Uma notícia interessante foi publicada ontem na Folha.com: como forma de incentivar os investidores pessoa física a manterem as ações em carteira durante o longo prazo, a Bovespa instituirá um sistema de premiação. Esse programa funcionará de maneira semelhante a um programa de milhagens das empresas aéreas.
Conforme o investidor mantiver suas ações em custódia, ele acumulará pontos, que poderão ser trocados por prêmios a cada semestre e trimestre, tais como dinheiro em espécie, computador e viagens. “Não se trata de sorteio. Basta juntar os pontos”, segundo o presidente da instituição, Edemir Pinto.
Mais detalhes sobre o programa serão divulgados em setembro. Essa é uma das estratégias da Bolsa para popularizar o investimento em ações.
A ideia não deixa de ser interessante, como maneira de estimular o ingresso de pessoas físicas no mercado de ações, porém, ela não se sustentará no longo prazo se não houver a criação de uma cultura de investimento em ações, tal como ocorre nos Estados Unidos, onde é prática corriqueira pais e avós presentearem as crianças com uma carteira de ações.
Dito em outros termos: não bastam iniciativas que visem a criar estímulos artificiais para o ingresso do brasileiro na Bolsa. É a mesma coisa que atrair um potencial comprador para o seu produto com um brinde extra na compra. O comprador deve estar interessado, antes de tudo, na essência do bem que quer comprar. Sua motivação deve ser buscada naquilo que ele quer com o produto principal, não com o brinde eventualmente ganho.
Com a Bolsa, é a mesma coisa. É importante atrair a população para a Bolsa, com promoções? É, é inegável que é. Mas isso, por si só, não é suficiente. Antes de mais nada, implantar um projeto de educação financeira, seja ele em escolas, seja em comunidades e associações, é essencial para que o brasileiro entenda os motivos de aplicar seu dinheiro em empresas de capital aberto. Da mesma forma que não se deve fazer compras em shopping para ganhar um cupom para concorrer ao sorteio de uma torradeira, não se deve comprar ações com a finalidade principal de ganhar brindes.
De qualquer forma, não deixa de ser interessante mais esse esforço empreendido pela Bovespa para popularizar o mercado de capitais. Espera-se também que esforços também sejam realizados no sentido de massificar a cultura da educação financeira, pois esse é o meio mais eficaz, a longo prazo, para trazer o brasileiro para a Bolsa de Valores, de forma consciente, consistente e duradoura. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Interessante a notícia e melhor ainda sua reflexão sobre ela!
Parabéns Guilherme!
Abraços!
Guilherme, tudo jóia ….
Gostaria se possivel, de obter alguma informação sua sobre essa nova modalidade de investimento baseado em empréstimos que esta entrando no mercado (Fairpalce)
obrigado amigo….
prazer novamente em poder falar com vc…
Luciano
Henrique e Luciano, obrigado! 😀
Luciano, estou pensando mesmo em fazer um artigo sobre o FairPlace. Obrigado pela sugestão de pauta.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Bastaria ela parar com a absurda taxa de custódia de R$6,90 mensais . Mas não, vamos complicar as coisas e criar soluções para um problema criado por eles mesmos…
Viver de Renda, bem lembrado!
Numa palestra da LinkTrade, fiquei sabendo que existe um movimento das corretoras junto à Bovespa para extinguirem a cobrança dessa absurda taxa de custódia.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Guilherme, li a mesma notícia em outro veículo e fiquei preocupado. A BOVESPA irá iniciar uma campanha para aumentar de 500 mil para 5 milhões o número de investidores em ações. Levar esse contigente de investidores sem a preocupação com a educação financeira é como convidá-los para ir ao Cassino. A experiência da própria BVMF (BOVESPA + BM&F) com suas ofertas públicas e farra dos IPOs mostrou isso há dois anos atrás.
Flávio, falou e disse tudo. Sem educação financeira na base, não será possível sustentar uma grande quantidade de investidores pessoas físicas na Bolsa. Aliás, é bom lembrar que teve um ano, não sei se foi em 2008 ou 2009, que a quantidade de CPFs cadastrados na Bovespa diminuiu em relação ao ano anterior.
É legal e bacana a iniciativa de levar 5 milhões de brasileiros para a Bolsa, mas é preciso que esse contingente seja esclarecido e informado.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Para aumentar o número de investidores, o que precisa fazer é com que a corretagem ocorra somente sobre o lucro.
Tem muita gente sendo enganada e perdedo dinheiro na bolsa, principalmente na corretagem.
José, de fato, a corretagem é um nó que cabe aos investidores conscientes desatarem.
Eu procuro minimizar ao máximo essa taxa em minhas operações.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!