Muito bem, após um período de pagamento de compras parceladas uma após a outra, contas astronômicas de telefone e completa ausência de controle de gastos, você está finalmente conseguindo reorganizar suas finanças. Poupa 10% do que ganha, compra somente após fazer pesquisa de preços, e até se dá ao luxo de levar uma vida mais frugal (quem diria que frugalidade viraria sinônimo de luxo!).
Na verdade, empolgado(a) pelo trabalho da mágica dos juros compostos, pelo incremento de seu patrimônio em Bolsa, e pela melhora de sua situação financeira como um todo, você chega ao ponto de abdicar de compras que antes não tinha o menor pudor em realizar. Por exemplo, você evita o cafezinho depois do almoço – mesmo gostando do café com creme que aquele quiosque costuma preparar com tanto esmero -, não compra uma peça de roupa numa visita de final de semana ao shopping – mesmo gostando de fazer tal tipo de compra como uma forma de recompensa pelo trabalho da semana -, ou então não compra um pacote mais completo de sua TV por assinatura – mesmo gostando de alguns canais que tornavam seu lazer mais divertido. E então é tomado por sentimentos mistos: alegria por estar economizando, e uma “pontinha” de tristeza por estar se sacrificando.
Existe solução? Sim, existe. E ela consiste em você relembrar para quê serve o dinheiro. Qual é a função dele mesmo? Até que ponto economizar para o futuro representa uma escolha válida, ou seja, que não traga ao mesmo tempo prejuízo para viver o momento presente?
E qual é a função do dinheiro? É essa: ele é uma ferramenta para melhorar a qualidade de sua vida. Se ele não está sendo gasto – sob o pretexto de melhorar sua condição futura – e isso está piorando sua qualidade de vida, a solução é uma só: gastá-lo. Mas não em qualquer coisa, mas sim naquelas áreas em que ele será uma ferramenta para incrementar sua vida.
Se comprar uma peça de roupa, como prêmio depois de uma semana de ótimos resultados no trabalho, te faz sentir melhor, vá em frente, porque a ausência dessa compra trará mais prejuízos do que a própria compra em si. Se assinar um pacote com mais canais – justamente aqueles de sua preferência – faz seu lazer ter mais qualidade, por quê cargas d´água você está se privando desse item de consumo? Por acaso você vai viver “só no futuro”? Ou vai começar a viver só no futuro?
De que adianta acumular dinheiro (meio), se ele não for gasto em coisas que essencialmente lhe trazem prazer, satisfação e alegria (fins)? Afinal, você trabalha somente para sobreviver, ou para viver uma vida plena e significativa?
Se você já está numa fase madura de planejamento financeiro, e consegue fazer sobrar dinheiro no final do mês, veja se não é o caso de parte do dinheiro que sobra ser utilizado para comprar “algumas felicidades”.
Dessa forma, você estará tirando o melhor proveito dos dois mundos: preparando um futuro próspero e também desfrutando de um presente feliz e cheio de escolhas bem feitas.
Porque, quando chegar no futuro, você pode ter certeza de uma coisa: se arrependerá mais das coisas que não fez (e podia), do que das coisas que fez. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Guilherme,
Parabéns pelo artigo! Realmente é importante aproveitarmos também o presente e não apenas vivermos em função de uma expectativa futura.
Abraços
Naê
Ôpa, Naê, obrigado pelos comentários!
Buscar o equilíbrio é um dos grandes desafios no nosso trato com o dinheiro. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Perfeito!
Sem equilíbrio, a vida se torna um caos.
Como dizia Aristóteles (acho); a virtude está no meio. 😀