Hoje em dia, é fácil tomar uma Coca-Cola, um Guaraná, uma Sprite. Tá certo que o mercado de refrigerantes está cada vez mais diversificado: o ETF deles é formado por todas essas águas adicionadas de sabores e coisas que tais. Eu ainda prefiro os refrigerantes normais.
Também é certo que beber refrigerante com frequência faz mal para a saúde, como bem alerta o Nuno Cobra, no livro “A semente da vitória”, resenhado aqui no site. Estimulantes artificiais não fazem bem ao organismo, principalmente se tomados em doses exageradas. O negócio é tomar água, no máximo um chá ou suco para variar. Mas quem aqui pode conseguir resistir a uma lata de Coca-Cola gelada num dia típico de verão? Bem, o verão já passou, mas, nos dias quentes, o apelo de uma bebida gelada faz muita gente esquecer que refrigerante, tomado em excesso, faz mal à saúde.
Se hoje, nós, adultos, podemos beber no momento em que quisermos os nossos refrigerantes preferidos, como é que era lá no passado, quando éramos crianças? Havia refrigerante em todas as refeições em casa? Podíamos beber à vontade, todos os dias, de segunda a sexta-feira? Nãããooo! 😀
Pelo menos na minha casa, quando éramos crianças, o consumo dos refrigerantes era controlado. Era somente nos finais de semana. E, de preferência, na casa dos avós. Acho que eu não devo ser o único a ter vivido essa experiência…
Bom, e quais as lições por trás dessa idéia de nossos pais de restringir o consumo dos refrigerantes nos finais de semana, e na casa dos avós? Para mim, essa atitude deixou 3 lições indeléveis em minha memória.
A primeira é uma lição de saúde. De que beber refrigerante em excesso faz mal, e seu consumo, portanto, deve ser controlado. A vontade das crianças é beber tudo o que pode quando vêem Coca-cola, Sprite, Guaraná. Afinal, vai dizer que seu gosto não era mais saboroso do que o da água? Aliás, água nem tem gosto (se a água que você estiver bebendo tiver gosto, tome cuidado, hein…:p). As crianças são fascinadas por novidades, e o paladar é muito sensível nessa fase da vida. Controlar o consumo dessas bebidas era uma forma de nossos pais nos ensinarem o valor da saúde. Eis o primeiro ponto.
A segunda é uma lição de economia. Se hoje os refrigerantes já são caros, imagina 10, 20, 30 anos atrás…não dava para esbanjar, não é mesmo!? Ainda mais numa época em que a inflação era de dois dígitos (ou até mais), a nossa economia não era estabilizada, e os preços mudavam de um dia para outro. Há coisas mais essenciais a comprar, e refrigerante era, podemos dizer assim, um item de luxo, pelo menos no caso da maioria das famílias brasileiras – a minha inclusa. Logo, deixar o refrigerante para ser consumido somente em ocasiões especiais e limitadas era uma forma de nos ensinar que aquele produto custava uma certa quantia em dinheiro, e que seu consumo, portanto, deveria ser limitado.
A terceira é uma lição de celebração. Por coincidência ou não, os refrigerantes só eram consumidos nas reuniões de família, onde as refeições eram mais prolongadas, e isso ocorria geralmente nos finais de semana. Também não podemos nos esquecer das datas comemorativas, como Natal, Ano-Novo, aniversários… afinal, bolo não combinava com água, venhamos e convenhamos. Associar o consumo de um item caro a eventos especiais fazia-nos não só valorizar ainda mais o consumo da bebida, mas também nos ensinava, ainda que de forma indireta, a importância de poupar para gastar, pois era evidente que refrigerante “só em ocasiões especiais e restritas”.
Aguardávamos ansiosamente por esses momentos. E os valorizávamos ainda mais.
Será que essas lições ainda perduram em sua vida? Você pretende passá-las para seus filhos?
O valor da saúde, o valor da poupança, e o valor da celebração, todos esses valores transmitidos… por um simples gesto de consumo limitado de refrigerantes. Pois é, às vezes a educação financeira nos é incorporada das formas mais singelas possíveis, como esse ilustrativo exemplo nos mostra. 😉
E vou encerrar esse artigo parafraseando o que o Mauro Halfeld diz toda sexta-feira: “e não deixe de aproveitar o final de semana… com a sua família”. E com refrigerantes também, por quê não!? Guilherme, para o Valores Reais. 🙂
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
É por isto que eu acompanho este blog.
Ele realmente nos mostra os Valores Reais da vida.
Cada aspecto dela é lidado aqui de uma forma profunda e bem centrada.
Parabéns pelo blog !
Obrigado, raspu!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Legal o artigo Guilherme. Gostei do tema abordado.
Eu sempre fui um consumista de refrigerantes, mas nos últimos anos através da reeducação alimentar, cortei de vez o tal do refrigerante da minha vida, e quer saber: não sinto falta nenhuma.
Vários motivos me fizeram tomar esta decisão. O nosso corpo precisa de carboidrato, proteína e lipídio, e o refrigerante não tem nada disso. Quando consumido durante o almoço por exemplo, dilui o ácido clorídrico no estômago dificultando a digestão. E por ser altamente calórico ainda contribui para a formação da famosa barriguinha. É claro que de vez em quando numa festa de aniversário como você citou, um copinho de refri vai bem.
Para aquelas pessoas que não conseguem ficar sem tomar algo no almoço, que tal trocar o refri por um suco de laranja ou de goiaba, ricos em vitamina C, que ajuda na absorção do ferro presente no feijão e outros alimentos no nosso organismo. Ou então uma água natural. E de preferencia tomar DEPOIS do almoço. No começo é difícil e tal, mas depois acostuma.
No longo prazo a sua saúde agradece.
Abcs
Nostalgia… Também me lembro que quando criança não bebíamos muito refrigerante em nossa casa, era mais sucos mesmo. E uma garrafa de 1L, daquelas de vidro, dava para 5 pessoas… Bons tempos!
Abraço a todos e bom fim de semana.
Willy, excelentes comentários! Eu também tenho evitado o consumo de bebidas durante as refeições. A saúde agradece.
David, bons tempos mesmo! Agora me lembrei que havia épocas de promoções, em que os brindes poderiam vir no verso das tampinhas dos refrigerantes. Era uma curiosidade só saber o que vinha nas tampinhas!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Que viagem esse post…. Gostei… 🙂
Grande abraço!!
Ôpa, valeu Willian!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Gostei do seu post.
Na minha época de criança, principalmente aqui no CE, tomar refrigerante era luxo. Assim como você falou consumíamos geralmente em festas de aniversário, casamentos e batizados. Nossa, eu ficava tão feliz quando meus pais eram convidados para serem padrinhos de batizado ou casamento. “Eita! vou tomar refrigerante”(rsrsrsrs)
Rsrsrs….legal que você tenha se identificado com o post, Dirlene! Abç!
Fala Guilherme, tudo certo? No meu caso era mais o motivo dois que levava ao três. O um, numa época em que fumar era bonito e outras coisas mais, vinha de brinde… Abs!
Legal seu depoimento, Gian!
Abç
Fala Guilherme, tudo certo? No meu caso era mais o motivo dois que levava ao três. O um, numa época em que fumar era até bonito e outras coisas mais, vinha de brinde… Abs!
As coisas eram bem diferentes…
É como você disse: o refrigerante era só para dias especiais e às vezes no almoço de domingo. Todos os dias? Jamais!
Era gostoso, parece que tinha o gosto de infância de antigamente.
Com tantas informações sobre os malefícios do refrigerante, há muitos anos não consumo mais esse produto e não sinto falta nenhuma, muito pelo contrário.
Gostei do comentário do Willy e concordo que é bem melhor substituir o refrigerante por algum suco. A saúde realmente agradece!
Eu também abandonei o refrigerante. Uma simples lata de 350 ml de refrigerante contém nada mais nada menos do que mais de 13 colheres de açúcar!
O negócio é adotar bebidas mais saudáveis. 🙂