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Valores Reais

Fazendo Famílias Felizes!

Crie um estilo de vida em que você dependa menos de dinheiro

13 de outubro de 2010 by Guilherme 19 Comments

O processo de conquista da independência financeira é uma atividade realizada em etapas. Antes de você conquistá-la, você deve alcançar a tranquilidade financeira. Para alcançar a tranquilidade financeira, você deve eliminar suas dívidas. E, além disso, se você quiser ser financeiramente responsável, você deve criar um estilo de vida em que dependa menos de dinheiro.

Essa é uma tarefa que reconheço ser das mais difíceis.

Analise comigo. Você conquista seu primeiro emprego e, por conta disso, resolve comprar um carro. Um carro popular. Um Gol. 2 anos depois, em rápida ascensão na firma, você é promovido, com um salário 2 vezes maior, além de bônus mais polpudos. E você resolve fazer um upgrade no carro. Troca o Gol por um Vectra. Pensa que acabou? Não. 3 anos mais tarde, já na direção-geral da empresa, você substitui o Vectra por uma Honda CRV.

Eu não tenho nada contra Vectras, CRVs e similares. Só estou querendo dizer que, se a cada degrau acima que você escalar em sua vida profissional, você resolver se premiar com um “mimo” correspondente a esse novo status social, você, ao mesmo tempo, estará colocando um quilômetro a mais de distância que o separa da independência financeira. É como se você estivesse andando numa estrada, com o Sol ao fundo: a linha do horizonte nunca irá se alterar. Trocando em miúdos: você não irá avançar. Será uma pessoa cada vez mais dependente do contracheque. Será uma pessoa cada vez mais dependente do trabalho.

Como eu reconheço que a atitude de se abster dos sonhos de consumo é, talvez, o comportamento mais difícil de fazer hoje, o que recomendo é você optar por uma escolha qualitativa, como já escrevi aqui no blog. Ou seja, ao invés de focar na abstenção da compra, que exige permanente autocontrole, implemente uma mudança de foco. Passe a concentrar sua atenção em atividades que faria no lugar do sonho de consumo. Atividades que impliquem um fazer, e não um não-fazer, mas que igualmente não requeiram a dependência de dinheiro – bom, de pelo menos muito dinheiro. Por exemplo: já pensou em desenvolver suas atividades sociais? Participar de aulas de dança de salão com sua esposa? Ou aulas de instrumentos musicais? Ou ainda de projetos de trabalho voluntário? Prestar assistência em sua igreja ou comunidade local? Escrever um blog para contar a evolução de sua educação financeira?

Pera lá, estamos falando de um blog financeiro. Como você, caro leitor, cara leitora, já deve ser leitor frequente do blog, você deve ter muito mais conhecimento acumulado sobre finanças pessoais que a soma de seus 800 amigos e parentes mais próximos. Que tal iniciar ciclos de debates, ainda que informais, sobre finanças, no meio em que você vive? Para mulheres: organizar reuniões do tipo “chás da tarde” para discutir finanças. Para homens: depois do expediente, formar clubes de leitura e ciclos de debates sobre investimentos. Não é uma boa?

Você deve monitorar seus gastos cotidianos, e trabalhar para reduzir seu custo de vida. Mas não fique só nos custos básicos de sobrevivência. É preciso, aliás, considero indispensável, que você também tenha uma reserva de dinheiro para itens de conforto. O que é conforto é uma questão individual. Varia de pessoa para pessoa. Você deve explorar seus próprios padrões de conforto, e verificar quais deles são úteis para o estilo de sua vida. Exemplificando: para mim, alguns itens de conforto incluem um pacote de TV a cabo que inclua os canais SporTV, SporTV 2, ESPN, Discovery Travel & Living; a assinatura do jornal Folha de S. Paulo, uma reserva mensal para aquisição de livros sobre investimentos, um pacote de conexão à Internet 3G ilimitado, a mensalidade de uma academia com bons instrutores e equipamentos adequados etc.Verifique quais são os seus itens indispensáveis.

Apesar de gastos com itens de conforto, é crucial que você busque um estilo de vida simples. Por quê? Porque isso lhe permitirá aumentar a poupança e, por via de consequência, a quantia de dinheiro disponível para “alimentar” seus investimentos, sua “massa crítica”.

Vou dar meu próprio exemplo pessoal de novo. Eu tenho um gosto por viagens. Ainda mais depois que percebi as milhas desempenhando um verdadeiro papel de ativo financeiro, e diante de tantas promoções de cias. aéreas nacionais e internacionais, agora está mais fácil viajar do que há 3, 5 ou 7 anos atrás.

Ocorre que, se eu resolver viajar todo ano, digamos, para o exterior, estarei sacrificando um pedacinho de minha independência financeira no futuro. Além do que, convenhamos, quanto mais frequentemente realizamos uma atividade, mais ela vai ficando “rotineira”, até o ponto de o efeito do prazer proporcionado pela viagem ser anulado, como resultado direto da redundância do comportamento.

Você não precisa aumentar seu padrão de consumo toda vez que receber um aumento do padrão de receita. Preocupe-se menos com o status, com o que os outros vão dizer, com querer impressionar os outros, e faça coisas e ocupe seu tempo com meios e modos de reduzir os custos de seu estilo de vida.

Se o custo de seu estilo de vida crescer menos do que seus aumentos de salário, as sobras para investimentos vão ficando cada vez maiores. E, com disciplina na arte de investir, você estará dando passos cada vez maiores em direção à sua tranquilidade financeira. O sol vai ficando cada vez mais perto. 😉

É isso aí!

Um grande abraço, e que Deus os abençoe!

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Filed Under: Economia doméstica Tagged With: Dinheiro e Vida, Finanças comportamentais, Mentalidade

Reader Interactions

Comments

  1. Vida Boa Investimentos says

    13 de outubro de 2010 at 1:19

    otimo texto

    Responder
  2. investidordefensivo says

    13 de outubro de 2010 at 1:44

    Pois é Guilherme!
    Tenho essa idéia tb! Não adianta pegarmos cada aumento de salário e virar despesa mensal.
    Dessa forma, dificulta ainda mais ter um montante poupado que consiga render o valor do seu salário atual.
    Pretendo pelo menos poupar a metade ou mais de cada futuro aumento que terei.

    Responder
  3. Jônatas says

    13 de outubro de 2010 at 8:26

    Bom dia,
    Por isso a minha constante defesa em economizar porcentagens do salário destinado a investir rumo a independência financeira. O salário aumentou o valor a economizar aumenta de forma proporcional.

    Já os gastos devem ser pensados racionalmente, muitas vezes a troca de carro acontece simplesmente porque um colega acabou de trocar, pura bobagem. Já vi casos assim aqui no setor que trabalho.

    Ótimo texto Guilherme, parabéns!

    Abraço, fica com Deus!

    Responder
  4. José Messias Ruggieri says

    13 de outubro de 2010 at 9:35

    Oi Guilherme,

    Gostei bastante desse post!

    Dois pontos que considerei muito importantes. O primeiro é a importancia de nós que conhecemos um pouco mais de finanças conversar com os colegas e familiares proximos e tentar passar a eles um pouco do conhecimento que temos. Com certeza ajudaria bastante na vida deles. Porém reconheço que é uma coisa bastante dificil botar em prática esses conceitos de finanças pessoais que passamos em nossos sites, porém é a unica forma de melhorar de vida e de alcançar nossa independencia financeira.

    O segundo ponto interessante é quando você disse “Você não precisa aumentar seu padrão de consumo toda vez que receber um aumento do padrão de receita. Preocupe-se menos com o status, com o que os outros vão dizer”. Isso é muito importante, é a quantidade de pessoas que conheço que vive dessa forma, talvez se trate de quase todos que eu conheço, infelizmente!

    O que o Jonatas disse também é verdade, o que já vi de gente querendo trocar de carro aqui no serviço só porque um dos colegas trocou! Dá até pena! O engraçado é que tento ajudar a maioria deles, porém o interesse é mínimo.

    Grande abraço.

    Responder
  5. Thais Aux says

    13 de outubro de 2010 at 9:59

    Rezo pelo dia em que todo mundo vai pensar assim como nós.

    Eu tentei organizar uma reunião e mulheres pra falar de finanças. Convidamos umas 20 mulheres. Foram 3. Triste…

    Um beijão!

    Responder
  6. Jônatas says

    13 de outubro de 2010 at 11:17

    José Messias, Thais,

    As pessoas não querem aprender. Preferem jogar toda a responsabilidade nas costas dos outros, não assumem a responsabilidade e controle da própria vida. É triste isso.
    Eu já desisti de tentar conversar sobre finanças com familiares, perda de tempo. Acabo me passando pelo chato da família. Minha contribuição é escrevendo, quem tiver interesse leia no blog, é o que tenho falado para amigos e familiares.

    Abraço!

    Responder
  7. Naelyan says

    13 de outubro de 2010 at 11:55

    Nossa, estou na mesma situação que o Jônatas.
    Com os demais familiares é praticamente impossível conversar sobre finanças. E colegas de trabalho também é difícil, visões muito diferentes. Se você tenta insistir sobre o assunto é visto como arrogante. E olha que minha família tem de tudo: gastador profissional, devedor desinteressado, pão-duro assumido…
    Se não fosse o blog não teriamos com quem conversar sobre finanças.

    Responder
  8. Guilherme says

    13 de outubro de 2010 at 12:49

    VB, valeu!

    Investidor Defensivo, parabéns pela arrojada meta de poupança!

    Jônatas, gostei da ideia da economia de porcentagem.

    José Messias, ótimo seu comentário. Muito bons os pontos por você observados.

    Thaís, é uma luta juntar um grupo para falar de um tema que nos impacta diariamente. Sorte dessas 3 mulheres. 😉

    Jônatas e Naê, o sentimento é compartilhado. Ainda bem que temos a Internet, essa maravilha que nos permite nos conectar com outras pessoas para falar de assuntos de importância, como as finanças pessoais.

    É isso aí!
    Um grande abraço, e que Deus os abençoe!

    Responder
  9. Henrique says

    13 de outubro de 2010 at 16:48

    Excelente texto Guilherme! As always!

    Também sou favorável a poupar x% do salário, conforme citado pelo Jônatas.

    Abraços!

    Responder
  10. investidordefensivo says

    13 de outubro de 2010 at 21:05

    O problema de poupar x% do salário é que quando ele sobe, seu gasto mensal
    irá subir tb. E esse adicional de gasto implica em vc ter mais dinheiro aplicado para render, gerar seu salário atual.
    Exemplo. Se vc guarda 10% todo mês, e seu salário subiu 20%. Os 10% dos 20% do seu aumento que irá guardar, dependendo do tempo de investimento, não conseguirá render este percentual de aumento que vc teve no salário.
    Por isso que sou a favor de não aumentar o gasto com o aumento de salário. Ideal seria aumentar só se realmente aumentasse alguma despesa sua (aumento de aluguel, gasolina, escola…etc). Manter o mesmo nivel de vida.

    Responder
  11. Guilherme says

    15 de outubro de 2010 at 14:13

    Obrigado, Henrique!

    ID, interessante o seu ponto de vista.

    É isso aí!
    Um grande abraço, e que Deus os abençoe!

    Responder
  12. Rosana says

    10 de maio de 2014 at 11:10

    Guilherme,

    Muito bom seu post! 🙂

    “Você não precisa aumentar seu padrão de consumo toda vez que receber um aumento do padrão de receita.”
    Eu acho que essa é uma das maiores armadilhas, muitas vezes resultado do marketing agressivo atual e também da “cobrança” das pessoas mais próximas. Se a pessoa tiver hábitos mais simples e não se dobrar ao consumo, conseguirá não se deixar afetar pelas compras desnecessárias e conseguirá iniciar o hábito de investir, se já não tiver.

    Infelizmente hoje em dia a ostentação tem muito mais força na vida das pessoas do que uma vida simples, uma vida na qual o SER e o VIVER são mais importantes do que o TER.

    Abraços,

    Responder
    • Guilherme says

      10 de maio de 2014 at 18:37

      Perfeito seu comentário, Rosana!

      Eu até ouso dizer que, com a explosão das redes sociais, a ostentação está cada vez mais difundida, uma vez que as pessoas adoram se gabar em frente às outras, nesse universo da Internet.

      Tem que ter bastante consciência para poder usufruir da vida sem se deixar levar pelos outros. O “efeito manada” é uma coisa recorrente nos dias atuais.

      Abç

      Responder
      • Rosana says

        11 de maio de 2014 at 10:25

        🙂

        Responder
  13. adrián says

    11 de setembro de 2018 at 19:43

    Hola Guilherme. Un gusto leerlo en este blog. Muy claro, como siempre.

    Estoy muy de acuerdo con vuestra propuesta. Sin dudas, 100%.

    Pero yo le agrego una variable: la edad. Cuanto más grande es cada uno, más cerca va viendo el horizonte, y muchas cosas empiezan a perder sentido: por ejemplo el ahorro, como sinónimo de acumulación.

    Quizá es una visión que estoy teniendo desde hace un tiempo.

    Y me pegó duro su hipótesis de que viajar se transforma en una rutina, y uno viaja sólo por costumbre. Hay que replantearse luego, si viajar mantiene el placer de siempre.

    En mi caso, voy llegando a los 51 años y sólo desde hace 3 o 4 años tengo pasaporte. Antes de ello, pasé casi todas mis vacaciones de adolescente/adulto en ese hermoso país que tienen ustedes, Brasil.

    En otras palabras, no hace tanto tiempo que hago viajes “más largos”.

    De nuevo, excelentes reflexiones, y me encuentro muy contento de haber descubierto este blog, otra gran propuesta suya.

    Abrazos!!

    Responder
    • Guilherme says

      12 de setembro de 2018 at 17:05

      ¡Hola Adrián!

      ¡Muy bueno que usted esté acompañando ese blog también!

      ¡He encontrado excelente su testimonio! No sabía que había sólo recientemente “atrapado” el gusto por viajes internacionales además de Brasil.

      De acuerdo con sus palabras, el factor “edad” también debe ser tenido en cuenta, a la hora de aprovechar más la vida, o de encararla bajo nuevas perspectivas. A fin de cuentas, conocer nuevas culturas no deja de ser una manera de crear un estilo de vida menos dependiente de dinero, y más enfocado en otros tipos de experiencias.

      Abrazo grande!!!

      Responder

Trackbacks

  1. Lauro Wolff Valente disse:
    13 de outubro de 2010 às 9:33

    Crie um estilo de vida em que você dependa menos de dinheiro http://migre.me/1yDbI

    Responder
  2. Valores Reais » Na Internet, é uma beleza! Mas, na vida real… ah, na vida real, como é difícil conversar sobre finanças com as pessoas… disse:
    14 de outubro de 2010 às 0:19

    […] esse artigo foi motivado pelo que eles disseram nos comentários ao post de ontem. A Thaís Aux, autora do Hoje Eu Não Comprei, […]

    Responder
  3. Controle financeiro não significa parar de gastar! disse:
    9 de maio de 2014 às 5:02

    […] Texto baseado em post do site Valores Reais. […]

    Responder

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