O que você gostaria de fazer quando completar o terceiro dígito de sua idade? Gostaria de só descansar, curtir a vida e aproveitar… ou gostaria de continuar trabalhando?
Essa pergunta, feita em tom desconcertante (como assim trabalhar aos 100 anos de idade!?), nos traz à mente o formidável exemplo do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, que, mesmo passando da incrível marca de 100 anos de idade já faz algum tempo, continua trabalhando a pleno vapor em novos projetos, como atesta essa notícia acerca de uma recente inauguração de mais uma obra sua, no mês passado, na cidade do Rio de Janeiro.
Já comentamos anteriormente sobre os motivos que fizeram Warren Buffett não se aposentar, mesmo às vésperas de soprar 80 velinhas em seu bolo de aniversário. Ele gosta do que faz, e investe todo seu tempo, dinheiro (deve ter algum…rsrsr) e energia, em fazer novos e promissores negócios.
O título desse artigo bem poderia ser: “Por que Oscar Niemeyer não se aposenta?”, mas queremos nesse texto dar um enfoque diferente do que foi abordado no artigo “Por que Warren Buffett não se aposenta?“
Passar dos 100 anos não é para qualquer um, e passar dos 100 anos com ideias e novos projetos em vista é qualquer coisa de espetacular. Muitos de nós não quer nem saber de trabalho quando alcançar a independência financeira, ou a aposentadoria, lá pelos 50, 60 ou 70 anos (alguns planejam fazê-lo bem antes dos 50).
A questão que se coloca aqui, com o exemplo de Oscar Niemeyer, é bem simples: durante sua jornada na vida, você deve se preocupar menos com os aspectos financeiros, e mais com o que vai fazer durante todo esse período em que viver por aqui.
Isso porque você pode ter rendimentos mensais passivos suficientes para cobrir suas despesas já daqui a 15 ou 20 anos. Até aí, tudo bem. Mas o que você fará nos 40, 50 ou 60 anos subsequentes? É preciso dar uma utilidade para a vida, descobrir quais são suas habilidades, quais são seus interesses, e desenvolvê-los durante toda essa jornada, seja ela antes ou após a conquista da tão sonhada independência financeira.
O que eu percebo é que muitas pessoas fazem e executam planos bem detalhados sobre investimentos em sua área financeira, mas não têm plano algum sobre investimentos em sua área física, em sua área produtiva, em sua área emocional… você é uma dessas pessoas? Quando você deixar de ocupar seu tempo pensando em melhores maneiras de administrar seu dinheiro, com que coisa você ocupará o seu precioso tempo?
Lembre-se de que um dos bens que você mais vai ter quando se aposentar é tempo, e saber em que atividade preenchê-lo é algo fundamental para ter uma vida mais carregada de propósito, de significado, e de sentido.
“Ah, eu vou ficar viajando pelo mundo”, é uma das respostas que mais ouço de pessoas que querem se aposentar tão logo chegue o dia. Que viajar faz bem para o corpo e para a alma, não há dúvida, mas será que essa é a única coisa que valha a pena ser feita durante sua fase pós-carreira? Será que os anos dourados de sua aposentadoria não podem ser preenchidos com outras tantas atividades gratificantes que podem ser úteis também para ajudar outras pessoas, fazer você se integrar na comunidade em que vive, e consequentemente, deixar um legado, em termos de futuro, mais amplo e mais rico?
A lição que o exemplo de longevidade que Oscar Niemeyer nos ensina é: procure realizar uma atividade que faça você exercitar suas forças e virtudes mesmo após decorridos 100 anos de sua existência. Procure preencher sua vida com atividades que te levem a um estado de fluxo não somente quando você “pendurar as chuteiras”, mas sim desde já, aqui e agora.
Como eu disse em outro artigo, viva sua paixão. E celebre a vida a todo instante, porque, como nos ensina Nuno Cobra, no livro “A semente da vitória” (p. 223), também resenhado por aqui:
“Não fique nunca à espera de momentos célebres, porque célebre é o momento!”
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
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