Quando se fala em temas como planejamento financeiro, investimentos de longo prazo, controle do orçamento, um dos assuntos que mais são deixados de lado é a importância de reservar um dinheiro todo mês para a diversão. Isso ocorre porque, em boa parte dos casos, a pessoa, na ânsia de economizar ao máximo para o futuro, acaba sufocando demais o presente, não se dando o direito de, a cada mês, gastar parte de seus rendimentos com coisas que lhe proporcionam prazer, diversão, gratificação e entretenimento. Ou seja, o que era um excesso de gastos se transforma num excesso de poupança, e todo excesso, como já abordamos em outro tópico, não faz bem para a vida de ninguém.
Por isso, ao ler o livro “Os segredos da mente milionária”, um dos primeiros que li nessa jornada de educação financeira, gostei muito da dica que o autor, T. Harv Eker, escreve: reservar todo mês um dinheiro para a diversão, a fim de que o dinheiro possa ser gasto sem culpa, sem arrependimento, sem remorso, de estar atrapalhando o plano de independência financeira.
Na verdade, quando a pessoa tem um planejamento financeiro adequado, ela consegue equilibrar todas as áreas importantes de sua vida. Ou seja, ela consegue controlar o dinheiro para o pagamento das contas, investe sempre parcela de seu salário, doa outra parte para causas filantrópicas, gasta também uma porção de dinheiro para sua instrução financeira, e (ufa!) ainda reserva um dinheiro para se divertir.
Segundo o livro, o objetivo dessa “conta de diversão” é ser “zerada” todo mês. Ou seja, ela deve ser, trocando em miúdos, “torrada”. Psicologicamente, o efeito é muito positivo, pois se trata de um prêmio que você se dá pelo esforço em concretizar o seu plano de poupança.
O grande problema é que as pessoas não administram bem o dinheiro que gastam em lazer. Por quê? Porque gastam muito dinheiro com uma coisa, mas não gastam muito tempo em aproveitá-la. Exemplos práticos: compra-se uma mega televisão de 42 polegadas, ultra fina para… usufruí-la somente durante a Copa do Mundo. Compra-se um celular hiper sofisticado com 342.915 recursos para… só receber ligações e mandar um torpedinho (de vez em quando). Adquire-se uma casa de praia – ou de campo – por R$ 300 mil para… ir uma vez por ano, ficar 4 dias (!). Gasta-se R$ 999,99 num vestido de luxo para…ir só no casamento de um amigo do tio do primo. Compra-se R$ 399 num super kit de livros para… ler as primeiras vinte páginas de um deles e deixá-los todos na estante.
Cadê a coerência?
As pessoas não precisam somente aprender a investir melhor, deixando de comprar na alta e vender na baixa. As pessoas precisam também aprender a planejar melhor seus gastos com lazer. E esses gastos só serão melhor realizados quando feitos de forma coerente com o tempo disponível para usufruí-los, adaptáveis de acordo com o perfil de uso, e, sobretudo, realizados sem culpa e arrependimentos.
Consumo consciente é a palavra-chave, e ter que gastar um dinheiro todo mês pode funcionar na prática para muita gente, como forma de motivação para continuar a perseguir seus planos de conquista da independência financeira.
Isso tem muito a vez com um artigo que escrevemos anteriormente, a respeito da necessidade, que algumas pessoas têm, de aprender a gastar *mais* para equilibrarem sua vida financeira.
Qual o percentual a ser destinado à diversão?
10% de seus gastos médios mensais. Talvez 15%. Você é quem decide. Não há uma regra universal, o importante é que seja um valor que não seja tão alto a ponto de inviabilizar seu orçamento doméstico, nem tão baixo a ponto de não servir para quase nada. O mais importante é o conteúdo dessa conta, ou seja, no planejamento de qual gasto será realizado.
Exercite a criatividade, abuse da imaginação: um jantar a dois no restaurante classe A da cidade. Ou uma sessão no cinema com direito a um mega combo de pipoca + refrigerante + chocolate (na hipótese de você geralmente só pagar os ingressos, sem comer nada durante a sessão; faça isso apenas para sair da rotina).
A idéia subjacente a essa “reserva especial” é você quebrar a rotina, fazer algo especial e surpreender, quem sabe, seu parceiro. Isso terá efeitos colaterais interessantes, na medida em que reforçará sua conexões emocionais com seu cônjuge e/ou sua família. Além de utilizar, é claro, o método Kinder Ovo para renovar seus relacionamentos.
Experimente fazer esse exercício. Ele será importante para que você possa ver o dinheiro não como um fim em si mesmo, mas sim como um meio para a realização de seus projetos de vida. Afinal, como descobrimos outrora, o dinheiro, em certas circunstâncias, pode comprar a felicidade.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Oi Guilherme,
O planejamento dos gastos destinados a diversão é prazeroso demais. Adoro pensar neles.
Afinal, gastar é bom demais.
Abraço
Jônatas
Jônatas, estou contigo nesse pensamento!
Como eu gosto sempre de frisar: dinheiro deve ser visto sempre como “meio”, e não como “fim”. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Como assim um comentário para esse texto maravilhoso! O-O”, Guilherme que texto fantástico, o incrível é que estou justamente nessa encruzilhada de descobrir qual o % a ser gasto. Mas fora isso excelente texto, se puder agir mais atrevidamente, seria interessante discorremos mais sobre esse assunto?
Victor, obrigado pelos comentários!
Claro! Vamos discorrer mais sobre esse prazeroso tema. Em breve novos artigos abordando a importância do consumo de lazer para uma vida de mais equilíbrio!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
O site é muito poluído. Quero muito ler a matéria mas a só de olhar está cansativo.
Carro novo, quando nós mesmos reservamos um valor mensal para comprá-lo ao final de um período qualquer proposto, deve entrar na porcentagem das despesas mensais ordinárias ou na da diversão? Estou inclinado à por nesse segundo balde, mas penso que assim estarei apenas incentivando esse meu lado pão duro.
E agora, amigo? Reserva para atualizar o veículo, conta das despesas mensais ou a da diversão?
Abraços, seu blog tem um ótimo conteúdo.
Olá João!
Dúvida bastante pertinente e que deve ser objeto de análise cuidadosa. Eu penso que deva entrar na porcentagem de despesas mensais ordinárias. E isso por 3 motivos principais.
Primeiro, porque se trata da aquisição a longo prazo de um passivo, que, por sua vez, irá gerar um efeito cascata de despesas recorrentes, cuja natureza também é de despesas ordinárias, tais como combustível, lavagem, impostos e taxas etc.
Segundo, porque, ao contrário das despesas de diversão, essa despesa não irá poder ser usufruída de modo imediato, tal como uma ida ao cinema, bar com amigos, ingressos para show etc.
E, terceiro, porque, pensado assim, você não estará impactando o “balde da diversão”, “achatando-o”com uma despesa que, sem dúvida, lhe proporcionará, dependendo do seu ponto-de-vista, entretenimento e lazer, porém, que possivelmente diminuirá o montante de dinheiro disponível para essas outras despesas de consumo mais imediato, como as citadas acima.
Em resumo, opte por colocá-lo no balde de despesas mensais ordinárias. É o que eu faço. 🙂
Abç!
Gostei muito desse tema… Mas queria que você dividisse com nós mulheres sobre quantos % do salário devemos gastar com nós em relação a (Salão, protudos de beleza, Maquiagem e roupas. )
Palloma, o valor depende de cada mulher, pode tanto ser um valor mensal fixo, quanto um percentual.
Nesse post tem mais a respeito desse assunto => http://valoresreais.com/2013/09/02/mulher-mulher-8-dicas-praticas-leitoras-valorizar-vivenciar-feminilidade-comprometer-orcamento-domestico/
Abç!