas complementares? Não, elas não são complementares. E isso por uma razão muito simples: porque os norte-americanos consideram renda variável (equities), não apenas o investimento em ações, mas também o investimento em fundos imobiliários (REITs, lá). E tem mais, além dessas classes de ativos, temos ainda que considerar o investimento em commodities, moedas etc., e todas as demais classes de ativos que não podem ser consideradas parcelas de renda fixa.
Logo, a regra do “your age in bonds” significa: aplique em renda fixa um percentual de seu patrimônio equivalente à sua idade. Do que sobrar, invista nos ativos de outras classes: ações, imóveis, commodities etc.
O problema da regra do 100, do jeito que ela é conhecida (ou traduzida) para o público brasileiro, é que ela só é utilizada para descobrir o percentual para se investir em ações, desconsiderando, por completo, o investimento em outras classes de ativos que podem desempenhar papel significativo na redução da volatilidade de uma carteira e, portanto, no incremento de sua rentabilidade. Duvido que você leia um livro, escrito por um autor brasileiro (tradução não vale), dizendo, por exemplo, uma alocação de 30% em renda fixa, 30% em ações, 30% em fundos imobiliários, e 10% em ouro. O investimento em fundos imobiliários é ignorado quase que por completo pela literatura impressa de finanças pessoais no Brasil (excluindo, por óbvio, os ótimos blogs que falam a respeito, como o Investimentos e Finanças, HC Investimentos etc.).
O papel dos REITs é destacado cada vez mais lá nos EUA como um importante elemento que apresenta o benefício da diluição do risco por meio da diversificação, devido à sua baixa correlação histórica com outros ativos, notadamente as ações e os títulos. No Brasil, dado o perfil semelhante (embora não idêntico), é provável que os fundos imobiliários também desempenhem, no longo prazo, um papel positivo na composição da carteira de um investidor.
Lembre-se: isso é apenas uma regra
Como não canso de dizer aqui no blog, o “your age in bonds” é apenas mais um referencial, um instrumento, para auxiliar na montagem de uma carteira. Cada um deve encontrar a alocação que mais se adapte ao seu perfil de investidor, levando em conta seu capital disponível, seu grau de tolerância ao risco e suas metas financeiras, bem como prazo de investimento, dentre outros fatores. É como a questão do tamanho da reserva de emergência, que varia de acordo com as circunstâncias de vida de cada pessoa. Não há receita de bolo pronta, aplicável à universalidade dos casos, embora possamos encontrar alguns referenciais básicos, e que podem servir de ponto de partida na elaboração de uma estratégia consistente de investimentos.
Tem gente que se sente confortável aplicando 100% de seu capital em ações, como é o caso do Vida Boa Investimentos. Ou mais de 80% em ações, como é o caso (exemplar, diga-se de passagem) do Viver de Renda. A alocação do amigo Investimentos e Finanças já se aproxima mais do YAIB: o IF tem 30% alocado em renda fixa (o que deve bater com sua idade). E o Henrique Carvalho, um pouco mais, 40%.
Por ora, vou seguindo essa regra, uma vez que tenho 30% do portfólio alocado em RF, sendo esse o meu target pessoal para essa classe de ativos.
Concluindo: estabeleça uma política de alocação de ativos com a qual se sinta pessoalmente confortável, e mantenha-a, tanto nos bons quanto nos maus momentos do mercado de ações. Mais importante do que o percentual alocado em determinada classe de ativos é a sua disciplina em implementá-la na prática, e, principalmente, de segui-la com persistência. É essa disciplina que irá fazer a diferença positiva na sua carteira de investimentos, bem como em sua carreira de investidor. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Os brasileiros estão vivendo mais e eu creio que a conta dos 100 anos é bem plausível. Eu tenho praticamente toda a minha reserva em renda fixa porque meu dinheiro está investido nas empresas, minha e do meu marido e elas nos proporcionam um bom retorno, porém, pretendo investir mais em renda variável assim que a alocação quase total de recursos não precisar ser reinvestida.
Guilherme,
Acredito que tudo depende da estabilidade no emprego também. Eu só mantenho em RF a reserva de emergências e a reserva para curto e médio prazo. O valor destinado a independência financeira, valor que pretendo nunca gastar na vida, pretendo morrer deixando tudo (preciso escrever sobre isso), está tudo em ações.
Só lá pelos 50 anos que pretendo ser menos agressivo. Ainda tenho 19 pela frente, rs.
Abraço!
Gisely, bom caminho esse por vc traçado!
Jônatas, exato. Cada um deve procurar aquilo que mais se adapte às suas circunstâncias de vida, como ocorre com a reserva de emergências. Aliás, fiz uma modificação no artigo discorrendo sobre isso também. Obrigado pela participação!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Olá Guilherme,
Atualmente eu invisto 30% em renda fixa e 70% em tesouro , tenho 37 anos,, acho que não estou fugindo muito aos exemplos apresentados no post.
Abços
Eduardo.
@http://investindo-todo-mes.blogspot.com/
Oi Guilherme,
Muito interessante o artigo. Eu tambem sigo a regra dos 100, mantendo em renda fixa boa parte da minha reserva de emergencia.
Uma duvida que sempre fica ‘e: quando devemos ajustar a regra dos 100%? Quando estivermos +-5% (ou outro percentual) acima do planejado ou todo mes o ajuste deve ser feito para ficar sempre na mesma proporcao?
Abracos,
camila
Ótimo artigo Guilherme!
Estas regras de bolso são um bom ponto de partida para iniciarmos nossa política de alocação de ativos.
Grande Abraço!
Eu já não tenho regras rsrs… se eu achar que o mercado está bom (de preferência depois de uma bela despencada ao estilo crash) aumento exposição na renda variável, mas se achar que o mercado está puxado demais e com empresas caras diminuo consideravelmente exposição na renda variável. Esse meu ponto de vista se enquadra apenas para operações de longo prazo.
Abcs,
Eduardo, realmente, você segue uma política bem parecida com a do YAIB.
Camila, essa é uma ótima pergunta, cuja resposta varia conforme o perfil de investimento que você adote. Por exemplo, há pessoas que gostam de fazer o rebalanceamento todo mês, outras, a cada bimestre, outros ainda, a cada ano, outro, a cada dois ou três anos.
Richard Ferri recomenda que se façam os rebalanceamentos anualmente. É uma política que tendo a considerar como boa, uma vez que fazer rebalanceamentos todo mês, ou de forma muito frequente, implica, muitas vezes, em pagamento de impostos sobre ganhos de capital e taxas de corretagem, além de tornar o controle muito mais complexo. Evitar o excessivo giro de negociações, conhecido como turnover nos EUA, é essencial para manter o plano sadio, e para que você não gaste muito tempo com os investimentos.
Dentro dessa perspectiva, considero saudável estabelecer um target, mas ser flexível a ponto de não mexer na carteira se ocorrerem desvios percentuais muito pequenos de um mês para outro. P.ex., você pode fixar como alvo ter, digamos, 40% em RV, e definir um limite mínimo de 25% e um máximo de 55%. Se a carteira variar dentro desses limites no decorrer do ano, não é preciso fazer nada durante o ano, e, no final do ano, é só fazê-la voltar ao patamar-alvo, comprando ou vendendo, para voltar aos 40%. Ou então, comprar ou vender quando ela “furar” esses limites, em determinado mês de uma crise ou valorização mais aguda.
Tudo depende da estratégia do investidor.
Henrique, valeu, realmente essas regras de bolso são ótimas.
F.I., interessante seu posicionamento!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Tem algum artigo que possa mencionar sobre o rebalanceamento?
Leonardo, tente esses links:
http://valoresreais.com/2010/06/24/anos-2000-decada-perdida-para-os-investidores-norte-americanos/
http://valoresreais.com/2010/06/02/via-the-motley-fool-uma-breve-historia-de-um-investidor-estupido/
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Olá Guilherme,
Minha alocação em renda fixa realmente está bem próxima da minha idade (tenho 32 anos / 30% na renda fixa) mas é apenas uma coincidencia. Pretendo manter este percentual mesmo quando for mais velho.
Abs
Guilherme,
Parabéns pelo texto.
Eu considero muito importante o balanceamento da carteira em 50% de RF e 50% em RV. É uma excelente teoria que em minha opinião deve ser seguida.
No entanto, como tive conhecimento do seu blog e do HC Investimentos em meados do ano de 2010, somente agora estou perseguindo a meta mencionada.
Hoje, a minha carteira esta assim distribuída: 55% em FII, 20% em ações (não tenho nenhum ETF, pretendo adquiri-los quando o preço baixar um pouco), 12% em Tesouro Direto e 13% num Fundo DI (tx de 1% a.a. fundo da corretora). Resumindo, 75% em RV e 25% em RF, se considerarmos o o FII como renda variável. E, um pouquinho de dinheiro para reservas de emergências.
No entanto, apesar da rentabilidade do ano de 2010 ter sido muito boa em face da valorização dos FII’s, não me sinto à vontade com a distribuição de ativos desta carteira.
Falo isto porque, caso haja uma queda brusca como ocorreu em 2008, o valor da minha carteira cairá, e o dinheiro da RF não será suficiente para aproveitar as pechinchas que aparecerão.
Agora, na hipótese, de ter 50/50 conseguiria com folga vencer a crise e adquirir bons ativos.
Alguns poderiam dizer que antes da queda poderia vender os ativos. Porém, não sou muito a favor disto, principalmente que os FII alimentam outros ativos. Seria algo parecido com a “Teoria dos vasos comunicantes” (nem me pergunte donde veio esta teoria, acredito que vem da Física/Hidráulica, kkkkkkk)… Continuando, o gasto com vendas dos ativos de RV (taxas de corretagem e impostos) seriam altos.
Para finalizar, sugiro a leitura da última Revista Istoé Dinheiro, os assuntos sobre investimentos estão bons, principalmente que tem duas páginas dedicadas aos FII’s.
E, ressalto que saiu um artigo do Henrique Carvalho na Revista InvestMais de janeiro de 2011, que inclusive já foi publicado no seu blog, sobre a locação de uma quantia certa todos os meses nos ativos que estivessem mais baixos, seguindo a regra de 50/50.
Porém, quanto este artigo restou uma dúvida: Qual será melhor – depositar todos os meses a mesma quantia nos ativos que estivessem mais baixos, RF ou RV, mantendo a regra de 50/50, ou, manter a mesma quantia em ambos, sem depositar nada, e só mexer quando a diferença entre um e outro fosse de 30 ou 40%? Fica aqui a dúvida, e agradeço se alguém conseguir responder qual procedimento dará uma melhor rentabilidade?
Um abraço a todos. Ressaltando que Deus abençoa os homens prudentes, assim como fez com José no Egito (a história das sete vacas gordas e as sete vacas magras).
IF, muito interessante sua estratégia, e de conservá-la durante um longo prazo.
Ricardo, excelentes comentários! Também considero bastante inteligente uma alocação 50/50, nos exatos termos propostos por você. Daria para aproveitar as oportunidades do mercado de uma maneira satisfatória. Sua alocação, como não poderia deixar de ser, está muito bem montada também.
Quanto à dúvida dos rebalanceamentos, realmente essa é uma questão importante, e que creio ser necessário que a pessoa faça alguns experimentos com ambas as estratégias antes de definir qual implementá-la. Há vantagens e desvantagens em ambas. Com a primeira – depósitos de mesma quantia nos ativos mais baixos – o equilíbrio 50/50 seria uma meta a ser perseguida mensalmente. A segunda – só mexer quando houvesse um desvio percentual muito grande dos targets – implicaria em menos frequência de negociação, e também a assunção da premissa de que é possível ser flexível quanto aos desvios percentuais.
Eu tenho uma certa predileção pela última, ou seja, só fazer movimentações quando houver desvios percentuais grandes, uma vez que isso implica menor giro de negociações, e tenderia a obter retornos maiores, de acordo com um estudo publicado num Informativo INI.
A questão que se coloca, para nós, pequenos investidores, é o que fazer com o fluxo de caixa que entra todo mês na conta-corrente, ou seja, com o dinheiro do salário. Seria melhor já aplicá-lo mensalmente em compras de ações e compra de títulos, de modo a manter a carteira mensalmente estável no patamar 50/50, ou ir depositando o dinheiro numa aplicação de renda fixa, durante algum tempo (digamos, 3 ou 4 meses), e só então fazer as aplicações?
É de bom alvitre lembrar que essa última hipótese implica num efeito colateral: à medida que o caixa da renda fixa vai aumentando, com o dinheiro do salário, a proporção da renda fixa na carteira também vai aumentando, naturalmente. É preciso ter controle aí, e metas bem estabelecidas de compras e opções de atuação (mensal, trimestral, semestral, anual etc.), pra não fugir do programa personalizado de investimentos.
De minha parte, tenho refletido bastante sobre essa questão nos últimos meses, e tenho a inclinação de adotar essa última estratégia. Ou seja, ir acumulando um dinheiro na renda fixa, e, a cada 3 ou 4 meses, aplicar em ações, utilizando (provavelmente) a técnica do VA, que proporciona rentabilidades superiores ao DCA. Dessa maneira, estaria reequilibrando a carteira em RF/RV periodicamente, ao longo do ano, ao mesmo tempo em que manteria crescente a minha posição em ações. Dois objetivos estariam sendo liquidados com uma cajadada só.
Mas isso é apenas uma das ideias que têm borbulhado em minha mente. Talvez apareçam ideias melhores mais pra frente. Talvez não. A questão é ver se consigo me adaptar à estratégia que eu próprio estou criando. E, para isso, disciplina será fundamental.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe, sobretudo aos prudentes!
Guilherme,
tive duas ideias com relação aos depósitos mensais e manter a relação 50/50, RF/RV, com alterações somente em 30 ou 40%!
A primeira:
Marque a data, com dia, mês e ano, de quando a sua carteira esta equilibrada, RF = RV. Em seguida, vá depositando as quantias mensais, trimestrais, semestrais na RF despreocupadamente. Todos os meses, na data certa que for avaliar a carteira, para efeitos de comparação, pegue o valor da RF que era igual ao da RV da data mencionada (e que foi anotada) e, atualize-a no sítio do Banco Central, na calculadora do cidadão, seja pela SELIC ou CDI, no seguinte endereço:
https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/exibirFormCorrecaoValores.do?method=exibirFormCorrecaoValores
Pronto, é só comparar o valor da RF virtual com a sua carteira RV real. Se os valores estiverem defasados em 30 ou 40%, então, faça os ajustes.
Segunda ideia,
A partir da data que as carteiras RF = RV vá aplicando o dinheiro em outro tipo de aplicação, separada da carteira RF tradicional, pode ser poupança, outro fundo, ou até mesmo uma Letra do Tesouro Nacional. Este último, além de vencimentos de datas diferentes, no extrato aparece uma lupa, e ao clicá-la aparece um extrato de somente daquela Letra. Pronto, é só excluir esta Letra ou os valores dos depósitos mensais do seu cálculo mensal, e vê quanto anda a composição RF x RV.
Qual a sua opinião?
Estava analisando meus investimentos e surgiu a seguinte indagação: como identificar se uma aplicação é renda fixa e o que é renda variável? Primeiro, analisei o património imóvel (carro e imóvel propriamente dito). Já houve tempo que pensei que carro fosse investimento (rsrs). Portanto atribuí somente imóveis como sendo investimento do tipo RF. Depois surgiu outra dúvida: Previdencia privada que aplica até 49% em ações. Seria correto pegar o valor integral e separar os 49% e dizer tratar de aplicação em RV e os 51% restante em RF? E o investimento FII’S citado por Ricardo Borges é RV ou RF?
Ricardo, muito interessantes as suas estratégias, a criatividade anda borbulhando na sua mente, hein….rs
Acredito que as duas ideias sejam bons pontos de partida pra equacionar a problemática do rebalanceamento. Particularmente, gostei bastante da primeira ideia, uma vez que ela apresenta um dado preciso do valor teórico da carteira de renda fixa, líquido de impostos e taxas, o que é interessante para quem busca bater, ou pelo menos acompanhar, o CDI.
Leonardo, eu considero RF e RV apenas aplicações no mercado financeiro, excluindo ativos reais. Eu excluo, também, a previdência privada, que fica numa conta à parte. Isso porque ela não pode ser “rebalanceada” com os ativos dos seus investimentos tradicionais.
Embora essa ideia vá de encontro, ou seja, se choque, com alguns autores norte-americanos, que defendem uma visão global do “bolo” de investimentos, eu, por questões práticas, prefiro visualizar 2 contas distintas de investimentos: a conta tributável, onde entram os ativos normais do mercado financeiro, e a conta diferida de impostos, que é o PGBL. No caso do fundo que aplica 49% em ações, eu também já passei por essa dúvida antes, e considero todo o patrimônio do referido fundo como RV, e não apenas o equivalente a 49% dele.
Sei que é uma situação difícil de encarar, mas faço isso por dois motivos: simplificação de análise de investimentos, e, segundo, maior volatilidade desse fundo. Na verdade, ele é um fundo multimercado, e tais fundos, por sua própria definição, são difíceis de analisar. Mas você pode optar perfeitamente por considerá-lo em suas partes integrantes, ou seja, se tiver R$ 10 mil em PGBL, considerar R$ 4,9 mil em RV, e R$ 5,1 mil em RF.
Já no investimento em FIIs eu sigo a metodologia norte-americana: são renda variável, pois suas cotas são negociadas em Bolsa de Valores.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Guilherme e amigos leitores,
Procuro sempre praticar a seguinte estratégia 30x30x30x10, tenho 33 anos, pretendo segui-la até os 50 anos, e depois com mais experiencia e estudo vamos ver o que acontecerá.
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30% RV, sendo tudo na bolsa mesmo, em 10% small cap, 10% blue chip e 10 % ETFs, este último como longuissimo prazo.
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30% RF, tudo Tesouro direto, sendo 10% LTN pré, 10% indice SELIC (mais a curto prazo, e os outros 10% pósfixados mais a longo prazo , nunca ultrapassando 10 anos de vencimento.Ah e sempre tem uma sobrinha mensal de cash na poupança(aqui tbem esta incluido minha poupança de emergencia).
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30% Imóveis, pode ser FII ou imovel de tijolo mesmo, atualmente esta porcentagem esta bem maior na minha carteira de investimento, por motivos de eu não estar morando na minha casa, (esta aluga-da) sendo assim ela é um investimento e não mais um patrimonio, e principalmente pela bolha imobiliaria brasileira actual. (pretendo vender um dos imoveis antes da Copa2014 para então rebalanciar a carteira.
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e 10% em cambio, mas atualmente em ouro.
Acredito na Asset Allocation como forma mais segura de investimento, deluindo os riscos e aumentando os rendimentos, quer coisa melhor para uma carteira de investimento bem balanceada…rsrsrssss
Forte Abraço
Everton, não preciso dizer mais nada. Sua carteira está excelente, e sua estratégia, uma das melhores que já li até hoje!!!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Guilherme,
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Este ano plageei o HC e o IF e criei a carteira virtual WF, mas como ainda pertenço ao mundo dos pobres virtuais, ela está disponível somente no forum, e se você autorizar, disponibilizo o link aqui:
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http://forum.infomoney.com.br/viewtopic.php?t=13849&sid=723045a67f6e115fc89cad4b9d58d7cf
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E ela é muito parecida com a carteira do EvertonRic, mesmas porcentagens, mas com diferentes ativos em cada classe:
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30% em Renda Fixa (RF).
30% em Fundos Imobiliários. (FII)
30% em Renda Variável (RV – Bolsa).
10% em Ouro.
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Na verdade são duas carteiras, A e B, sendo a única diferença entre elas referente a RV, onde A é composta por ETFs e B referente a ações individuais.
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Pretendo atualizar todo fim de mês. Vamos ver o que vai dar.
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Abcs
Show de bola sua carteira, Willy!
Será interessante acompanhá-la no decorrer dos próximos meses! Ela está bem diversificada, com ótimos ativos compondo a carteira!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Bom… deixa-me ver se entendi!
Se tivesse hoje um patrimônio aplicado equivalente a 100k e a formação desse patrimônio/investimento (desde de 2005) tivesse se dado sem qualquer critério/estratégia…. e descobrisse – graças aos ensinamentos/dicas do blog – que em nenhum momento acompanhei (RF=RV)… ou seja, se hoje tivesse o patrimônio distribuído em 70% em RV e apenas 30% em RF… independentemente se os aportes tivessem sidos maiores ou menores num ou noutro (RF/RV)… o que precisaria para acertar e implementar a estratégia (50% RV e 50% RV) ???
Teria primeiro que averiguar quanto foi aplicado na RV??? Para ver se vale a pena vender e jogar para a RF???
Considerando que tivesse recursos para aportes mensais/ou prestes a receber uma indenização capaz de com um único aporte fazer essa equiparação (RF=RV) … isso seria conveniente/viável??? Ou seja, ir depositando mensalmente na RF até equiparar (mesmo que isso demorasse um tempo relativo – 30 meses) para somente depois aplicar a regra de quando tiver diferença grande entre um e outro para fazer o rebalanceamento. Ou o mais apropriado seria mesmo…. face a desproporção apontada … (tendo em vista ter efetuado mais aportes em RV do que em RF) fazer imediatamente o rebalanceamento e assumir eventuais perdas???
Depois de rebalanceado… deve ser observado uma meta para fazer movimentação quando houver desvio de percentual grande (o que considerar como grande??? O que seria mais apropriado 20%, 30%, 40%???)
Abusando outra pergunta: se traço como meta a aplicação de R$1000,00 reais mensais (50% RF e 50% RV) … contudo em certos meses… posso fazer aplicação superior (EX10.000)… o que seria mais correto: já fazer essa distribuição ou ir aplicando aos poucos… especialmente na renda variável???
Agradeço a oportunidade.
Grande abraço,
Léo.
Leonardo, a primeira parte da pergunta não entendi muito bem. Quanto à segunda parte, as metas de rebalanceamento ficam a critério de cada investidor, com aquilo com o qual ele se sentir mais confortável. Sobre a terceira pergunta, eu faria a distribuição imediatamente.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Guilherme… desculpa-me pela redação truncada da pergunta anterior. São muitas as dúvidas ainda… espero pela compreensão.
A questão de desfazer da RV que está desproporcional(se vale a pena ?) consiste no fato de estar eventualmente vendendo (RV) barato. Não seria melhor vender aos poucos. Por exemplo: 70% em RV … ir vendendo de 5% em 5% por cento ao mês (por exemplo) até equiparar atingindo o equilíbrio (50% = 50%)?
Quanto as mestas de rebalanceamento… quais as dicas para saber se me sinto mais confortável com a meta em 20%, 30%, 40% etc??? Como definir isso?
Sobre a distribuição imedidata (do dinheiro extra) … sua opinião consiste independentemente do valor? Não incidiria em erro comprando muita RV de uma única vez? Não seria melhor… comprar de 5% em 5% ao mês (por exemplo) ???
Quanto a aportes mensais… gostaria ainda de uma opinião: Se tenho R$2.000,00 (para aportes mensais). 50% via para RF e os outros 50% (R$1000,00) para RV. Levando em consideração que a carteira da RV seja constituída por várias ações… (EX. 10 ações). Eu teria que alocar R$100,00 reais em cada ação, correspondente a 10 transações. Em assim procedendo… fazendo 10 (dez) transações mensais… os custos das transações não onerariam muito a rentabilidade… em virtudes das taxas e etc… de cada transação?
O FH me indicou ler uns artigos seus sobre a previdência privada… li a parte I e parte II(ual!!! que coisa hein)… não sei se vc escreveu a última parte… mesmo porque ele me repassou apenas os links da parte I e II… mas quanto a última parte… existe alguma hipótese em que a previdência privada venha ser vantajosa? Pode me repassar o link da última parte?
Essas questões surgem… pois estou querendo me desfazer da minha previdência (Composto 49% D do BB)… mas ainda não sei qual seria a melhor estratégia para tomar essa decisão!? Se saio de uma vez… ou deixo de contribuir (mas aí me indago a respeito de não mais ter o benefício da dedução no Imposto de Renda… que particularmente acho ou melhor… achava fantástico). E as dúvidas vão surgindo… pensei em fazer a portabilidade para uma outra previdência que cobra 0,01% tx.adm e 2% de tx. corretagem… (mas nessa previdência a carteira é só em RF – eles buscam superar 102% do CID)… e quem sabe até aplicar os aportes mensais (50% do aporte, pois o outro 50% vai para RV) nesta previdência … para ajudar na dedução do IR. Também venho pensando… em fazer o aporte de apenas 50% do Composto 49D do BB para aquela outra previdência… e vender do Composto 49D do BB os outros 50%… (assumindo os impostos com a venda)… e aí aplicar em RV (ações) diretamente esses 50%. O que vc acha?
Mais minha dúvida… vai ser na hora de montar a carteira… (não tenho prática)… estava querendo acompanhar uma carteira do Club de Viena… ou então aplicar os 50% em ETF`s… mas vamos ver como vai ser… ainda tenho muitas dúvidas a sanar.
Grande abraço,
Léo.
Leonardo, vamos tentar esclarecer suas dúvidas! 😀
Leonardo, caso você esteja com uma alocação atualmente forte em RV, uma venda imediata de uma grande parcela, para, digamos, uma política 50/50 pode significar realizar grandes prejuízos. Nesse caso, e especificamente nessa situação, poderia, sim, ser mais prudente ir vendendo 5% a cada mês, de forma a tentar diluir os prejuízos. Mas lembre-se de que as ações podem cair ainda mais com o decorrer do tempo, então, não deixa também de ser uma estratégia que implique riscos implícitos.
Sobre as metas de rebalanceamento, você deve estabelecer aquele percentual baseado principalmente em sua experiência recente de Bolsa, e fazer projeções sobre o quanto estaria disposto a suportar de prejuízo numa eventual queda. Por exemplo, suponha que você tenha 80k em ações e 20k em RF. No final de seis meses, sem aportes adicionais, a RV caiu para 60k, e a RF aumentou para 21k. Você estaria disposto a tirar 10k da RF pra comprar mais RV? Se tiver, então pode ser que esse seja um bom parâmetro.
Sobre a distribuição imediata, é isso que li nos livros estrangeiros, principalmente consultando W. Bernstein: estabeleça uma política de alocação, e implemente-a imediatamente. Na essência, “parcelar” as vendas/compras até atingir o estado de equilíbrio pode redundar em mais gastos com corretagens e até em perda de portfólio,com realização de prejuízos.
Sobre os custos de compras de 10 ações mensais: sim, oneraria bastante, fora a dificuldade de ficar controlando o fluxo de caixa com dividendos e reaplicação na compra de mais ações. Nesse caso, opte por um fundo de índice. De uma tacada só, você compra um punhado de empresas, e paga só 1 taxa de corretagem. É o melhor custo/benefício atualmente.
Sobre os artigos de previdência privada, na verdade foi o Viver de Renda quem escreveu…rsrs……aliás, quem é FH?
Sobre a sua previdência privada, eu faria o seguinte: portabilidade dos valoers que estão no Composto 49D para esse outro plano que cobra 0,01% de taxa de administração. Dessa maneira, você não pagaria IR, afinal, não está sacando. Me parece que é vantajoso para você continuar aplicando na prev. privada, mas nesse outro fundo que aplica só em RF. Controle de custos, meu camarada! Precisaria saber de mais dados sobre sua faixa de alíquota de IR, mas te digo que, se você estiver na faixa que paga 27,5% de IR, tenho a inclinação a dizer que você continue aportando na previdência privada, mas desse fundo baratinho aí.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Guilherme…
Agradeço muito pelas respostas.
Cometi alguns equivocos… no que diz respeito à previdência … apesar da taxa de administração ser de 0,01% a de corretagem é de 3% (e não de 2%). Isso muda seu pensamento quanto a portabilidade? Aproveito para esclarecer que a faixa realmente é de 27,5% de IR.
Outro engano… foi pensar que os artigos eram seus (rsrs) e pior fui abreviar quem me indicou e acabei errando. Na verdade foi o HC – nosso amigo Henrique Carvalho, que aliás… também está me ajudando muito! – e não FH. Onde eu estava com a cabeça?! Pensando no ex-presidente?! (kkkkk)
Agora… li um artigo seu (Reflexões sobre a alocação de ativos numa carteira de investimentos *na prática*) (Esse é seu! – rsrs) que caiu como uma luva pra mim! Caramba… muito bom!!! E quero lhe agrader muito e recomendar as pessoas que acessarem seu blog (especialmente os novatos como eu) a lerem e refletirem bem a respeito!!!
Grande abraço,
E mais uma vez… muito obrigado!
Leonardo, há uma alternativa intermediária: investir uma parte nesse fundo com taxa de adm. de 0,01% a.a., e outra parte num fundo composto em renda variável, que pode ser até mesmo esse do BB – embora eu ache que valha a pena pesquisar outros fundos com RV que cobrem menos do que 2% a.a.
A minha preocupação reside no fato de q esse fundo de 0,01% de tx. adm. não investir em renda variável. Pode até ser interessante no curto prazo, mas no longo prazo pode ser determinante para perder rentabilidade, tendo em vista que a Bolsa é o investimento que rende mais.
Por medida de cautela, eu pesquisaria no mercado fundos de RV que cobrem 2% ou menos de tx. adm. Tem um da Icatu que cobra 1,75% a.a. Já é um começo. Verifique se o Bradesco também não oferece produtos competitivos. Quem sabe negociando vc não consegue um produto bom?
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!