É interessante como amadurecer em vários aspectos de nossa vida nos conduzem, de certa forma, a tomar decisões mais conscientes e menos preocupadas com a velocidade dos acontecimentos. Isso também vale para planos de aposentadoria financeira.
No meu caso específico, quando comecei a estudar investimentos e educação financeira, no começo do segundo semestre de 2007, e ainda no embalo do IBOV a todo gás na faixa dos 60 e tantos mil pontos, bolei um plano de investimentos um tanto quanto “arrojado” e estruturado em diversos tipos de investimentos. Isso foi em 31.08.2007, quando escrevi o seguinte post no Fórum Clube do Pai Rico:
Hoje tenho 27 anos, e, fazendo uma simulação no Simulador de Rendimentos do nosso site, se eu conseguir um rendimento mensal de 1,5% ao mês nas ações, reaplicando todo o dinheiro também nas ações (juros compostos), calculo que, em mais ou menos 8 a 10 anos, conseguiria alcançar a tão sonhada independência financeira. Mas pretendo rever esta meta a cada ano, e a cada mês, e a cada semana, para fazer os ajustes necessários.
Citação: – Quais os tipos de investimentos que planejou para alcançar a IF. Basicamente, ações e fundo de ações, principalmente depois que aprendi a Regra do 100. Como tenho um horizonte de tempo muito amplo, dá para assumir riscos maiores.
EDITADO: pessoal, depois de me aprofundar melhor nos meus estudos relativos a investimentos, decidi que a IF será alcançada através de 4 aplicações diferentes: ações, fundo de ações de gestão ativa, previdência privada PGBL e Tesouro Direto. Os dois primeiros servirão como alavancagem, aproveitando os momentos de prosperidade econômica que serão vividos pelo País. Já os dois últimos funcionarão como hedge, proteção, em momentos de crises inflacionárias e recessões.
O colchão de segurança está estruturado basicamente no CDB, aplicação de fácil liquidez, segura e mais rentável que a poupança.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
O interessante é que o plano foi estruturado apenas um mês depois de ter iniciado meu processo de educação financeira, conforme disse expressamente, à época.
Pois bem. De lá para cá, muita coisa foi revista, tivemos uma crise forte em 2008, e eu, naturalmente, fiz uma revisão completa dos planos, que ainda está em fase de construção. Motivado por um post recente de outro colega, resolvi postar minhas impressões pessoais em outro post:
Como podem perceber, escrevi o post acima dois anos e meio atrás, e, desde então, praticamente tudo mudou na minha visão acerca dos investimentos. Aquela meta de 1,5% a.m. era por demais otimista, e o prazo de 8 a 10 anos, idem.
Hoje, trabalho com perspectivas bem mais realistas: rentabilidade de 0.8% a.m., o que ainda é, de certa forma, otimista.
O plano anterior, que estava estruturado em 4 investimentos diferentes, agora está totalmente concentrado em ações.
E o colchão de segurança, quem diria, que antes estava em CDB, agora está investido na boa e velha poupança.
À medida que a gente vai aprendendo, lendo mais, experimentando diversos tipos de aplicações financeiras, vamos aprimorando nossas estratégias de investimento. E isso inclui ser conservador quanto às projeções de investimentos futuros.
Uma coisa que ajudou bastante, também, foi a incorporação de táticas de vida frugais, afinal, economizar um real é tão ou mais importante do que ganhar um real.
Nesse sentido, escrever um blog está sendo de excelente instrumento para mim, tanto para me aprofundar em temas ligados à independência financeira, como também desenvolver e resgatar essa paixão que se chama escrever.
A aposentadoria financeira vai ficar pra mais tarde, mas não tem problema: o importante é aproveitar a vida até lá.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
E o caminho é por aí mesmo. Tão importante quanto conquistar a aposentadoria financeira é aproveitar o caminho até lá. Ter menos preocupações e manias de economizar em tudo, aproveitar o que há de bom e o que é possível com o uso consciente do dinheiro, se permitir alguns pequenos “luxos”, descobrir seus reais valores, reconectar-se aos seus antigos hobbies, enfim, tudo isso faz parte de ter uma vida financeiramente equilibrada, da qual a independência financeira é apenas um dos pontos importantes, mas não exatamente o mais importante.
Desfrutar de tudo o que a vida tem de bom agora, sem sacrificar os projetos futuros, celebrar metas parciais e satisfazer-se com o que se tem em mãos hoje também são fatores e ingredientes importantes para alcançar níveis cada vez mais elevados de satisfação pessoal.
Uma das coisas importantes, para quem busca a independência financeira, é não se deixar dominar pela síndrome do “tudo para depois”. Isto é, comprar a casa depois que alcançar a independência financeira, viajar depois que alcançar a independência financeira, visitar os amigos depois que alcançar a independência financeira. Ora, é perfeitamente possível realizar todas essas atividades sem comprometer seus planos de independência financeira: uma coisa não exclui necessariamente a outra, e é possível conciliar ambas as tarefas sem perda de qualidade, desde que feitas com sabedoria e planejamento.
É importante lembrar que o futuro é a soma de vários “presentes”, e não se pode deixar tudo para depois sob a justificativa de que se está poupando para consumir amanhã. É claro que a pessoa também não pode usar isso como desculpa e querer gastar tudo hoje, argumentando que não haverá amanhã. Bom senso e equilíbrio são fundamentais para tocar a vida sem se deixar levar pela neura de fazer tudo para hoje nem tudo para amanhã.
Que você também possa estruturar planos de aposentadoria financeira consistentes e bem trabalhados, mas não deixe de curtir cada dia de sua vida de modo responsável e produtivo. Planeje-se para ser feliz hoje e também amanhã. As fases de uma vida não são mutuamente excludentes, mas sim se complementam, e a beleza dessa jornada não está nas partes isoladas, mas em sua visão de conjunto. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
A gente aprende muita coisa com o passar do tempo viu hotmar,a crise de 2008 foi uma verdadeira aula de maturidade com os investimentos…ser cauteloso e aproveitar a vida em todos os seus sentidos é uma estratégia maravilhosa…
parabens pelo excelente post desse domingo…
fique com Deus….
forte abraço do seu leitor
Luciano
Obrigado, Luciano, realmente crises são momentos de crescimento, e a prova dos nove foi a crise de 2008.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Como assim, hotmar!? Abandonou o TD? Você era a referência do TD lá no CDPR! =p
Se achar que cabe, gostaria de saber mais dessa mudança de estratégia. Influência do viverderenda?
Abraço!
Por que desistiu do tesouro direto?
Caros amigos,
O Tesouro Direto saiu do meu portfólio de independência financeira de longo prazo tendo em vista a minha melhor expectativa quanto à rentabilidade das ações. Em outros termos, visando o longo prazo, concluí que o melhor caminho era fazer investimentos em ações, ao invés de títulos públicos.
Minha influência decisiva foi o livro do Jeremy Siegel, Investindo em Ações no Longo Prazo, aliado a outros estudos e reflexões que fiz projetando a realidade do mercado de investimentos no Brasil.
Essa modificação de estratégia não quer dizer que eu tenha modificado minha opinião em relação ao Tesouro Direto em si. Considero-o um dos melhores investimentos em renda fixa hoje, senão o melhor, porque é barato, é transparente, é fácil de operar. Creio que todo bom investidor deva ter sua parcela de dinheiro alocada num investimento conservador.
Entretanto, para fins estritamente de *acumulação de capital*, cheguei à conclusão de que a rentabilidade da Bolsa tende a ganhar da rentabilidade dos títulos públicos no longo prazo. Como o objetivo da aposentadoria financeira é conseguir maiores taxas de retorno, e considerando a premissa acima feita, resolvi alocar o capital *de longo prazo* em ações.
Esse também foi um dos motivos que me fizeram refletir bastante acerca da previdência privada, a ponto de eu parar de realizar aportes nela: como os planos mais agressivos só permitem 49% alocados em ações, resolvi transferir o dinheiro que ia para ela, para a conta na corretora, onde tenho a possibilidade de alocar 100% em ações. Isso, é claro, dentro de uma perspectiva de longo prazo.
Isso não descredencia o TD, que continua a ter papel ativo dentro do portfólio, mas na parcela reservada às necessidades presentes, e não às necessidades futuras.
Em breve postarei um artigo explicando os motivos que me levaram a substituir o investimento em NTNB por ações. Aguardem! 🙂
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
virei fã do blog, muito bom mesmo. Eu tava estava fazendo planos mirabolantes como os seus. Até pensei num prazo parecido com o seu, 8-10 anos, para conseguir a independência financeira.Vamos que vamos, estou otimistas nos próximos anos, já tenho uma quantia razoável investida, 100% em bolsa. E focando o longo prazo, de verdade mesmo…Nada de realizar a cada espirro do mercado. Sigo com minha carteira predominantemente fundamentalista. E sigo investindo o que sobra do mês e os dividendos. Um dia eu chego lá, não sei se com mais 8 ou 16, mas que eu chego eu chego.
valeu
vc escreveu..
“Minha influência decisiva foi o livro do Jeremy Siegel, Investindo em Ações no Longo Prazo, aliado a outros estudos e reflexões que fiz projetando a realidade do mercado de investimentos no Brasil.
Essa modificação de estratégia não quer dizer que eu tenha modificado minha opinião em relação ao Tesouro Direto em si. Considero-o um dos melhores investimentos em renda fixa hoje, senão o melhor, porque é barato, é transparente, é fácil de operar. Creio que todo bom investidor deva ter sua parcela de dinheiro alocada num investimento conservador.
Entretanto, para fins estritamente de *acumulação de capital*, cheguei à conclusão de que a rentabilidade da Bolsa tende a ganhar da rentabilidade dos títulos públicos no longo prazo. Como o objetivo da aposentadoria financeira é conseguir maiores taxas de retorno, e considerando a premissa acima feita, resolvi alocar o capital *de longo prazo* em ações.”
cara, tive o mesmo pensamento seu. Li esse mesmo livro e daí que veio minha decisão, tomando como base que o investimento é realmente pra longo prazo, de investir 100% na renda variável, mais especificamente nas ações. Quando eu quero ser um pouco mais conservador, compro ações de elétricas, mas não saio das ações não. Quando eu conseguir uma quantia razoável, aí sim, vou fazer uma alocação na renda fixa, ações de elétricas – boas pagadoras de dividendos – e outras ações com beta maior. Mas para acumulo de capital, vou ser um pouco mais agressivo.
abraço
Gustavo, seus planos arrojados, sua visão de longo prazo, e sua determinação em seguir um plano estratégico bem montado já dizem tudo: vc alcançará em breve sua independência financeira. É bom trocar idéias com futuros milionários. Obrigado pelo privilégio de sua conversa.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
vc pode dizer qual é sua atual carteira? eu tenho usiminas, comprei a 19 reais no topo da crise, csn, rapt, eztc, eter, vale, bbas, bicb, cnfb4 e uma ação sem tanto fundamento, mas que é uma aposta..ogxp3, arriscada, ainda na fase pre operacional, mas que pode render bons frutos. A petrobras, que atua no mesmo setor, não compro, pois tenho aversão a estatais. Prefiro apostar um pouco mais no arrojo da iniciativa privada, personalizada na figura do eike batista a investir meu dinheiro em petrobras, perigosamente entrelaçada aos políticos e sujeita aos seus desmandos.
abraço
valeu, um privilégio e ter um forum como esse para trocar idéias em busca de um modo de vida mais fulgral. Abração e não me canso de dar os parabéns.
Gustavo, PIBBs. Tenho ainda uma pequena parcela em ações individuais, de empresas dos mesmos ramos que as suas empresas. Sua carteira está bem montada e diversificada.
Valeu pelos comentários! 😀
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Eu também já tive planos mirabolantes… o último foi a estratégia de venda de opções… comprava ação da petrobras A QUALQUER preço e vendia a primeira opção com preço de exercicio logo acima do preço de compra… comprava a preço de mercado, sem me preocupar se as ações estavam caras ou baratas, pois tinha a “segurança” de que se elas caíssem até 5% eu estaria tranquilo… as opções e o exercício rendiam aproximadamente 5% ao mes… ganhei bastante com esta estratégia enquanto a bolsa ia bem… veio a crise de 2008 e todas as falhas da minha estratégia apareceram de uma vez… o mais louco é que eu fiz projeções de lucrar 5% ao mes durante 5 anos seguidos… santa inocencia!!!
Pois é, IR, legal o seu depoimento, como diz um velho ditado: “nada substitui a experiência”!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
É isso… e com a tendência de queda nas taxas de juros, temos que estar cada vez mais atentos às boas oportunidades… se tudo correr bem, o futuro dos investimentos no Brasil será no setor produtivo… a época de juros altos (dinheiro fácil) está acabando…
Isso mesmo, IR, certamente o custo da oportunidade está diminuindo com a queda dos juros… nossos investimentos terão que ter mais qualidade, como aqueles que visam o setor produtivo da economia…
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!