Há oito meses atrás, mais precisamente no dia 17 de setembro de 2009, escrevemos um artigo comentando o rompimento, para cima, da faixa de 60 mil pontos da Bovespa, e de quão rápida havia sido a recuperação da Bolsa. Isso porque, em 15 de setembro de 2008, ou seja, exatamente um ano antes, o banco norte-americano Lehman Brothers anunciava a sua quebra, e dava início, assim, a aquela que seria uma dos piores quedas da Bolsa brasileira de todos os tempos. E não só da Bovespa, mas também de praticamente todas as Bolsas de Valores ao redor do mundo.
Naquela ocasião, escrevemos:
“Para quem pensa em investir na Bolsa, é preciso muito cuidado, já que o mercado pode virar a maré de alta de uma hora para outra”.
Os quatro primeiros meses desse ano foram relativamente calmos, porém, nesse mês de maio, parece que o bicho pegou. A volatilidade voltou com tudo, e os temores quanto ao agravamento da crise econômica na Europa estão fazendo as Bolsas internacionais caírem de forma assustadora.
Na Bovespa, não tem sido diferente. Se naquele 17 de setembro anunciávamos o rompimento dos 60 mil pontos, em tendência de alta, hoje anunciamos o rompimento também dos 60 mil pontos, mas para baixo. A Bovespa fechou na faixa dos 59 mil pontos, mais precisamente em 59.689 pontos. Em apenas cinco dias, a perda é de 8,5%. No mês, o tombo é de 11,61%, e, no ano, o prejuízo já beira os 13%.
E o que deve fazer o investidor pessoa física?
O Mauro Halfeld, no programa de ontem em sua coluna na rádio CBN, disse que os investidores de curto prazo receberam sinal vermelho, pois a crise pode se agravar ainda mais, puxando as ações para baixo. Já para os investidores de longo prazo, que investem por meio de fundos bem diversificados, e por meio de planos de previdência que contemplem uma substancial parcela em ações, a dica é segurar firme, manter a calma, porque mais cedo ou mais tarde notícias melhores vão aparecer na mídia.
O momento, sem dúvida, requer calma, paciência e prudência, para não fazer a coisa errada, principalmente vender na baixa, o que está proibido para todos os investidores de longo prazo. 🙂
O que eu fiz
Bom, vou dar meu testemunho pessoal, até para esse blog ficar menos teórico, e mais prático e concreto, e, portanto, mais interessante. Tendo em vista que já faziam longos 8 meses que o Índice Bovespa não estava tão baixo, e considerando que eu havia forrado minha parcela em renda fixa para ser utilizada em algum momento de turbulência na renda variável, aproveitei o dia de hoje para encarteirar o Índice, e, ao mesmo tempo, fazer minha estreia nos ETFs da iShares. 😀
Sim, comprei algumas cotas do BOVA11, pelo preço promocional de R$ 58,95.
Algumas perguntas devem estar rondando sua mente…
Por quê comprou ontem, e não hoje? Afinal, hoje pode estar mais barato ainda…
Porque hoje eu não sei se vai continuar barato, mas ontem eu sabia que estava num preço razoável – o preço mais barato em oito meses. De acordo com os indicadores técnicos (apesar de eu não fazer trades curtos, ainda uso alguns desses indicadores para sanar dúvidas), o IFR (índice de força relativa) estava marcando um valor histórico baixo (25), o histograma/oscilador estava negativo, e o preço do ativo estava abaixo das médias móveis de 34 e 144 dias.
Hoje pode estar mais barato – e pela minha experiência pessoal, provavelmente estará (falo isso porque, sempre que compro um ativo achando que ele está barato, no dia seguinte ele cai ainda mais). Se não for hoje, pode ser amanhã, pode ser depois de amanhã, no mês que vem, enfim, em algum momento a Bovespa pode cair ainda mais, como acreditam alguns analistas de mercado.
Se cair mais, você irá comprar mais? Quanto?
Só se cair 5% em relação ao último preço de compra. Assim, se a cota cair para R$ 56 cravados, eu pretendo comprar mais. Dessa maneira, eu estabeleço um critério objetivo de compra, e não subjetivo, baseado no “estar barato”, e evito executar ordens sem parâmetros claros de atuação. E, se cair para R$ 56,00, a próxima compra será quando o ativo cair outros 5% em relação ao seu último preço de compra. Isto é, quando chegar a R$ 53,20, faço nova ordem de compra. E assim por diante, sempre comprando a intervalos de quedas de 5%. Isso dentro de um mês. De um mês para outro, a estratégia será aportar quantias em dinheiro fixas.
E por quê BOVA11, ao invés de PIBB11?
Porque é o fundo indexado que espelha o Índice Bovespa – além de ter um valor didático para os leitores do blog (que explicarei futuramente…). Embora tenha algumas desvantagens em relação ao PIBB11, tais como taxa de administração maior (0,54% a.a. contra 0,059% a.a. do PIBB), o BOVA11 apresenta os mesmos benefícios da diversificação a baixo custo, oferecidos pelo PIBB. As vantagens da maior liquidez e da melhor taxa de empréstimo para aluguel existem, a favor do BOVA11, mas não influenciaram na decisão. Contou mais o fato de o ETF espelhar o Índice Bovespa.
Reconheço que esse é um fator que torna o investimento em fundos de índice menos atrativo que o investimento em ações individuais. Porém, devemos analisar um investimento não só com base no fator tributário, mas também em outros itens, como rentabilidade, diversificação, controle de risco, tempo que se quer dedicar aos investimentos etc. A diversificação, representada pela compra de um pacote de ações, compensa as desvantagens tributárias, ao menos em momentos de volatilidade dos mercados.
Você está adotando uma estratégia de alocação de ativos? Afinal, é perigoso apostar tudo em renda variável justamente agora que o sr. Mercado exibe comportamento irracional de depressão profunda…
É o que vou explicar no futuro (se o meu plano der certo…)
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É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
p.s.: e o Santos, hein!? Jogou um belo futebol, e os três gols foram um espetáculo à parte, principalmente o chute de fora da área do Paulo Henrique Ganso. Eu não torço pro Santos, mas resolvi assistir o jogo porque muitos gols poderiam sair daquela partida, e o Santos já marcou mais de 100 gols na temporada (aliás, isso tá virando moda, vários times na Europa também marcaram mais de 100 gols, só que foram durante uma temporada inteira).
E ai Guilherme?
Voltaram as grandes emoções na Bovespa. Parece que o pacote de 750 bilhoes de euros não fez nem cocegas. A crise é mais profunda do que muitos achavam e provavelmente vai demorar para se resolver. O proximo país que vai ta mal das pernas é a inglaterra. Aumentei tambem minha participação na bolsa.
Abs
Ahhhh… o Guilherme tb é grafista!!! Que galã!
Investimentos, e o mais curioso é que estamos vendo uma sucessão de crises em países desenvolvidos (Estados Unidos, União Europeia…), e não em países *em desenvolvimento*, que foi o que ocorreu no final da década de 90 (crise da Rússia, dos Tigres Asiáticos…).
Ou seja, o mundo, recentemente, ainda não foi testado por completo no colapso de um país desenvolvido. A oscilação nos CDS europeus é um indício de que a coisa lá fora tá bastante confusa…
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Kkkkk…… Elvis, eu já operei por gráficos uma época, e agora chegou à conclusão de que o melhor mesmo é operar no buy-and-hold. Estou preparando um artigo sobre isso…
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Papo de Boteco
Não existe aplicação sem risco… Imóvel (Palace II), Poupança (Plano Collor), Títulos Públicos (Governo)…Acões (Crise)eta mundão bom!!hehehe O melhor lugar pra investir nosso dinherinho, é debaixo no nosso travesseiro. Enquanto que hoje na bolsa de valores o dinheiro rende nada, debaixo do travesseiro rende uma noite bem dormida. kkkk
O negócio é entrar ao som dos tambores e sair ao som dos violinos né gente…
bom dia pro ceis ai pessoal
fiquem com Deus
Zé da Estrada
Parabéns Guilherme!
É através de métodos sólidos e consistentes que, com disciplina, conseguimos nos aproveitar melhor do humor do mercado.
Aliás, ultimamente ele anda com um mau-humor brabo…
Realocar, realocar, realocar, e assim segue a vida de um investidor. Simples assim. Com uma queda de quase -15% na bolsa apenas no mês de maio fica bem atrativo aumentar a participação nela. Aqui PIBB11! rsrs
ps-também não perco um jogo do santos. Ontem foi um ótimo jogo!
Grande Abraço!
Obrigado, Henrique!
Muito dos meus conhecimentos em investimentos – e consequente melhora da gestão de carteira – se devem aos artigos que você escreveu no HC Investimentos. Destaco três tópicos, a título exemplificativo: fundos imobiliários, alocação de ativos e finanças pessoais. 😀
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Muito obrigado pelas considerações Guilherme!
Pode ter certeza que nessa troca de informações aprendemos bastante um com o outro.
Grande Abraço!
É verdade, Henrique, o aprendizado “sem fronteiras” é um dos benefícios proporcionados pela rede mundial.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!