Embora os princípios gerais que regem o investimento no mercado de ações – tais como a importância da diversificação, a escolha de um fundo de gestão passiva, o olhar atento a indicadores como P/L, taxas de dividendos, o buy and hold e a importância do longo prazo etc. – sejam, digamos, “universais”, no sentido de que se aplicam a uma generalidade de casos, existem particularidades no mercado brasileiro que não podem passar despercebidas. E isso ocorre justamente com um dos dilemas que deve atormentar muitos investidores em ações: compro ações individuais ou compro ETFs?
Dizendo em outras palavras, não há dúvidas que a compra de ETFs, por representar a totalidade de empresas que compõem um índice de referência, pode apresentar, na média, maiores ganhos do que aqueles que optam por um fundo de gestão ativa, ou mesmo uma carteira própria de ativos. Isso está provado por diversos estudos científicos realizados no mercado norte-americano de ações.
Entretanto, a realidade jurídico-tributária no Brasil é diferente da realidade jurídico-tributária nos EUA, e isso acaba favorecendo, no Brasil, o investimento em ações individuais, pelo menos em dois pontos, quando analisados estritamente sob essa ótica, diga-se de passagem.
Há dois fatores que não podem passar despercebidos para aqueles que pretende maximizar seus ganhos e minimizar seus custos.
Primeiro, a isenção tributária no Brasil para quem vende as ações até o limite de R$ 20 mil no mês. Isso não ocorre com os ETFs negociados em Bolsa, como deixamos claro em artigo anterior escrito aqui no blog. Dizendo isso em outros termos: se você comprou R$ 5 mil em ações da Itaúsa, e elas se valorizaram até o montante de R$ 20 mil, você teve um lucro de R$ 15 mil, e são esses exatos R$ 15 mil que entram em sua conta, líquidos de impostos.
Já se você tivesse comprado R$ 5 mil em BOVAs, e elas se valorizaram também até o montante de R$ 20 mil, você teve um lucro de R$ 15 mil, mas na sua conta entrarão somente R$ 12.750, uma vez que terá que pagar 15% de IR sobre o lucro, correspondente a pagar R$ 2.250 de imposto.
Se para valores pequenos isso já representa uma fatia considerável, imagina para o investimento a longo prazo, onde o preço médio de aquisição pode ser múltiplas vezes inferior ao patrimônio final acumulado…
Essa é uma particularidade tipicamente nacional, e não é tratada, portanto, em livros estrangeiros, sobretudo norte-americanos (por razões óbvias….rs).
Segundo, a obrigação legal de todas as empresas de capital aberto no Brasil de distribuírem dividendos, caso, evidentemente, tenham tido lucros. Veja bem que eu não falo em isenção tributária dos dividendos (embora isso seja outro fator atrativo para tal, principalmente na hora de fazer a declaração de imposto de renda…). Falo, isto sim, no fato de que toda empresa, por mais que não queira, é obrigada, por lei, a distribuir dividendos a seus acionistas.
Nos Estados Unidos, isso não existe. A empresa só distribui dividendos se quiser. Não há lei federal que as obrigue a realizar tal comportamento. A Berkshire Hathaway, por exemplo, não distribui dividendos – o acionista tem que convertê-la em dinheiro, por meio de venda de ações, se quiser viver de renda oriunda do crescimento das ações dessa empresa. A Microsoft, até pouco tempo atrás, também não distribuía dividendos.
Aliás, é bom dizer que, nos EUA, os dividendos são taxados duplamente. Em livro revisado e atualizado nesse ano de 2010, Richard Ferri, na ótima obra “All about asset allocation” (resenha em breve aqui no blog), diz (p. 233-4):
“We have double taxation of dividends in the United States. Corporate earnings are taxed once at the corporate level and again at the individual level if dividends are paid to shareholders”.
Numa tradução livre:
“Nós temos a dupla tributação de dividendos, nos Estados Unidos. Os rendimentos das empresas são tributados uma vez no nível corporativo e, novamente, em nível individual, se os dividendos são pagos aos acionistas”.
Então quer dizer que o investimento em ETFs não vale a pena no Brasil? Devo vender todos meus BOVAs e partir para a montagem de uma carteira de ações individuais?
Não é bem assim. Apesar de todos esses empecilhos, o investimento em ETFs apresenta atrativos que também devem ser sopesados na hora de montar uma estratégia de investimentos. E isso se apresenta sob uma tríplice ordem de fatores.
Primeiro, os custos de transação. Montar uma carteira própria implica mais gastos com taxas de corretagem, para a compra de ações e reinvestimento dos dividendos e, eventualmente, implicaria nos mesmos custos tributários que os ETFs, caso fosse necessária a venda de uma quantia superior a R$ 20k no mês.
Segundo, os custos de tempo. Montar uma carteira própria implica mais gastos com tempo na tela do home broker, e dificuldades no gerenciamento da alocação de ativos. Por exemplo, suponha que você siga uma estratégia 50% RF e 50% RV. Se as ações apresentarem valorização a ponto de comporem 70% de sua carteira, quais ações vender para diminuir o peso dos 20% excedentes? São as blue chips, mid large caps ou small caps? É a PETR4 ou a CPFE3? E se as ações que você vender forem justamente as que mais apresentarem valorização após a venda? Há o custo do tempo também na hora da declaração de ajuste anual do imposto de renda, uma vez que, convenhamos, é um saco ficar preenchendo as linhas de bens com os diversos ativos componentes da carteira.
Mas o maior empecilho de todos é esse: probabilidade de ter menos patrimônio acumulado, mesmo com a fatia entregue ao leão. Uma carteira de gestão passiva ganha da maior parte dos fundos profissionais de gestão ativa que existem no mercado. Qual é o objetivo de se investir em ações? Em última análise, é ter mais dinheiro do que numa aplicação em renda fixa. E onde se consegue, com mais tranquilidade, ter mais dinheiro no mercado de ações? É investir o dinheiro “colado num índice”. Num investimento indexado. A questão toda a saber é se vale a pena os custos tributários maiores compensam o investimento em ETFs, lembrando, ainda, que possivelmente você terá que vender as ações acima de R$ 20k. Pense na compra de qualquer bem que supere esse valor: carro, festa de casamento, imóvel, terreno… e lembre-se ainda de que, daqui a 10, 15 ou 20 anos, esses R$ 20k valerão uma fração do que compram hoje, por conta dos efeitos corrosivos da inflação.
Alguém poderia dizer ainda que outra vantagem das ações consiste em viver de dividendos. Mas será que não seria melhor montar uma carteira bem diversificada de fundos imobiliários para tal? Afinal, os FIIs apresentam as mesmas vantagens tributárias dos dividendos, como isenção de imposto de renda, mas, mais importante do que isso, seus rendimentos são mensais, de modo que o fluxo de caixa é bem mais contínuo e, ademais, pelo menos para boa parte dos fundos, previsível, quando comparado com as ações.
Pense, por exemplo, nas ações de empresas de energia elétrica, que costumam distribuir dividendos elevados. Elas são ótimas para compor um fluxo de caixa. No entanto, são menos eficientes, do ponto de vista de acumulação de capital, porque tendem a se valorizar menos que o índice (IBRX, BOVA etc.), e também só distribuem os dividendos durante 1 ou 2 vezes por ano. Não seria melhor você investir, durante a fase de acumulação de capital, num ETF, que capta o rendimento da totalidade do mercado, com menos risco, e, uma vez bem “fermentado o bolo”, vender as cotas dos ETFs, pagar os 15% do leão, e converter o cash daí resultante em cotas de fundos de investimento imobiliário, que distribuem aluguéis mensais, e oscilam menos que as ações? Ou então em títulos do Tesouro Direto atrelados ao IPCA, em papéis com diferentes prazos de vencimento, que paguem cupons de juros semestrais? Ou então na compra de ações, mas focando naquelas que geram bons dividendos?
Paulo Portinho, no livro “Quanto custa ficar rico?”, exemplifica com duas estratégias (p. 89-90):
“Estratégia 1: comprou R$ 100.000 em ações da Telesp em 1996 e migrou para a Petrobras em janeiro de 2010.
– Valor das ações ao final de 2009: R$ 1.236.000,00
– Renda anual com dividendos da Petrobras (2,98%): R$ 36.832,00
Estratégia 2: comprou R$ 100.000 em ações da Petrobras em 1996 e migrou para a Telesp em janeiro de 2010.
– Valor das ações ao final de 2009: R$ 5.242.000,00
– Renda anual com dividendos da Telesp (12,77%): R$ 669.403,00″
Portinho conclui:
“Esse exemplo, mesmo com aproximações e não contabilizando custos de transação, deixa claro que a estratégia durante o período pré-aposentadoria deve ser com foco no crescimento das empresas, enquanto, para os aposentados, a renda com dividendos fica mais importante. […] É evidente que o exemplo é exagerado e que dificilmente um indivíduo passaria 15 anos no mercado de ações sem compreender sua dinâmica, mas o objetivo didático do exemplo é esse mesmo: realçar fortemente as diferenças de estratégia no mercado de ações”.
Como eu disse anteriormente, o objetivo dos investimentos na fase de acumulação de capital é “fazer o bolo crescer”, e isso se consegue com mais facilidade, menos risco, e menos gasto de tempo, investindo num fundo de índice de baixo custo, que capte a rentabilidade total do mercado.
Se você investe em ações individuais, faça uma simulação: toda vez que comprar uma ação – por exemplo, R$ 2.500 em ações da PETR4 -, simule quantas cotas você compraria de um ETF, como o PIBB11 – o que daria umas 27 cotas, com os mesmos R$ 2.500 – e vá fazendo uma comparação de rentabilidades entre a carteira real e a carteira simulada. É provável que o seu desempenho na carteira própria seja inferior ao desempenho da carteira teórica. Se for assim, não ache estranho, pois, no mercado profissional de fundos de ações, é exatamente isso que ocorre, ou seja, poucos conseguem ganhar do índice, e raríssimos são os que ganham do índice no longo prazo.
Há, inclusive, opções de estratégia mista, como aquela referida em outro artigo que escrevi no blog, pensando em uma estratégia mista na Bolsa de Valores: parcela em ações individuais, parcela em ETFs.
Finalmente, ao montar seu plano de investimentos, lembre-se de que o ótimo é inimigo do bom. Como diz Richard Ferri, no livro “All about asset allocation” (p. 81):
“The enemy of a good plan is the quest for a perfect plan because the quest for a perfect plan is an endless journey. Instead, design a good plan, implement that plan, and maintain that plan”.
O plano bom, nesse caso, pode ser o plano baseado em ETFs. Não é perfeito por causa dos custos tributários, mas é, de qualquer forma, um plano bom.
Espero que tais reflexões façam você próprio analisar qual é sua melhor estratégia de investimentos, lembrando-se sempre dos custos tributários envolvidos e, sobretudo, da maneira como você pretende acelerar sua construção de patrimônio. Lembre-se de que o fluxo de caixa é mais importante quando você estiver na fase de usufruto de capital, e menos importante na fase de acumulação de capital. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Bom dia Guilherme,
Você quase me convenceu a comprar ETFs para compor minha carteira. Seus argumentos estão muito bem fundamentados ao longo do seu texto. Parabéns novamente por nos instruir.
Agora, conclui outra coisa também durante a leitura. O “trabalho” que você citou que dá investir direto em empresas, balancear, analisar diversos fatores e etc, é prazeroso, pelo menos para mim. Gosto desse trabalho.
Vou passar a pensar numa carteira mista, tanto com ETFs, como com ações de empresas sólidas e com vantagem competitiva durável, como já é minha estratégia atual. Algo em torno de 30 e 70%.
Abraço
Bom final de semana
Fica com Deus.
Excelente Guilherme!
Que texto maravilhoso de se ler. Cheio de ótimas reflexões, citações e bastante informativo.
Visão muito clara e madura sobre este tema que está perturbando muitos investidores brasileiros.
Seria legal também fazer uma comparação entre o custo do IR para um ETF e os custos de corretagens para as ações individuais, já que para manter a diversificação em ações seriam necessárias mais do que 10 ações, implicando em 10 corretagens contra apenas 1 corretagem nos ETFs.
Grande Abraço!
HC, bom dia!
Acredito que para a maioria dos investidores, os custos de corretagem, inicialmente seriam os mesmos, afinal são feitos aportes mensais, sejam em ETFs sejam em ações de uma empresa. No meu caso, eu compro ações uma vez ao mês de uma única empresa. Os custos aumentam na hora de se rebalancear a carteira.
Mas Guilherme, como sugeriu o HC, cabe mais um texto comparativo sim.
Abraço gente!
Na comparação da Telesp com Petrobras, e de certa forma em todo o raciocínio do texto, vejo um detalhe que não foi considerado: O reinvestimento dos dividendos…
Ao reinvestir os dividendos, recebemos ainda mais dividendos no ano seguinte, o que funciona como uma espécie de juros compostos na acumulação do seu patrimônio…
No entanto, te parabenizo, pois foi realmente um bom texto, com boas reflexôes. Acho que se você puder elaborar um pouco sobre este detalhe do reinvestimento dos dividendos, podemos acabar tendo boas surpresas também.
Excelente texto Guilherme.
Acho que os ETFs vao ser a melhor solução para a maioria das pessoas.
Uma carteira individual teoricamente vai ter 50% de chance de performar melhor que o indice e 50% de chance de performar pior. A medida que se aumenta a diversificação a tendencia é o retorno se aproximar mais do indice. Ou seja é preciso um numero grande de ações para replicar o indice.
Contudo em uma carteira maior em uma fase de aposentadoria acredito que os beneficios de uma carteira de ações individuais são bem interessantes, como o fato de poder usar os dividendos para complementar a posentadoria e nao precisar eventualmente vender ações.
Guilherme,
primeiro parabéns por mais um ótimo artigo.
Não entendi a segunda desvantagem. Comprando ações direto, a pessoa recebe dividendos. Mas com ETF os dividendos são considerados na composição do índice. Então de alguma maneira ambos recebem os dividendos.
Na verdade, pode-se até enxergar a desvantagem ao contrário, pq investindo em ETF os dividendos ja são automaticamente “reinvestidos”, pois eles são computados no valor do índice. Por outro lado, investindo em ações é necessário destinar tempo e esforço para reinvestir o dinheiro, e também corretagem para comprar mais ações.
O que você pensa sobre isso?
Abraços,
André Tavares
Estou optando pelo PIBB11 apesar da desvantagem tributária. Principal motivo é a questão tempo pois não posso acompanhar tanto o mercado. Só tenho uma dúvida: como é a liquidez do PIBB11? É baixa?
Rapaiz fico cada vez mais impressionado com a qualidade de seus artigos. Nesse aqui você se superou.
Parabéns mesmo Guilherme! Achei este artigo muito bem fudamentado, com boas reflexões sobre os principais pontos a se considerar sobre investimento em uma carteira individual de ações ou ETFs.
Gostei bastante desses 3 pontos:
1. “Qual é o objetivo de se investir em ações? Em última análise, é ter mais dinheiro do que numa aplicação em renda fixa.”
Com certeza, pena que muitos investidores se esquecem disso, começam a investir ser ter noção nenhuma do mercado financeiro querendo rentabilidades astronômicas de 20% ao mês, e se deixam seduzir pela maior mentira da Bolsa na minha opinião: “Que o pequeno investidor vai ficar rico no curto prazo”. O pequeno investidor sustenta a bolsa com tx de corretagem comprando e vendendo toda hora, isso sim.
2. “Não seria melhor você investir, durante a fase de acumulação de capital, num ETF, que capta o rendimento da totalidade do mercado, com menos risco, e, uma vez bem “fermentado o bolo”, vender as cotas dos ETFs, pagar os 15% do leão, e converter o cash daí resultante em cotas de fundos de investimento imobiliário, que distribuem aluguéis mensais, e oscilam menos que as ações? ”
Sim sim. Boa idéia. Se o objetivo do sujeito é ter um fluxo de caixa, talvez (veja bem eu disse talvez) fosse mais interessante mesmo investir em ETFs na fase de acumulação de capital, um mix de BOVA11/SMAL11 quem sabe. Acho arriscado o cara montar uma carteira individual de ações SOMENTE por causa da isenção de vendas até 20k. Qual é a garantia que daqui a 20, 30 anos ainda haverá essa isenção?? Nenhuma.
3. “Segundo, os custos de tempo. Montar uma carteira própria implica mais gastos com tempo na tela do home broker, e dificuldades no gerenciamento da alocação de ativos. Por exemplo, suponha que você siga uma estratégia 50% RF e 50% RV. Se as ações apresentarem valorização a ponto de comporem 70% de sua carteira, quais ações vender para diminuir o peso dos 20% excedentes? São as blue chips, mid large caps ou small caps? É a PETR4 ou a CPFE3? E se as ações que você vender forem justamente as que mais apresentarem valorização após a venda? Há o custo do tempo também na hora da declaração de ajuste anual do imposto de renda, uma vez que, convenhamos, é um saco ficar preenchendo as linhas de bens com os diversos ativos componentes da carteira.”
Aí que tá. Depois de algum tempo acompanhando o seu blog, o do Viver de Renda, do HC investimentos e do Investimento e Finanças, é que realmente percebi o qual complexo que é o tema Alocação de Ativos. Também me pergunto como é que o investidor comum que tem uma carteira de ações vai saber que ação vender para rebalancear a carteira?? Vejo que planejamento é essencial para se fazer alocação de ativos, e tenho a impressão que a maioria das pessoas não possui planejamento. Muitos não sabem nem sequer quanto ganham, muito menos quanto gastam. Também acho uma ilusão o sujeito falar: tal ação caiu, daqui não cai mais, ta barata, vou comprar mais. Como assim vai comprar mais?? Quem é que garante que ela não vai cair mais?? Recentemente li o livro do Bastter “Sobreviva na Bolsa de Valores”, e no último capítulo que é um Papo Informal sobre a Realidade da Bolsa ele comenta esse tipo de comportamento do investidor, dei muita risada.
Por outro lado tem essa questão que o colega Jônatas comentou acima que é o prazer que o sujeito tem de analisar empresas, comprar e vender ações. Lembrei que no livro A Árvore do Dinheiro do prof. Jurandir Sell Macedo há um caso semelhante a isso. Ele cita o caso se não me engano de 2 professores que investiram em ações durante anos com a diferença que um deles fazia compras mensais de valor constantes enquanto o outro especulava na bolsa. Depois de 15 ou 20 anos, algo assim, os 2 estavam com rentabilidade parecida. Só que o prof. que investia especulando e portanto gastava mais tempo, sentia prazer e se divertiu fazendo isso.
E só por curiosidade. Você citou o caso do mercado americano. Sabe dizer se lá existe isenção na venda de ações até um certo valor como aqui no Brasil?? Existe diferença na tributação da venda de ações e da venda de ETFs??
E valeu pela citação desses livros. Já anotei aqui na minha lista.
Continue com o ótimo trabalho.
Abcs
Caramba. Aqui que vi o tamanho que ficou o meu post. Foi mal, desculpa aí, acho que me empolguei.
Excelente Guilherme. O ótimo é inimigo do bom… Vamos torcer para que as autoridades tributárias consigam no futuro, visando o crescimento do mercado de capitais no Brasil, deixar o investimento em ETF com o mesmo tratamento tributário da compra direta em ações, porque o objetivo e o resultado são os mesmos.
Abraços.
Grande Guilherme,
Faço das palavras dos caros colegas acima as minhas. Texto excelente, claro, conciso,e que explana todas as dúvidas em relação às fases a)acumulação e b)colheita dos frutos.
Estive pensando que sua monografia (creio que você tenha feito uma) deve ser algo muito interessante de se ler.
Também espero que quando você escrever seu livro (também tenho fé que será realizado hehe), quero comprar uma cópia autografada.
Meus parabéns, e obrigado por dicas valiosas. Talentos que estão sendo divididos e multiplicados, e não enterrados.
Abraços,
Oi Guilherme,
Como você mesmo sabe, esta semana aplicamos no PIBB e o motivo foi exatamente o que você postou no seu artigo – diversificação com um custo menor do que se montássemos uma carteira própria e ainda nossa atual incapacidade de avaliarmos quais empresas escolher para nossa carteira e em que porcentagem. A verdade é que não somos, nem queremos ser investidores profissionais. A única coisa que queremos é ver nosso bolo crescer para que no futuro tenhamos a nossa indepedência financeira. Dividimos nossas aplicações entre o Tesouro Direto e Renda Variável e assim vamos levar esta estratégia por um tempo. Foi a que consideramos mais fácil e vantajosa para a vida que levamos hoje. Por exemplo, eu sou Analista de Recursos Humanos, e apesar de gostar de ler sobre ações e mercado financeiro, se fosse investir por conta teria que dedicar muito do meu tempo – já escasso – para aprender sobre isso, ao invés de aproveitar este mesmo tempo em adquirir novos conhecimentos voltados a minha atual profissão (ganha pão) e de fazer outras coisas que gosto mais. Por isso, decidimos (e esta foi uma decisão tomada junto com o Julian – meu marido) sermos investidores “preguiçosos”! 🙂 Escolhermos um ETF (seu índice) e ele que se vire para ajustar a carteira e alocar os recursos entre as empresas. Enquanto isso, vamos nos preocupar em tocar nossa carreira e usar o tempo em outras coisas que gostamos mais.
Beijos
Naê
Me ocorreu mais um complicação lendo o seu ótimo texto Guilherme:
Com o crescimento do valor investido juntamente com o fator inflacionário vai chegar o momento que só para rebalancear será necessário vender mais de 20k…
Atualizando os comentários….
Bom, antes de mais nada, obrigado a todos pelas referências!
Jônatas, você abordou um ponto importante: o desafio intelectual que consiste na seleção de empresas. Aqueles que gostam dessa tarefa, e obtêm bons resultados, devem seguir em frente. O bom é que o mercado agora fornece opções para todos.
Henrique, ótima sugestão! Já está anotado!
Carlos, o reinvestimento dos dividendos é um ponto muito importante nessa equação. Outra sugestão que levarei em conta na pauta do VR!
Investimentos, concordo plenamente. E sua estratégia de replicar o índice é a que melhor aproveitaria as vantagens citadas no artigo.
André, você tem total razão. Os gestores dos ETFs fazem o reinvestimento dos dividendos, o que é um benefício automático deles, em relação às ações individuais, poupando o investidor de fazer esse trabalho. Obrigado pela observação.
Fabio, considero a liquidez do PIBB muito boa. Pra quem está na fase de acumulação, em última análise, basta que tenha uma pessoa querendo vender PIBB para que a liquidez esteja satisfeita. Diferenças de centavos (comprar a R$ 92,70, ao invés de R$ 92,18), não irão fazer diferença no patrimônio final acumulado, se a quantidade de cotas a ser comprada for a mesma.
Willy, excelentes comentários! E respondendo à sua pergunta, até onde eu saiba, não existe benefício fiscal para venda de ações até certo limite, nem para ações nem para ETFs, no mercado norte-americano.
Flávio, vamos torcer. Eu até tinha preparado um artigo com argumentos jurídicos a favor da isenção tributária para ETFs, mas, com a IN da Receita Federal, o deixei engavetado.
David, não escrevi monografia sobre o tema, embora o tema me interesse bastante. E quanto ao livro, é uma idéia! 😀 Obrigado pelo incentivo!
Naê, como eu disse no Nossa Vida, Nosso Bolso, vocês estão de parabéns pela escolha do PIBB. Pelo seu perfil de investidora, é melhor gastar seu precioso ativo chamado “tempo”, com outras coisas, como o aprimoramento de sua carreira profissional.
Major, cara, você foi *mestre* em sacar esse detalhe! Taí mais um fator que joga a favor dos ETFs. Quem leva asset allocation a sério deve pensar nas repercussões futuras do gerenciamento de seu portfólio. Mais um ingrediente a ser considerado na montagem da estratégia de investimentos…. fantástico!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Outra questão muito importante é se pagamos 15% sobre o lucro real ou sobre a valorização (lucro real + inflação). Porque isto num cenário de longo prazo faz muita diferença.
Fiz umas simulações aqui e em um cenário de inflação de 5% a.a. Depois de 20 anos estes 15% de IR vão comer na verdade 20% do lucro.
Major, você tem razão. A tributação acaba ocorrendo sobre o todo.
O Richard Ferri, na obra resenhada hoje, também atenta para esse fato, ao comentar sobre a tributação dos títulos públicos (p. 225):
“The government does not factor out inflation when calculating how much interest you earned even though it was government policies that created the inflation.”
Especialmente sobre as TIPS, ele diz que a tributação ocorre tanto sobre a parte dos juros reais, quanto sobre a parte ajustada pela inflação. Embora a tributação ocorra sobre todos os investimentos, ela é mais visível nas TIPS, porque a porção da inflação é fisicamente separada da porção de juros reais.
O problema, como sempre, acaba ocorrendo sobre esses custos “invisíveis”, mas que exercem enorme papel negativo na redução de nossos ganhos reais.
Tal raciocínio, por evidente, também se aplica aos lucros que temos com as ações, pois a porção corrigida pela inflação também não é imune a custos tributários.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Muito bom mesmo, Guilherme! Parabéns! Valores Reais está entre os melhores blogs de investimentos.
Também foram excelentes as observações de André e de Major!
Obrigado, Fábio!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!